Um propósito

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Caroline POV

Pela janela de meu quarto eu podia ver as nuvens nubladas e algumas escuras. O vento batia em meu rosto e dançava por todo o quarto, eu conseguia ouvir alguns risos de uma mulher e uma garota andando pela calçada.

— Cuidado, o vento vai levar você embora. — a morena mais velha falou em um tom claro de brincadeira.

— Ah, mamãe! — a menina riu e abraçou o braço da mãe.

— Estou falando sério! Está leve como uma pluma. Como acha que Peter olhará para você se se você emagrecer mais um kilo irá sumir!

Eu tive que rir. Era bem típico de mãe falar essas coisas.

" Está frio! Leve um casaco!"

" Irá comer só isso?! Pode comer mais. Não quero ninguém caindo de fome pelos cantos."

" Quero você em casa as 23:30!"

" Boa noite. Eu te amo."

" Esqueceu a toalha de novo?!"

" Você não é todo mundo!"

" Não quero que pegue carona e nem fale com estranhos!"

Minha mãe vivia dizendo coisas desse tipo, e eu nunca me importei verdadeiramente com essas pequenas coisas. Sempre entrava por um ouvido e saía pelo outro. Mas por mais que eu nunca ouvisse, ela sempre repetia, sempre se preocupou e cuidou de mim. Ela sempre me amou, assim como eu a amaria para sempre.

" Eu te amo Caroline. Você é a melhor coisa que já me aconteceu."

Ela sempre dizia isso para mim, beijava minha testa e me abraçava. E era em seus abraços que eu me sentia em casa. Ela tinha o poder de me fazer ficar feliz com apenas um sorriso e ficar triste com apenas uma lágrima. Ela era a pessoa mais importante para mim. E ela se foi... Ela nunca prometeu ficar para sempre comigo, mas prometeu nunca me deixar. Ela sempre disse isso para mim, desde que eu era pequenina, e eu nunca entendi o significado e nem queria entender. Eu já me sentia bem com o fato de mamãe nunca me deixar. Mas então... Ela se foi e a ver partindo e não poder fazer nada foi a coisa mais difícil que já me aconteceu.

Mas então eu entendi o que ela quis dizer, conforme os dias passavam tão doloridos e longos. Ela nunca poderia ficar para sempre comigo, ela não tinha esse poder. Ela sabia que uma hora ou outra, iríamos nos separar definitivamente. Mas ela prometeu nunca me deixar, porque ela sempre estaria dentro de mim, da minha alma e do meu coração e de lá ela jamais sairia.

— Bom, se você é tão feliz assim sem mim por perto, acho melhor terminarmos tudo de uma vez! — uma garota morena falava entre lágrimas no celular. A voz dela me chamou atenção.

Hmm, a coisa parecia ser séria porque ela estava trêmula, seu coração batia tão forte... Tão tentadora... Bebi minha caneca com sangue A+ sufocando a tentação.

Mas então ela se virou e eu a vi. Os cabelos longos e castanhos escuros como os olhos, a pele clara e os labios finos como os de Elena. Era... Ela! Era Elena! Ela estava aqui, ela havia arranjado um jeito de voltar!

Eu corri para fora de meu quarto e de minha casa com toda a velocidade. Ela estava na calçada ainda falando ao telefone. Com toda a certeza era com Damon, brigando mais uma vez. Típico.
Eu estava me aproximando e lágrimas já escorriam por meu rosto, minha melhor amiga estava a passos de distância. Eu parei de usar minha velocidade vampírica e caminhei até ela. Meus dedos formigavam quando encostei em seu ombro.

— Elena...

E então quando a garota se virou,não era a Elena ali, era outra pessoa parecida... Não era minha amiga... Ela ainda estava presa em sono profundo, ainda estava ligada à vida de Bonnie. Ela não voltou... Ela não voltou para nós.

O Calendário da Garota Problema.Onde histórias criam vida. Descubra agora