Histórias de Terror?

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Ela tocou em minhas bochechas com um pouco de nojo. Papai e  mamãe me abraçam bem forte. Como é bom. Que sensação maravilhosa. De ter alguém te amando. De ter o calor de outra pessoa. Sentir a pulsação de quem te criou. De respirar com alívio. O cheiro das tortas da vovó entram em meu nariz com harmonia. São as maçãs frescas que colhi ontem a tarde escondida no jardim da rabugenta Sra. Riggs, são as mais deliciosas. Ainda bem que ela nunca descobre. O cantar dos pássaros, os assovios do vento, o sol entrando nas janelas de casa. Estou finalmente de volta. Ou não? Bem, isso apenas o rachado espelho do único banheiro da casa vai "dizer".

       Alguns minutos se passaram e papai e mamãe me deixam descansar. Eles também estavam aliviados. Graças a Deus. Eu não devo estar tão ruim assim! Meus pés roxos e congelantes descem delicadamente até o quente e felpudo tapete vermelho do meu quarto. Eu desmorono. Não consigo andar direito. Se tornou algo assustador para mim. Sério que vou ter que relembrar como andar? Bem. Vamos lá. Pé direito e esquerdo. Consigo caminhar. Bem doída, sofrida, e quase chorosa eu caminho singelamente até o corredor. Isso com certeza é o bastante para uma garota de doze anos se jogar de uma vez para o submundo com apenas uma faca ou uma banheira quente. Mas eu obviamente não vou causar essa burrice. O tapete acaba aqui. O chão por sorte está aquecido, aqui é onde os raios do sol bailaram por pouco tempo. Que  ótimo. Mas não deixa de estar frio. A chuva não para. Que dia das bruxas maravilhoso. A casa está quase decorada, com algumas velas vermelhas e decorativos assustadores. Os doces da vovó que toda vila gosta estão prontos! Os sessenta e seis vão se tornar sessenta e cinco. Opa.                                                                                                                       A porta de madeira (como boa parte da casa) é tão velha que chega a sair ruídos só com um toque. Assustador. Bem, acho que está na hora de revelar para mim mesma essa minha face. Eu chego quase que me arrastado para perto da pia onde logo a cima fica o espelho. Está meio embaçado. Eu passo a mão tremida para tirar a umidade que se formou. Eu grito. Não dá para gritar mais alto do que isso. Minha voz falha. A minha pele pálida está vermelha com enormes rachaduras arroxeadas. O sangue parece querer escapar, mas é impossível.  Meu olho direito está caído e eu quase não respiro bem. O meu lado direito está uma completa aberração. Eu tombo no chão. De novo desmaiada não. EU NÃO AGUENTO MAIS QUE PAUSEM POR HORAS MINHA PRECIOSA PULSAÇÃO!
    Minha sanidade está cada vez mais indo por água a baixo.

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Atrasei uns dois meses? Sim. Desculpa aí, hehe...

~WB

       

       

Caça as BruxasOnde histórias criam vida. Descubra agora