Mais tarde Emi dissera que, pelo fato de o prédio em si ser bastante perigoso (já que era movimentado à noite por todo o tipo de gente, que ia em direção às raves subterrâneas) as portas eram reforçadas.
Quinze ou vinte minutos depois, Emi nos mostrou onde ficava o filtro e, só depois de beber água pude de fato observar o ambiente.
A loja em si era consideravelmente grande e organizada. As várias seções eram separadas pela cor e símbolos desenhados na parede, mas organizadas praticamente todas da mesma forma: parede decorada conforme a seção, balõezinhos pendendo do teto, amarradas a fios de náilon sobre as bancadas cheias de produtos (variavam de camisetas à action figures (Vítor explicou que eram a representação dos bonequinhos famosos de animes e outras mídias) e que mostravam desenhos ou imagens do que cada seção era.
A seção de mangás tinha a parede cheia de desenhos de personagens japoneses. Os balõezinhos mostravam desenhos de mais personagens de anime e nomes estranhos. A bancada era cheia de bonecos e camisetas estampadas.
A seção de bandas tinha o tema preto. Nomes e símbolos de várias bandas preenchiam os espaços, tornando a combinação de preto e slogans perfeita. A bancada dessa seção era especialmente de camisetas.
A seção de eletrônicos tinha as paredes decoradas com figuras de consoles de vídeo games, headphones e detalhes que conferiam um ar tecnológico. A bancada desta era cheia dos próprios headphones, camisetas decoradas, CDs e DVDs.
No balcão, bem abaixo da bancada onde o vendedor realizava todas as compras, prateleiras se dividiam atrás de uma divisória de vidro. Nas prateleiras, vários acessórios, itens que eu não sabia dizer o que eram e capas para celular estavam organizados com zelo.
Na ponta da bancada havia uma cesta grande. Dentro dela, um monte de buttoms com temas variados e diferentes podiam ser vistos. Vasculhei alguns para ver se achava um que me agradasse, acabei pegando três: um de uma banda que eu gostava, um de pokébola (o buttom era redondo e tinha um risco com uma bolinha no meio) e outro com o cogumelo do jogo "Super Mario Bros.". Aquele cogumelo representava uma vida a mais, e vida era tudo o que eu tinha e iria fazer de tudo para zelar.
Nada mais apropriado!
Minhas costas estavam quentes e suadas quando tirei a mochila para prendê-los. Depois a deixei onde estava, largando-a no chão - e fui dar uma olhada nos outros produtos da loja, já que todos faziam o mesmo.
Emi tinha sumido de vista neste momento, mas logo reapareceu, chamando todo mundo.
Ela estava no canto mais afastado do estabelecimento, dentro de um dos cinco provadores. As cortinas estavam afastadas e quando todos nos aproximamos, vimos que faltava uma das grandes cerâmicas do chão. No lugar dela havia uma escada, que dava para um ambiente escuro.
Uma passagem secreta.
- Sigam-me, as armas estão lá dentro. – foi o que disse antes de descer para a escuridão.
Entreolhamo-nos e após um dar de ombros coletivo, um a um foi descendo as escadas. Fui o último.
Quando minha visão se acostumou à escuridão, pude enxergar as suaves luzes vermelhas, azuis e verdes. Tudo ali (desde o teto até o piso) era pintado de preto. As lâmpadas com cores incomuns estavam espalhadas em fileiras e havia um intervalo entre uma e outra. Tudo aquilo dava um ar sombrio e ao mesmo tempo convidativo ao local, que cheirava a metal, couro e algo que eu não sabia identificar ao certo. Era uma substância meio oleosa, talvez fosse o óleo lubrificante nas armas.
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ApocalipZe [Primeira versão]
Science Fiction*A história foi postada em sua primeira versão no site em 2014. De lá pra cá muita coisa mudou de maneira absurda e o autor evoluiu bastante também. Essa é uma versão-teste, que será reescrita, reeditada e revisada para se transformar em algo maior...