Storm

Capítulo 8.

Sangue, estou sentindo cheiro e gosto de sangue. Merda, merda e merda.

Infelizmente eu me lembro do que aconteceu/ainda acontece, começo a respirar pela boca e abro os olhos.

Eu estou no chão, mas tem alguém me segurando em seu colo, sendo que só minhas pernas estão estendidas no chão. Tem alguém segurando um pano em meu nariz, forço minha visão a se focar. É o Sr. Parker, o professor, ele está me olhando preocupado e todos os outros alunos em minha volta também.

Nate não está ali então ou ele foi chamar Margo ou eu estou em seu colo. Nenhuma das opções são agradáveis pois ou eu estaria no colo de Nate ou estaria no colo de qualquer outra pessoa.

- Ela está acordando. Srt. Elizabeth um dos alunos já foi chamar a Srt. Margo. Mas o que você tem? - ele pergunta.

O Sr. Parker sempre chama as pessoas de Sr ou Sra, o que é engraçado.

Acho que estou delirando, pra ficar pensando nessas coisas agora.

Mas eu só queria tentar me distrair do que está acontecendo.

Levo a mão a minha cabeça e meus olhos ficam marejados, eu não quero responder mas não tenho escolha.

- Eu tenho Leucêmia. - digo baixo.

Fungo e ele arregala os olhos.

Tiro a mão dele do pano que pressiona meu nariz com delicadeza e coloco a minha no lugar, fazendo pressão.

- Você tem o que? - a pessoa na qual eu estou no colo fala e sua voz é definitivamente do Nate.

Pelo menos é alguém que eu conheço. Só não tenho certeza de que isso é uma coisa boa ou ruim. Eu não respondo, dizer uma vez já é o suficiente.

Me ergo o suficiente para me arrastar para fora de seu colo. Me sento no chão, olho pra ele e depois desvio para o professor.

- Vou ligar para a ambulância. - o Professor diz e se levanta.

Ele sai no mesmo momento em que Margo entra. Ela estava com o peito subindo e descendo rápido, sinal de que ela tinha corrido. Ela vem até mim e se ajoelha ao meu lado.

- Meu Deus, o que está acontecendo? - Margo pergunta.

- É um sintoma, pessoas com Leucemia podem ter hemorragias e diminuição das plaquetas.

- E o que eu faço? - ela pergunta também desesperada e eu nego com a cabeça indicando que nada.

- O professor foi chamar uma ambulância. - digo a olhando assustada.

~~~

A ambulância chegou cinco minutos depois, levaram uma maca e me colocaram nela. Incrível, não?

Depois colocaram uma gaze enrolada em cada uma das narinas. Mais coisas incríveis. E depois me levaram pra ambulância.

- Você perdeu bastante sangue então provavelmente vai desmaiar no caminho. Mas nós vamos cuidar bem de você e a escola vai avisar sua família, ok? - o paramédico me diz e eu só concordo com a cabeça.

Sinto a ambulância andar e depois minha visão escurece.

~~~

Abro os olhos e vejo um quarto branco novamente. Minha mãe está sentada na poltrona ao meu lado e Joey estava no sofá do outro lado. Essa é a primeira coisa que percebo.

Minha mãe me vê acordada e da um sorriso cansado.

- Oi Lizzie, como se sente? -  ela pergunta, mas a segunda coisa que percebo é o "Lizzie" saindo da sua boca.

Ela me chamou de Lizzie.

Ela só me chama de Lizzie quando as coisas não vão muito bem, olho para ela meio desesperada.

- Estou bem. - respondo baixo.

Joey se levanta e vem até mim, se senta na beirada da cama.

- Hey, Liz. - ele diz e  sorri.

Ele beija minha testa e continua:

- Mesmo com todo esse ar de hospital você continua linda.

Dou uma risada.

- Obrigada Joey, cadê o médico? - pergunto.

- Ele já veio, disse que você está bem. Que prognóstico é bom e que foi só uma queda de plaquetas. Mas você vai ficar bem. - minha mãe explica e eu concordo.

Alguém bate na porta e minha mãe abre. Margo, Nate e Julianne entram sorrindo, meu coração dispara e uma vontade de desaparecer me domina.

- O que vocês estão fazendo aqui pessoal? - pergunto envergonhada.

- Viemos ver você Liz. - Margo diz como se fosse óbvio, e realmente era mas...

- É, você nos assustou. - disse Julianne.

- Desculpa. - eu peço e olho pro Nate.

- Você não contou. Por que? - ele pergunta e eu respiro fundo.

Sinto meus olhos se encherem de água.

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Obrigada,

Ju <3