São quase três da manhã quando o telefone toca:
Ainda meio que dormindo ligo a lâmpada do abajur do lado esquerdo da minha cama, o pouco que iluminou já fez com que ardesse meus olhos, eles eram sensíveis à qualquer tipo de luz, por isso sempre saio de óculos escuros, meus olhos são praticamente iguais a os de um albino.
Passando um pouco a ardência dos olhos atendo o telefone com uma voz cansada.
_ detetive Hesse!
_ detetive aqui é o detetive sênior Leonel, precisamos que comparece na sena de um crime agora mesmo!
- Onde fica?
- Na décima treze em Mahattan!
- Estou em Nova Yorque! Porque o senhor não pede prós detetives daí fazer o trabalho?
- por que a vítima, tem uma foto sua nas mãos!
- minha? Quem é a vítima?
- isso a senhora terá que nos dizer!
Vou levar muito tempo pra chegar aí!
- Sei disso! Se apronte o mais rápido possível. Tem um helicóptero a caminho para busca-lá.
O sênior encerra a ligação em um tom ríspido. Levanto da cama aos pulos. Visto uma calça jeans e uma blusa preta com um grande sobretudo, pego meu distintivo e já ouço os barulhos das hélices sobre minha casa. Que ficava um pouco mais distante das outras, mas não impedia com que os vizinhos se incomodassem com o barulho, ainda mas aquelas horas da madrugada.
Embarquei sem nada dizer ao piloto, estava muito aflita de ter uma vítima com uma foto minha, não fazia idéia de quem seria.
Dentro de pouco tempo chego ao local do crime, um beco mal iluminado. Logo vejo os policiais e mais detetives perto do cadáver. O que me impossibilitava de reconhecer quem era.
Com uma cara não muito agradável o detetive sênior Leonel se dirige até mim com um olhar de poucos amigos.
- Cadê o corpo?- pergunto ainda aflita.
- Logo ali na frente!
Ando até o movimento de policiais que tapava minha visão.
Ao chegar, não podia acreditar no que estava vendo, senti uma grande dor no peito e logo às lágrimas começaram a rolar por minha face.
Ele estava agarrado a uma foto minha, seus olhos azuis agora estavam sem vida, estava com a cabeça raspada, antes tinha cabelos negros e lisos, tinha vários hematomas espalhados por todo seu corpo, mas o mais grave que provavelmente resultou em sua morte foi uma faca provavelmente de caça cravada em seu peito.
- Você o conhece detetive Hesse?
- Sim.... respondo gaguejando- ele é Near Back... Meu noivo!
- Isso explica a foto em sua mão. Sinto muito por sua perda detetive.
Não estava escutando o que Leonel dizia. Não podia ser verdade, Near não podia estar morto! Quem faria isso com ele?
- Detetive? ... detetive?
- Sim?
- A senhora terá que nos ajudar nesse caso! sei que não devemos trabalhar em casos pessoais, mas a senhora é a única pessoa que poderá nos esclarecer o que de fato aconteceu! Além do mas você não irá trabalhar nas provas concretas apenas responderá umas perguntas! Poderá parar quando quiser se estiver se sentido mal ou algo do tipo!
- Está enganado senhor, quero trabalhar no caso, irei fazer de tudo para que o assassino pague por cada gota de sangue que derramou do meu noivo.-Quem encontrou o corpo?
- A senhora não poderá fazer parte da equipe de investigação de campo,caso ao contrário todas as provas que conseguirmos não serão válidas. E o assassino permanecerá em pune. Acredite detetive, faremos tudo o possível pra pegar quem fez isso com seu noivo. Sei que em todos os anos de sua carreira a senhora nunca deixou um caso em aberto, não duvido de sua competência e profissionalismo. Mas regras são regras.
- Quem encontrou o corpo? Pergunto o interferindo em seu discurso, sei que ele é chefe superior, sua estada ali tem um unico motivo. Ele desconfia de alguem de dentro. E esse alguem podera ser eu. mas meu foco é descobrir o assassino e farei de tudo pra descobrir seja quem for ele, e custe o que custar. Aquele caso é mais importante que minha carreira. Do que vale botar diversos assassinos atrás das grades e não ser capaz de botar o que matou Near?
- Botaremos a senhora apar de tudo que descobrirmos, no entanto não podes fazer parte de nossa equipe. E isso é uma ordem.
E respondendo sua pergunta de como o encontramos. Ele ligou para emergência antes de morrer, rastrearam a ligação,porém tarde demais.
Quando foi a última vez que a senhora viu ele?
- Fazia dois dias! Ele teve que fazer uma viagem a negócios, mas sempre nos falamos por mensagens!
Leonel da uma risadinha ao ouvir minha resposta, como se tivesse em um jogo de xadrez e ganhado por xeque mate.
- Isso é impossível! Ele fala finalmente, tentando conter sua risada.
- Por que impossível?
- Porque ele estava sendo mantido encarcerado, ele foi sequestrado e morto por fugir. Duvido muito que o seu sequestrador o deixava usar celular pra falar com você!
-Então quem poderia estar mantendo contato comigo?
- É o que iremos descobrir!