Capítulo 19

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O domingo passou rápido e mal sentimos, andamos de tirolesa, bicicleta, Guilherme me mostrou algumas manobras na prancha, que por sinal foram um desastre, mas foi muito divertido. Eu havia sentido tanta falta dele e suas brincadeiras, sorrisos que achei que nunca mais fosse vê-lo. Eu já estava muito bronzeada e aposto que meu maquiador iria reclamar. Bom...agora eu estava realmente da cor da Pocahontas e mais alguns dias chegaria na Tiana. Eu era tão acostumada a viver todo dia com o frio e gelo que aquela rotina quente era diferente para mim. Já eram 17h e Guilherme estava tomando um banho para irmos ao cinema. Fui até o banheiro do outro quarto e quando me dei conta... Meu anel. Não estava lá. Merda.merda.merda. Guilherme jamais iria me perdoar se eu perdesse esse anel, nem eu iria me perdoar. Procurei em todos os cantos do quarto, banheiro.Nada. Revirei minha mala, então resolvi descer e procurar nos outros cômodos, perguntei para alguns empregados mas nenhum havia visto. Poderia ter perdido na praia, tirolesa ou até...na cachoeira. Corri até lá e agachei perto da borda, era impossível encontrar mas vai que a sorte estava ao meu favor. Vi algo brilhante na água... Será que poderia ser ele? Pulei e me segurei nas bordas, tentando não soltar. Fui até o local mas era apenas um botão... Droga. Quando estava voltando resolvi dar um mergulho, soltei a borda e mergulhei. Tentei subir outra vez mas não achei a borda, estava longe e eu não conseguia alcançar. Senti a água entrar pelo meu nariz e boca... Não conseguia gritar, nem pensar. Guilherme jamais me ouviria, nem ninguém. A cachoeira era longe e deserta. Tudo ficou escuro e já estava sentindo a morte tão perto...
Senti um par de braços fortes me retirarem da água, Graças a Deus. Fazendo massagem em meu peito e fazendo respiração boca a boca.
"Ei garota, não morre ok? Você é jovem e bonita demais para morrer."
Vomitei toda a água dos meus pulmões e abri os olhos. Não era Guilherme, mas um rapaz tão jovem e bonito quanto. Sua pele era clara, cabelos negros como os meus e olhos azuis da cor do mar... Me lembra o príncipe de Ariel.
"Você está bem, Princesa?"
Faço que sim com a cabeça e tusso mais um pouco de água.
"Você me deu um susto... Está na casa dos Ferrari?"
"Sim...Muito Obrigada...eu não sei como..."
"Você devia ficar longe da água, se bem que se não estivesse se afogando acharia que é uma sereia."
Eu havia acabado de me afogar e ele estava me cantando? Meu Deus.
Ele me pega no colo e me leva em direção á casa de Guilherme.
Vejo Guilherme correndo ao nosso encontro. "Miguel, o que aconteceu com ela?"
"Encontrei ela se afogando na cachoeira, estaria morta se eu não a tivesse encontrado."
Miguel entra na casa e me coloca no sofá enquanto Guilherme cai ao meu lado. Passando a mão em meu cabelo.
"O que você foi fazer lá?"
"Procurar meu anel...ele sumiu e eu achei que pudesse estar lá..."
"Você é maluca? Eu posso te dar um novo, Helena. Mas que merda...Sua vida não vale um anel, entendeu?"
Ele me dá um beijo e percebo que o rosto de Miguel endurece.
"É sua namorada ou só mais uma das garotas da patinação que você transa?"
"Olha como você fala dela, e sim. Eu amo a Helena."
Miguel ri e olha para mim. "Bom, meu trabalho aqui já está feito... Se esse babaca te magoar, pode me ligar."
Vira as costas e sai. E eu fico sem reação nenhuma.

Sonhos Congelados ( Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora