Capítulo 32

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Saí do quarto de Guilherme me sentindo inteira e feliz. A única coisa que fiz foi virar o jogo e descobrir suas reais intenções comigo, eu sempre soube que Kelly é apenas a segunda opção e não ficaria chateada com aquilo. Voltei para o quarto e Miguel já estava roncando na cama, coloquei meu pijama e dormi na ponta da cama, ou tentei pelo menos.
Na manhã seguinte tomei café com Gabi, enquanto ela me perguntava o que houve com o olho de Miguel. Contei toda a história e ela gargalhava, dizendo que ele bem mereceu. Guilherme tomou café sozinho e Kelly foi sentar ao seu lado e ele simplesmente saiu, fiquei com pena dela quando ela se sentou ao meu lado e apontou o dedo no meu rosto.
"Vocês está ferrando com a cabeça dele. Por que você faz isso? Escolhe logo quem você quer e para de fazer ele sofrer."
"Some Daqui, Kelly. Você não tem nada haver com isso, ele só transou com você e mais nada." Ela me olhou e se levantou, secando as lágrimas. Eu não falava essas coisas para ninguém, odiava brigas mas essa garota realmente me irrita querendo me afastar do Guilherme. Fui para o ônibus e Guilherme estava no último banco com o boné no rosto, me sentei ao seu lado sem saber o que dizer. Meu coração estava tão acelerado e meu estômago dando voltas. Ele sentiu minha presença e não precisou nem tirar o boné para saber que era eu.
"Veio me provocar de novo? Porque não precisa dizer nada, meu pensamento já faz tudo sozinho."
"Na verdade, eu não vim fazer nada. Vai ser obrigado a se apresentar comigo esses dias." Ele bufa e entrelaça mão na minha, isso me faz pular do banco e abrir a boca.
"Desculpa, não consigo ficar longe. Meu corpo clama por você... Só isso."
Eu relaxo, nós nos amamos e é isso que importa.

Estamos treinando e sinto que Guilherme está pensativo, ele erra alguns passos e às vezes cai. É estranho porque isso só acontecia quando estávamos no começo do treino. Quando estamos fazendo um passo aéreo e sinto que as mãos dele não estão firmes.
"Concentração, Guilherme. Sua mão não está..."
Eu desquilibro e Guilherme escorrega, meu patins raspa no seu braço e sinto o baque da cabeça chão. Minha cabeça dói e tudo fica escuro, ouço gritos ao fundo.

"Helena? Por favor, acorda. Não me deixa...me perdoa."
Conheço essa voz, é a voz do meu anjo. Tudo que eu mais quero é que ele converse comigo e me beije. Tento abrir os olhos e vejo seus olhos azuis escuros marejados.
"Você me assustou, como está se sentindo?"
"Com dor de cabeça."
"Você bateu com força e levou pontos...eu torci o braço. Desculpa, eu estava tão distraído." Eu passei os dedos em seu cabelo loiro macio e ele encostou os lábios nos meus. Minha vontade é beija-lo para sempre mas logo ele se afasta.
"Me desculpe ter falado daquele jeito."
"Me desculpe ter sido uma vadia."
Ele coloca os dedos em meu lábio.
"Não fala uma besteira dessa, você errou. Eu te amo, garota. Não consigo te ver com outro e também não consigo pensar em outra. Você é uma maldita droga." Ele sorri e passa o nariz no meu.
"Nós vamos para casa. Nada de Pocahontas e John Smith esses dias."
Vejo seu braço com gesso e sinto uma tristeza, jamais o vi machucado assim.
"Isso quer dizer que voltamos?"
"Nós nunca nos separamos mesmo."
Ele me beija e desta vez é sério, com todo amor e paixão que temos, pena que estamos em um hospital.

Sonhos Congelados ( Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora