Eu não conseguia ver aquela cena, acreditava que aquilo era só um pesadelo e a qualquer hora eu iria acordar e que todo medo iria ser jogado ao vento, mas quando percebi que não estava sonhando decidi tomar uma atitude e liguei para policia explicando a eles todo ocorrido e eles chegaram de imediato em minha casa e levaram eu, minha mãe o meu padrasto até a delegacia.
Ao chegar lá na delegacia o policial perguntou a mim o que havia acontecido e eu contei fato por fato e após o ele terminar de registrar a ocorrência ele olhou para a barriga de minha mãe e perguntou se ela estava grávida e minha mãe afirmou e diante dessa afirmação o policial disse que meu padrasto havia perdido a guarda do bebê diante das agressões que ele fez comigo e com minha mãe, dizendo que o ato que ele teve foi inadmissível e não digno de um pai e após isto fomos até em casa, eu ouvi minha mãe ligar para meus avós e tios para ajudar ela em algo que eu não pude compreender no momento.
Ao ouvir a maçaneta girar percebi que eram eles chegando para ajudar a empacotar as coisas, mas aonde iriamos morar? Com as baixas condições financeiras da minha mãe já começava a imaginar que iriamos morar debaixo da ponte, pois o único pilar que mantinha nossa família bem alimentada e debaixo de um teto era meu padrasto, fiquei perplexo não queria uma vida vivendo em algum lugar que eu não pudesse ser livre para comer o que eu quisesse, e mexer nos eletrônicos que eu quisesse e provavelmente se fossemos morar debaixo da ponte iriamos ter que conviver com as constantes agressões que os outros moradores de rua faziam, eu só tinha uma reação que era a de chorar como constantemente fazia após a chegada de meu padrasto.
Após tudo estar empacotado chegou um caminhão que servia de transporte para nos levar até o nosso "novo lar", saímos daquela casa sem dizer um adeus para o monstro que vivia aterrorizando nossas vidas e subimos no caminhão a caminho de nossa casa e enquanto essa viajem eu estava muito tenso e inseguro, não sabia como iria ser ao chegar, não sabia os maus tratos que eu poderia receber ao chegar, não tinha perspectiva de nada eu apenas achava que nossas vidas iriam piorar.
O caminhão parou numa casa grande e laranja aparentemente muito bonita, eu fiquei vislumbrado e tentei imaginar de onde minha mãe havia tirado dinheiro para morar numa casa daquelas e quando eu ia descendo do caminhão admirando a nova casa vi sombras de pessoas na casa, quando inesperadamente apareceu uma mulher acompanhada de seu marido fazendo as recepções para nós e nos acompanhou até um quartinho no fundo da casa, um quarto bem pequeno e nesse quarto pequeno que eu iria morar até acharmos outra casa.
A dona da casa era super amiga de minha mãe e se comoveu com a nossa história e ofereceu aquele quartinho de fundo para morarmos cobrando apenas 300 reais por mês, eu fiquei muito abatido ao saber que iriamos viver em um fundo de casa, num quarto pequeno e que depois de 4 meses iria nascer meu irmão. Eu tentava imaginar como 3 pessoas iam viver em um quarto que cabia nos máximo uma cama de casal e um guarda roupa, mas essa não era a minha maior preocupação o que mais me envergonhava e me rebaixava era saber que só estávamos vivendo lá, pois havia pessoas que sentiam pena da nossa situação e a ultima coisa que eu queria na vida era que as pessoa sentissem pena de mim.
A dona ofereceu uma geladeira e um fogão que foram colocados em uma pequena área ao lado quarto em que estávamos, e perto desse quarto também havia um banheiro então a situação não estava tão ruim assim, mas infelizmente era uma situação ruim para minha família.
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Olhos Incandescentes
Детектив / ТриллерUm garoto comum de 22 anos, com vários planos de vida, mas com um único problema, a deficiência visual. Nesse livro será tratado como é que é a vida desse garoto, todos os preconceitos que ele passa sobre ele ser invisível na sociedade e também como...