7 - Intrigas

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Jullian levantou-se para trabalhar bem cedo. Tomou um banho, se arrumou, beijou Anna com carinho e foi pegar o ônibus.

Ao chegar na estação, pegou seu livro surrado e ficou lendo até o ônibus chegar. E então aconteceu. Um carro veio em disparada em sua direção e, sem saber o que fazer, Jullian fechou os olhos e esperou que o automóvel viesse com toda a sua forçae se chocasse contra seu corpo ainda frágil. E depois, não sentiu nada além de uma dor aguda, sua visão se apagou e ele sentiu seu corpo cair sobre o chão ainda frio. Esperava que Brianna o achasse, mas isso não aconteceria. Ela ainda estava em casa, dormindo, sem suspeitar que isso aconteceria.

As pessoas já se juntavam em um grande círculo em volta do carro e do menino ensanguentado caído no chão. Alguém chamou uma ambulância, que veio às pressas para socorrer o menino. Chamaram também a polícia, mas a motorista, que era muito rica, se livrou da cadeia com um pequeno bolo de dinheiro. Injusto? Talvez. Mas ninguém se importava com isso, já que Jullian nem era conhecido. 

O pobre menino, que estava sozinho no hospital, quase morrendo, ficou desacordado por vários dias e ninguém sabia por quem chamar. Ligaram, então, para sua mãe, que estava no trabalho bem naquela hora. Assim que atendeu, ela se espantou. 

- Olá, a senhora Theresa Marie Martinez está? 

- Sou eu, quem fala?

- Sou do hospital Salpêtrière, e gostaria de lhe informar que seu filho Jullian Martinez Garcia está internado em estado grave por um atropelamento no bairro Montmartre, em Paris. 

- Meu filho está em Paris? Mas não é possível! Ele sumiu faz alguns meses e não o achamos em parte alguma!

- Sinto informar, mas ele corre grande risco de morte. Se a senhora quiser vir até aqui, liberaremos a visita. 

- Estou indo agora mesmo, obrigada por avisar. 

Fizeram mais exames no garoto, e ele não acordava. O que teria acontecido? Uma noite, o ouviram chamar o nome de uma menina. Brianna. Mas não a encontraram em parte alguma, então pensaram ser mais uma paixonite de adolescente. O estado de Jullian só piorava e ninguém sabia o real motivo. 

Brianna

Se passaram dias e Jullian não voltou. Onde ele estava? Fui até o serviço dele e me disseram que não o viam há um bom tempo. Será que ele fugiu para que eu não o procurasse mais? Não sei o que houve, mas algo ia mal.

Procurei em vários locais, mas não achava nenhuma pista, até que eu vi seu rosto estampado em uma revista, todo ensanguentado. Corri para o local indicado mas tudo foi inútil. Não me deixaram entrar. Esperei por vários dias, mas não havia sinal de melhora no estado de Jullian. 

Um dia, quando eu estava indo pegar água, ouvi gritarem meu nome. Segui a voz e o achei deitado em uma maca, o rosto pálido e cheio de curativos. Corri até ele e beijei sua face, feliz por vê-lo depois de dias. Senti uma mão segurando meu pulso e fiquei feliz em saber que era meu amado a me prender ali. 

- Anna... É você?

- Sim meu amor, sou eu. Você está bem? 

- Estou bem melhor agora. E você? Me desculpa por não voltar pra casa, Anna. 

- Agora está tudo bem. Você não teve culpa, amor. 

- Tive sim... 

- Esquece isso. Quer algo? Um suco? Ta doendo?

- Quero sair daqui. 

- Você vai sair, meu amor. 

- Quero sair agora. 

- Vou te tirar desse lugar. Eu prometo. 

Beijei seus lábios pálidos com carinho e saí de lá distraidamente. Entrei em uma sala privada para funcionários sem saber o que me aguardava. Meu futuro e o de Jullian, agora estavam em minhas mãos. E eu tenho certeza que vou conseguir tirá-lo desse lugar, custe o que custar. 

Em Busca do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora