O detetive sênior logo após sua conversa com a detetive Hasse, já voltará a tirar sua máscara de bom feitor, que usava como isca para aprisionar suas vítimas. Esperando apenas um único erro para logo atacar. Todas caiam e ele sabia que com Hasse não seria diferente.
Ele estava mais empenhado do que nunca na resolução desse caso. Pois esse seria o último de sua carreira brilhante e queria fechar com chave de ouro. Já não era mais tão jovem como quando entrou para o FBI. Um detetive cheio de vida e com uma grande ambição em progredir.
Durante vinte anos ele dedicou praticamente toda sua vida em sua profissão. Agora já aos quarenta anos conseguiu alcançar o cargo máximo do departamento, e sabia que já era hora de se aposentar, e aproveitar o resto de sua vida com sua esposa e filhos que ainda eram pequenos e sonham seguir a mesma carreira do pai.
Leonel quer aproveitar sua família e viajar pelo mundo para conhecer o de melhor que os países têm para oferecer. E pretende assim se afastar do mundo do crime.* * *
Hasse chega ao hotel exausta, ela abre a porta de seu quarto tirando já os sapatos e o pesado sobretudo e se joga na cama.
Seus olhos estavam inchados de tanto chorar, suas olheiras eram visíveis de longe.
Ela decidiu que não iria ser fraca e que toda sua dor se transformaria em um grande empenho e em uma sede por vingança para achar o culpado pela morte de Near.
Mas naquele momento era difícil ser forte, ela abraça o travesseiro com força e encolhida na cama como se fosse uma criança desprotegida cai novamente em lágrimas ao se lembrar dos momentos felizes que passará ao lado de seu noivo.
Hasse conhecia Near desde sua infância. Ele sempre foi seu melhor amigo. Com o tempo os dois se apaixonaram e logo já viraram namorados. Ia fazer três anos que estavam noivos, a data do casamento já estava marcada, seria daqui a duas semanas, seu vestido já estava pronto, os preparativos estavam praticamente terminados e os convites já estavam entregues.
E se recordando do passado e ainda chorando ela adormece, com a esperança de acordar e que tudo tivesse sido apenas um cruel pesadelo.* * *
Novamente ao laboratório do FBI com uma grande caneca de café em mãos, ele senta em sua mesa e passa a rever os papéis que estavam sobre ela.
Fechando seus olhos imagina como seria difícil se acostumar longe daquele lugar, de
sua caneca de café que era responsável por o manter acordado em inúmeras madrugadas, o ajudando a solucionar casos.
Imagina sua vida sem sua arma e distintivo, ele fica pensando com um leve sorriso no rosto e começa a cochilar.
Mas logo é interrompido quando seu telefone de trabalho toca, com um olhar desanimado ele atende ao som de um longo bocejo.
_ detetive Leonel!
_ desculpe encomendar senhor, mas precisamos de sua presença aqui no laboratório do legista é referente ao caso do senhor Back!
_ Estou a caminho!
Leonel pega a caneca e seu sobretudo e se dirige ao elevador ainda tomando seu café.
Todos os detetives o olhavam com admiração e respeito, eles o admiravam por ser uma pessoa calma e tranquila. Mas nem sempre forá assim embora poucos saibam disso mas ele se tornou dessa forma depois de uma terrível experiência em seu primeiro dia de investigação em campo.
Ele estava tão apressado para ser promovido que se dedicou ao máximo para solucionar o caso, e prender o assassino. Porém, quando achava estar a traz da pessoa certa, em meio a perseguição ele corre atrás do suspeito, um homem jovem de mais ou menos trinta anos e de estatura baixa com traços marcantes asiáticos.
Ele corre atrás do suspeito que assustado tenta fugir, e em meio a uma rua movimentada o suspeito corre atravessando na frente do carro e seu corpo é arremessado para longe.
Leonel se desespera e sai correndo em direção ao homem que estava deitado coberto de sangue e já havia uma grande concentração de pessoas em volta.
Ele se ajoelha próximo ao corpo e grita para que chamem uma ambulância, o rapaz parecia estar com muito medo de morrer e pronúncia palavras em outro idioma que Leonel desconhece.
_ alguém sabe o que ele disse?
As pessoas fazem com que não com a cabeça até chegar uma senhora baixinha e também com traços asiáticos.
_ ele disse " cuide da minha família por favor!"
Ele se vira novamente para o homem esticado ao chão e tenta fazer de tudo para mante-lo a salvo, porém todas as tentativas são fracassadas.
Ele morre em seus braço, e o que deixou Leonel mais abalado, foi que uma semana após a morte dele; foi descoberto que na verdade ele era inocente, pai de duas meninas pequenas, e corria pois achava que iria ser preso pois entrará no país ilegalmente em busca de uma melhor vida para sua esposa e filhas e de um menino que estava prestes a nascer.
As autoridades nunca culparam Leonel pela morte do imigrante, até porque eles não se importavam. No entanto ele se achava culpado, e depois daquele dia ele passou a pagar cestas básicas para a família da vítima e uma renda extra, ele não foi obrigado a fazer isso, mas era o que sua consciência e culpa o mandavam fazer.
A esposa do imigrante no início não aceitava e o chamava de assassino. Mas ele chorando pediu que ela aceitasse e que queria cuidar da família dela porque esse foi o último pedido de seu falecido marido.
Ela disse que o perdoava e que iria aceitar somente o dinheiro para retornar ao seu país para junto de sua mãe. Ele concedeu seu pedido, compro as passagens aéreas e deu uma quantidade siguinificativa
De dinheiro que guardava para comprar sua casa própria.
Leonel nunca se perdoou cem por cento a partir daquele dia, nunca mais foi o mesmo, agia de maneira tranquila e já não dava mais importância as suas promoções. Mas logo elas surgiram naturalmente pois ele não deixava um caso sequer sem ser solucionado.
De volta pensando no caso de Near Black ele pega seu celular do bolso e vê que já são quase oito horas. Disca uns números e leva seu celular ao ouvido.* * *
Já são oito horas e o telefone começa a tocar. Hasse acorda em um grande salto para atender.
_ Hasse! Quem fala?
_ detetive aqui é o Leonel!
_ sim! O que o senhor deseja?
_ preciso que venha aqui! Temos uma nova pista sobre o caso! E quero que a senhora esteja presente para sabermos o que é!
_ ok! Já estou saindo!
A ligação encerra e Hasse novamente pega seu sobretudo, calça seus sapatos e passa uma água fria em seu rosto e sai.