— Aqui é a sua nova casa! — Dra. Clarke me disse ao abrir a porta da "minha nova casa". Ela, o marido e o filho estavam sendo muito atenciosos e animados enquando me mostravam tudo. Só que eles não sabiam que, em vez de saber que o vaso cinza continha as cinzas da avó de Luke — meu novo irmão — eu queria ir dormir.
— Ah... Com licença! — chamei a Dra. Clarke enquanto ela me mostrava um quadro muito estranho. E quando eu digo muito estranho é muito estranho mesmo.
— Sim querida? — ela me respondeu e eu murmurrei um "eu não sou sua querida". A única pessoa que podia me chamar assim era a Hilary, e agora ela está... Ela apenas não está mais aqui. — O que disse? — perguntou devido ao meu murmúrio.
— Onde eu posso dormir?
— Ah! — ela sorriu e começou a subir as escadas — me acompanhe.
Obedeci. Chegando na parte de cima da casa ela abriu uma porta que estava escrito "Carter". Pude notar que a porta de frente para o quarto tinha o nome "Luke".
- Aqui é o seu novo quarto. Tomei a liberdade de deixar algumas coisas aqui e decora-lo para você, mas se quiser mudar algo, pode mudar. - ela disse enquanto eu entrava no "meu novo quarto".
- Obrigada. - agradeci e fiquei encarando ela para ver se iria embora, ou ficaria ali parada me olhando.
- Oh! Desculpe, vou me retirar. - ela percebeu e saiu e eu não pensei duas vezes antes de fechar a porta.
Me joguei em uma cama bastante confortável e fiquei encarando o teto.
Será que teria que viver uma nova vida agora? Sem Hilary, como seria? Como seria mudar completamente tudo? Como seria essa nova "família" a quem me obrigaram a viver? E se eles forem canibais disfarçados?
Esse pensamento me fez ir trancar a porta com uma chave que tinha ali.
- É, agora você está trancada! - disse para a porta satisfeita. Mas... E se eles tiverem uma chave reserva? Puxei imediatamente uma cadeira que tinha ali e coloquei na porta. - Agora sim! - voltei para a cama, mas eu não conseguia dormir.
Não me sentia segura como eu me sentia quando estava em casa com Hilary saboreando o jantar que ela trouxe, ou quando assistíamos a um filme. Não me sentia em casa e muito menos com uma família.
- A mamãe está nos chamando para jantar... - escutei a voz de Luke acompanhada de três toques suaves na porta.
- Já vou. - respondi enquanto me levantava, tirei a cadeira e destranquei a porta.
- Nossa! Para que tudo isso? - ele me perguntou se referindo a cadeira e a chave.
- Precaução. - respondi enquanto saía do quarto.
- Eles só bebem sangue tipo O. - ele me respondeu e eu gelei.
- Eu tenho sangue O! - ele riu da minha expressão de assustada e desceu as escadas, percebi então que foi uma piada.
É óbvio que foi uma piada, Carter. Não existe vampiros... Mas os canibais existem!
- Vejo que estão se divertindo... - disse a Dra. Clarke enquanto colocava os pratos na mesa. - Fico feliz com isso. - sorri fraco e me sentei. Luke se sentou na minha frente e percebi que o meu "papai", não estava presente. - Carter, eu só...
- Amor, vou ter que sair de última hora, é aquele meu cliente. - meu "papai" disse enquanto mexia no celular e descia as escadas. - Carter, está gostando da sua casa? - perguntou.
- Sim, Sr. Clarke. - menti. Estaria gostando mesmo se Hilary estivesse aqui.
- Pode me chamar de Adam! Ou pai... O que preferir! - ele me disse e se despediu do filho e da esposa, quando veio se despedir de mim me esquivei - Acho que não está na hora de termos intimidade, não é mesmo? - concordei com a cabeça e ele foi saindo quando o celular da Dra. Clarke tocou.
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Querida Hilary...
DragosteCom uma mãe alcoólatra, um pai que não aparece em casa a dias, e um irmão viciado, a justiça encaminha Carter para o seu parente mais próximo, sua prima, Hilary. A vida com Hilary era perfeita, na opinião de Carter, mas tudo que é bom dura pouco, nã...