Acordar para a Vida

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Naquela noite, acordei com um sobresalto e com a respiração acelerada. Sinto um braço quente e pesado em minha cintura, e apesar de me sentir completamente destruída, arranjo forças não sei de onde e me levanto daquela pequena cama, o que deixa meu bravo colega, e meu melhor amigo, deitado na cama todo jogado e soltando vários roncos. Lembro-me apenas de algumas partes da noite passada, mas a que mais se destaca foi a parte de eu, e Naruto, o atual Hokage, voltarmos pra minha casa, já meio alterados por causa do sakê. Não havia nada entre nós, todos sabiam, mas era comum termos essas saídas, pois confiamos e consideramos muito um ao outro. Então, em meio a tantos pensamentos entro no banho, e deixo a água quente escorrer pela minhas costas nuas e cheias de cicatrizes devido a muitas batalhas, principalmente a Grande Guerra.

Se não me engano esse mês iria completar 5 anos que ocorreu a Guerra. Não posso dizer que a vila esteve muito agitada, ou algo parecido. O mundo tinha entrado em uma situação de plena paz, e os problemas que ocorriam eram mínimos e eram resolvidos completamente. Solto um grande suspiro, tantas coisas mudaram. Sasuke foi embora e nunca mais deu notícias ou mandou presentes. E eu não esperava que ele o fizesse, mas não posso dizer que não ia ficar feliz se o fizesse.

Saio do banho, enrolo uma toalha em mim mesma e vou até meu quarto e troco de roupa. Coloco um short e uma blusa simples, prendo meu cabelo, afinal aquele maldito cabelo que vai até um pouco mais que a metade das minhas costas me dava um calor danado. E mesmo com todo esse movimento, Naruto não acordou. Bufo e penso que irei levar um grande sermão do Shikamaru e do Kakashi por ser uma má influência para Naruto. Vou até a cozinha preparar o café, e enquanto a água está prestes a ferver sinto 4 chakras se aproximarem. Finalmente eles chegaram. Antes que eles se atrevam a bater em minha porta, a abro. E suas caras de surpresa me fizeram dar risada. Lee, Neji, Shikamaru e Kakashi estavam ali. Dei-lhes um belo sorriso. E o retribuíram com uma pequena reverência, pois eu era a substituta de Tsunade, ou seja, uma médica Sannin.

- Ele esta aqui, não esta, Sakura? - Perguntou Shikamaru ao entrar, e eu indiquei para os outros entrarem.

- Como sempre, se o perderem é só procurar por aqui. Irei acorda-lo em breve. - Sorri e lhes dei as costas para pegar um pequeno balde em um dos armários e enche-lo com água. Ao fazer isso sinto alguns olhos em mim. É claro que com as minhas roupas, que particularmente eram desapropriadas para receber alguem em casa, eles iriam olhar. Abano minha cabeça rapidamente e me volto para o balde enquanto caminho para o quarto do fundo. Antes de ir parei do lado do Shikamaru. - Dê um desconto pra ele, é muita pressão.

Sigo meu caminho até o quarto, e ouço o ronco do Hokage. Daquele jeito ele me lembrava do meu antigo eu, e isso eu evitava trazer de volta para minha mente. Me preparo pra reação que viria a seguir, e de uma vez jogo a água que estava no balde na sua cara. Saio andando e só ouço gritos e xingamentos vindo de meu quarto. Certeza que ele iria me ignorar por uma semana inteira, pois eu jurei que nunca mais iria acorda-lo daquele jeito. Ele achava uma bela de uma falta de respeito. Ao voltar para sala,vejo os garotos com uma postura meio rígida como se por acaso encostassem em qualquer coisa, eu mataria. Sorri para os meninos e indiquei o sofá, que por cara de pau, Shikamaru já ocupava uma grande parte dele.

- Sakura-san, obrigado. Como anda suas missões? Soube que esta trabalhando bastante. - Comentou Neji ao se sentar em uma poltrona.

- Sim, estou trabalhando absurdamente essa semana. Ser Ninja Médica é muito trabalho pra mim. Mas Naruto me conseguiu uns 4 dias de folga. - Respondi.

- Essa é sua posição Sakura, devia se orgulhar. - Shikamaru Comentou ao perceber a agitação que vinha do Corredor.

- Shikamaru, você não larga mesmo do meu pé. - Comentou um Naruto sonolento. Apontei para a bancada da cozinha e vi seus olhos brilharem ao ver uma belo e farto café da manhã preparado para ele. Enquanto enfiava várias torradas na boca falou algo indecifrável, e todos olharam com ponto de interrogação estampado na cara, mas eu respondi porquê surpreendentemente eu o entendia.

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