11- Timidez

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Na pré-adolescência apareceram os primeiros sinais da timidez, insegurança, medo de dizer NÃO sei, complexo de inferioridade,... . Principalmente na escola e perto dos colegas.

Neste período começaram as paqueras e a timidez se mostrava cada dia mais forte e foi distanciando dos colegas de infância.

Na adolescência veio à primeira paixão, uma garota meiga, tão tímida quanto eu. Nos nós escondemos atrás da desculpa que seus pais na permitiam o namoro, vomos nos enganando e nos enrolando naquele namoro faz de conta. Com medo de viver novas experiências, de nos entregarmos aquele sentimento lindo, puro, natural, por causa da timidez. Logo o relacionamento chegou ao fim. Não continuamos nem amigos. Peço desculpa a ela por ter frustrado esse momento tão importante na vida de uma pessoa. Mesmo a distância desejo toda a felicidade do mundo para ela, pois uma garota igual a ela merece ser muito feliz.

A adolescência termina com lado pessoal totalmente parado. As cobranças eram muitas, por parte dos colegas sempre tinha as brincadeiras de mau gosto, do tipo: ele não gosta de garotas, ele é gay, vai virar padre... Por parte da família: você não vai casar? Vai ficar pra titio? O que você tem! Que garoto estranho! ...

A única que se preocupava e me ajudava era minha mãe. Ela tentava conversar e entender o que acontecia. Levava-me a psicólogos, me colocou numa instituição onde tinha acompanhamento especializado, com diversas oficinas. Porem nada dava resultado, e eu cada dia mais fechado. A ponto de pensar em desistir da vida. O que me ligava ao mundo, à sociedade era o esporte. Praticando qualquer atividade esportiva, a timidez desaparecia, como se eu fosse uma pessoa desinibida.

A vida profissional também me ajudou a controlar a timidez. Principalmente quando deixei a indústria e foi para o setor de serviço, no qual o contato com pessoas é bem maior.

Já adulto, com a timidez controlada, comecei um novo relacionamento, com uma jovem que conheci ainda na adolescência. Conversa vai ,conversa vem, começamos a nos aproximar. Aos poucos ela foi conquistando minha confiança e por iniciativa dela iniciamos um namoro, que quase durar só dois dias.

Pois com dois dias de namoro, eu fazia aniversário, e em datas comemorativas em geral, eu me isolava ainda mais do mundo. Comportamento que tinha dês da adolescência, para evitar as cobranças, comuns nestes eventos. Mas ela me ligou e nos encontramos e comemoramos meu aniversário. O namoro ficou sério e anos depois nos casamos.

Nosso relacionamento sempre foi baseado na confiança, resolvemos todas as divergências que surgem com conversas francas. Mas existe um ponto fraco na vida do casal, no lado afetivo, minha timidez. Com o tempo ela percebeu meu lado fechado, tímido. E as conversas francas, passaram a ser de perguntas com respostas evasivas ou não terem respostas. A timidez falava mais alto, isto foi se repetindo ao longo do casamento. Nosso relacionamento que é muito estável, pois do contrário teria acabado.

Ela insistia para que procura-se ajuda especializada, porem eu enrolava e teimava em não procurar. Como na minha vida nada acontece por acaso, comecei a tratar de uma grave crise de depressão causada por problemas no trabalho, e chequei no lado pessoal.

No início do tratamento psicológico, nem falava do lado afetivo, só me importava com lado profissional, nem tocava no assunto. Mas a psicóloga como boa navegadora que é junto minha esposa hábil chefe de equipe, desse rally que é meu tratamento, me mostraram que teria de passar por estes caminhos, voltando no passado, tratando a timidez. Agradeço a Deus por estas mulheres da minha equipe. Obrigado Senhor.

Alexandre Martins.

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