Capítulo Um

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Bonnie POV

Lá estava eu. Mais uma vez, em frente a Mansão Salvatore. Apertei as mãos nervosamente no volante. Respirei fundo mais de cinco vezes até ter coragem para sair.

Eu podia ouvir gritos e coisas sendo quebradas. Damon estava em mais um de seus ataques de fúria. E isso era péssimo. Ele com toda a certeza estaria bêbado e mal cuidado. Mas o pior é que eu sabia que ele iria me machucar de novo. Como todas as vezes desde que eu aparecia para ajudá-lo. Não fisicamente, mas psicologicamente e emocionalmente. Ele sempre conseguia me quebrar. Mas era somente ver aqueles olhos azuis tão perdidos, que eu me curava sozinha para apenas ajudar aquele vampiro arrogante idiota.

Mas nem mesmo aqueles olhos, aquele cara conseguia fazer com que eu me curasse para sempre. Estava esgotada.

Eu tinha que estar me ajudando, estar me curando, mas não. Sempre altruísta. Sempre colocando os outros na frente de mim mesmo.

Tomei toda a coragem que eu tinha e adentrei a Mansão. Como sempre a porta estava aberta. Entrei cautelosa e então eu parei de respirar com o que eu vi.

A sala estava em puro caos. Garrafas quebradas e vazias, bolsas de sangue jogadas nos móveis, roupas sujas espalhadas e Damon que estava apoiado na parede bebendo seu Bourbon diretamente da garrafa.

— Damon... — sussurrei, andando com cuidado para não pisar em nenhum caco de vidro.

Ele me olhou com os olhos vermelhos, as veias de seus olhos saltadas e escuras. Seu olhar sobre mim era de puro desprezo. Me olhava com desdém e bufou.

— Damon, por favor. Já chega não é? — falei com a voz mais calma e contida que eu tinha. Eu me segurava para não chorar. Me segurava para não o abraçar e implorar para que saísse daquela vida.

— O que está fazendo aqui? — sua voz fria me assustou — Eu já não deixei claro que não quero você perto de mim?

— Damon, para. — suspirei e comecei a pegar as bolsas de sangue das mobílias e depositei em um saco grande de lixo vazio que estava jogado no chão. Uma faça cravou em meu coração.

— Saía daqui, Bonnie!

— Olha essa bagunça. Como consegue viver assim? — perguntei e me ajoelhei no chão para pegar algumas bolsas de sangue que estavam em baixo da mesinha de centro.

— Bonnie! Eu estou avisando! — ele arremessou sua garrafa perto de mim. Whisk respingou em minha roupa, mas não me mexi. Apenas levantei quando terminei de pegar todas as bolsas.

— Damon, a quantos dias você não toma banho?

— Não te interessa. Eu só quero que saía da minha casa! Só quero que saía da minha frente!

— Merda, Damon! — explodi, meus olhos ardendo por conta das lágrimas de raiva e dor — Eu não vou sair. Não vou te deixar afundar de novo!

— Bruxa desprezível! — gritou e se aproximou de mim.

— Eu não tenho medo de você! Damon, que droga! Eu só quero te ajudar.

— Quer realmente me ajudar? — perguntou rindo seco — Eu vou te falar como pode me ajudar. Você vai até o mais alto penhasco que existe e se joga de lá. Ou pega uma faca e enfia no seu coração. Se mata, Bonnie! Só ficarei bem no dia em que morrer!

Eu tremia, eu já não impedia mais minhas lágrimas. Eu não impedia meus soluços.

— Só ficará bem quando eu morrer, não é? Então porque me escolheu? Porque eu ao invés de Elena?

O Calendário da Garota Problema.Onde histórias criam vida. Descubra agora