Capítulo 6.

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Me olho no espelho e passo a mão no  cabelo, o médico disse que iria demorar mais ou menos duas semanas pro meu cabelo cair. Suspiro e passo a mão na camiseta para alisar o tecido, desço e beijo a bochecha da minha mãe. Vou na garagem pegar minha bicicleta, já que Zack guardou o número e me mandou mensagem perguntando o meu endereço.

Subo na bicicleta e vou pra rua, ando até a rua que Zack e eu marcamos.
Chego lá e ele está parado na bicicleta conversando com um garoto com traços parecidos porém parecia mais novo. Me aproximo e dou um sorriso, Zack retribui.

- E aí Liz? - ele me comprimenta. - Esse é meu irmão mais novo, Luke.

Ele o aponta com a cabeça. Eu dou um sorriso sem mostrar os dentes, Luke dá um acenou fraco.

- Então vamos? - pergunto e eles concordam.

Saímos com as bicicletas e começamos a dar voltas pelo bairro.

Sinto meu corpo cansado depois de um tempo,mas continuo andando.

- Qual sotaque você prefere? - Zack pergunta enquanto pedalamos.

- Eu gosto mais do dos americanos. - sorri. - O nosso é muito certinho, e você?

- Acho que o nosso também, mas em você o sotaque fica muito bem. - ele sorri levantando as sobrancelhas freneticamente e rindo.

E então eu dou uma risada de sua expressão.

Sinto uma tontura repentina e paro a bicicleta.

- Não estou me sentindo bem, acho melhor voltar. - digo e respiro fundo.

- A gente te acompanha. - o irmão mais velho diz firmemente.

Zack da a volta com a bicicleta e Luke o acompanha, dou um sorriso e viro a minha também.
     
                             ~~~

Me sento na mesma poltrona, no mesmo hospital, com o mesmo líquido entrando em minhas veias. Um ótimo sábado, incrível. Olho em volta e todas as pessoas que estão ali estão ou com a cabeça rapada ou sem nenhum fio de cabelo, isso me dá vontade de chorar mas eu não o faço.

Volto a atenção para o livro que eu trouxe e começo a lê-lo.

~~~

Depois de vomitar o que parece a comida de uma semana inteira, me levanto, limpo a boca e escovo os dentes. Saio do banheiro devagar e fazendo silêncio pois já é madrugada, vou andando em direção ao um quarto que não me pertence, mas o faço de propósito. Entro no quarto do Joey e o cutuco.

- Joey, posso dormir com você? - pergunto com a voz tremendo.

Ele abre os olhos e sorri.

- Você voltou a ter oito anos? - ele pergunta.

Ele chega pra lá na cama dele e bate nela de leve, indicando para eu me deitar.

- Hoje sim. - respondo.

Me deito ao seu lado e ele me abraça. Assustada digo:

- Eu estou com medo Joey. Eu não quero morrer com dezesseis anos.

- Vai ficar tudo bem, você não vai morrer. - ele responde com a voz também assustada, porém ele tenta né passar calma.

Fungo e fecho os olhos, era o que eu precisava ouvir. Escuto a porta do quarto dele se abrindo e abro os olhos a tempo de ver Sams entrar.

- Eu ouvi vocês. Posso dormir aqui também? - ele pergunta com uma voz doce e temerosa.

Sorri e bati a mão de leve do meu lado, igual a Joey. Ele se deita e eu o abraço, ele por um milagre não discute.

- Sorte que sua cama é grande Joey. - brinco e dou uma risada, os dois me acompanharam.

Depois disso eu fecho os olhos e durmo.

~~~

Abro os olhos, mas os deixo semicerrados por causa da claridade repentina. Ergo um pouco a cabeça e vejo que meus irmãos ainda dormem, como estou no meio tenho o maior cuidado para levantar. Vou a cozinha, pego um copo de água e meus remédios. Olho para eles na palma da minha mão e os jogo na boca, de uma vez, e bebo toda a água. Respiro fundo sinto minha visão escurecer, o copo escorrega da minha mão e se quebra no chão.

E essa é a última coisa que escuto.

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Obrigada,

Ju <3

StormOnde histórias criam vida. Descubra agora