CAPÍTULO 6 - AMIGOS PARA SEMPRE

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 Sentados em silêncio sob a sombra das árvores do Central Park, Mel e Aaron observavam o jogo. Desde a conversa sobre Sophie diante do túmulo de “Peludinho”, Melissa não havia dito uma palavra sequer. Apenas mantinha os olhos fixos em um ponto no chão, como se nada ao redor fosse tão importante quanto aquele pequeno tufo de grama azul do Kentucky à sua frente.

   Aaron, graças a sua personalidade distraída e inebriado pela possibilidade de transformar sua paixão platônica por Sophie em algo real com a ajuda de Mel, pareceu não perceber o desânimo que tomava conta da amiga. Além disso, o jogo estava tão animado com Chloe dando uma verdadeira “surra” nos meninos, que era difícil não tirar os olhos do campo.

   Repentinamente a bolsa de Chloe, que encontrava-se jogada no chão perto dos dois, começou a vibrar e emitir uma musiquinha bem agitada. Mel tentou avisá-la de que seu celular estava tocando, mas a amiga parecia tão compenetrada em fazer outros gols que acabou pedindo a ela para que atendesse. Ao abrir a bolsa azul da Louis Vuitton, Melissa teve de procurar bastante naquela bagunça repleta de maquiagens Lancôme, perfumes e lencinhos de papel até achar o maldito Iphone que insistia em tocar.

   -Alô. – disse a garota afinal, pelo celular.

   -Melissa, é você?!- indagou a voz familiar do outro lado da linha. – O que é que você está fazendo com o telefone da Chloe?

   -Ah, oi, Sophie. É que ela não pode atender no momento. Quer deixar recado?

   -Recado?! Olha, eu não sei o que está acontecendo aí, mas foi até bom você ter atendido. Eu preciso falar com você, é sobre nosso pai e é urgente.

   -Aconteceu alguma coisa? - perguntou Mel, começando a ficar aflita.

   - Sim, e é bem grave. Venha pra minha suíte com a Chloe. Aqui eu vou te explicar tudo direitinho. – disse ela, desligando enigmática.

   -Você está pálida, Mel. O quê houve? – Aaron perguntou preocupado devido à fisionomia alterada da garota.

     Melissa emudeceu. A perda da mãe veio com tudo a sua mente e com a imagem, uma sensação horrível de abandono. Se Sophie disse que o assunto era grave, então devia estar acontecendo algo mesmo terrível.

    Só depois de alguns segundos é que ela conseguiu dar uma desculpa esfarrapada para Aaron. Além dela não saber ao certo qual era o problema, o garoto já tinha os seus próprios para se preocupar e não precisava de mais drama na vida.

   Então nervosa e temendo que alguma coisa ruim tivesse acontecido ao pai, Mel nem mesmo se despediu do pessoal do banda. Arrancou Chloe à força do jogo e saiu correndo feito louca pelas ruas do Central Park.

 *             *             *             *             *

  

   Quando Mel entrou ofegante pela porta da luxuosa suíte de Sophie, deparou-se com a irmã sentada em uma mesa de vidro, com a expressão mais plácida possível, tomando Coca Zero em uma tacinha de cristal e folheando uma edição da Teen Vogue.

   -Meu Deus, Melissa, o que você fez com ela?! -perguntou Sophie, olhando para Chloe que estava suja, suada e tinha grama da cabeça até os pés.

   -Fomos jogar futebol com o pessoal da banda do Aaron, mas isso não importa agora. O quê aconteceu afinal?

   -É claro que importa! – bradou Sophie, levantando-se da cadeira.  – Então é isso que eu recebo, Chloe Von Bondenburg? Eu transformo uma feia e fracassada em uma das garotas mais populares da escola e agora você quês estragar todo esse esforço em um jogo idiota, com gente idiota?!

Uma Garota em Nova York (Livro Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora