Capítulo 7.

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Uma voz chama meu nome, eu consigo identificar quem é ou por que me chama tão desesperadamente. Tento abrir os olhos e uma claridade forte me cega por alguns segundos, pisco os olhos e começo a ver com clareza.

- Liz! Elizabeth? - escuro meu irmão chamar.

Vejo Joey na minha frente, com cara de preocupação mas só consigo pensar em uma coisa. Minha testa está ardendo. Eu sei que é um pensamento idiota, mas ela realmente está.

- O que aconteceu? - pergunto sem entender nada.

Levo os dedos a testa e eles saem sujos de sangue. Eu bati a cabeça, por isso minha testa arde. Sinto vontade de rir por só pensar nisso, mas não o faço.

- Você desmaiou, eu acordei com o barulho do copo. - ele me responde preocupado.

Me levanto e vejo o copo quebrado ao lado da minha cabeça, então foi assim que machuquei a testa. Me sento no banco e respiro.

- Relaxa Joey, parece que você vai desmaiar. - digo brincando.

- Você me assustou. - ele responde ríspido e eu dou um meio sorriso.

- Eu estou bem agora. Pode ir que eu arrumo tudo aqui. - afirmo.

- Certeza? - ele se assegura, faço que sim e ele sobe.

Pego os cacos de vidro do chão e depois dou uma varrida. Vou no banheiro, lavo o pequeno corte na minha testa. Ainda bem que minha mãe está fora, ela morreria.

Mas eu entenderia a preocupação dela, afinal minhas chances de morrer a qualquer momento triplicaram.

Passo um remédio no corte para cicatrizar e coloco minhas roupas usuais, depois desço e tomo café da manhã.

~~~

O dia na escola passagem grandes acontecimentos e volto para casa, escrevo no mesmo caderno preto de antes.

Já de banho tomado e deveres prontos, desço para jantar. Me sento perto de Sam e começo a comer.

- Elizabeth, o que é isso na sua testa? - minha mãe pergunta me encarando.

Levanto os olhos para ela e me faço de boba:

- Que coisa?

- Esse corte, bem na lateral da sua testa.

- Ah. - respondo e dou um sorriso. - Eu caí.

- Mentira mãe, ela desmaiou. - Joey responde prontamente.

Olho para ele e reviro os olhos, não tinha a necessidade de preocupar a mamãe.

- Da na mesma. - falo, mexendo na comida.

- Não dá, não! - minha mãe eleva o tom de voz e me olha preocupada. - Por que não me contou?

- Eu não queria te preocupar, foi uma coisa boba. - respondo suspirando e desvio o olhar para o prato.

- Tudo bem, mas conte se acontecer de novo. - ela impõe e eu concordo.

~~~

- Lizzie, acorda. - minha mãe chama.

Resmungo e viro pro lado.

- Vai, levanta. Agora. - ela diz e sai do quarto, eu continuo deitada. Não tenho nada além de sono agora.

~~~

- Elizabeth Harrison, levanta agora. Você tem cinco minutos pra se vestir. - minha mãe fala alto e eu levanto assustada.

Ela sai e eu olho no relógio.

- Merda. - sussurro e vou rápido pro guarda roupa, pego a primeira calça e blusa que vejo.

Estou atrasada. Muito atrasada.

Coloco a roupa bem rápido e desço correndo,olhando em volta.

- Cadê o Sams? - pergunto e ele surge do meu lado e eu o puxo pra fora.

Escuto minha mãe gritar "Coma na escola, viu?" mas já estou andando rápido com Sammy ao meu lado.

- Estamos atrasados e é sua culpa. - Sam fala com uma voz irritante.

- Cala boca e anda rápido. - digo ríspida.

O puxo pelo braço e olho no relógio, temos cinco minutos e falta dois quarteirões. Começo a correr puxando Sam.

- Você não deve correr, mamãe falou isso. - ele avisa inocente.

Reviro os olhos e corro mais rápido. Um quarteirão, dois minutos.

- Droga, droga. Vai rápido Sam. - falo desesperada,correndo mais e paro na frente da escola dele. - Entra.

E disparo pra minha escola. Só mais alguns passos. Entro na escola e corro pra sala de Química,o sinal bate no exato momento em que entro na sala.

Minha respiração está muito irregular e começo a ver vários pontos pretos na minha visão. Minhas pernas parecem gelatina, sinto meu nariz escorrer. Não por favor não, aqui não.

Levo a mão ao meu nariz e a olho de volta, vermelha. Droga, droga. Vejo o professor olhar pra mim, junto com todo o resto da sala. Nate está ali, mas ele não sabe.

Só Margo sabe. O professor se aproxima de mim e a essa altura o chão e minha camiseta estão sujos de sangue.

- O que está acontecendo? Meu Deus! O que você tem? - ele pergunta desesperado.

Olho para o Nate, que está olhando preocupado pra mim.

- Margo... Chame a Margo. - digo para o garoto ruivo.

Os pontos pretos dominam minha visão, sinto o baque do meu corpo no chão e tudo escurece.

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Obrigada,

Ju <3

StormOnde histórias criam vida. Descubra agora