Capítulo 7

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-aaah eu não aguento mais!

-Ai Alexia para de reclamar, pelo menos você pode andar!

Eu retruco.

-Mas minhas pernas estão doendo!

-as minhas também mas nem por isso eu estou lamentando.

Ela bufa.

-E as minhas costas? Acha que é fácil carregar  filhote de mamute nelas?

Nic, que está com a Gabi nas costas por que ela cansou de andar, reclama. Eu dou uma breve risada.

-JÁ CHEGA! EU NÃO DOU MAIS UM PAS...

-Alexia... -chamo- olha isso.

Nicolas está de boca aberta e Gabi sorri.

-É a torre Eiffel... andamos tanto assim?

Alexia fala impressionada.

-Pois é...

Nic balbucia.

-É lindo... GENTE!! Vamos tirar uma foto!!! Nós estamos na torre Eiffel!!!!!

Eu quase grito e eles levam um susto. Alexia pega seu celular e nós tiramos uma Selfie. Caraca... Quem diria que eu algum dia estaria na torre Eiffel? Um dia estaria na França? Ainda mais por causa da minha irmã. Eu que antes faria de tudo para tê-la longe, hoje faço de tudo para ter ela aqui do meu lado...

-Gente, vamos?

Nic chama.

- Eu vou achar algum banco pra comprar os dólares! Não ando mais a pé!

-Mas e nós?

Pergunto.

-fiquem aí! Eu já volto!

Nicolas me olhou confuso. E eu e Gabi rimos. Ele foi até um carrinho e comprou pipocas.

-você tinha dólares aí?

-Sim, mas não eram muita coisa...Não dariam pra pagar um táxi.

Eu sorrio e ele me oferece as pipocas, eu pego algumas e coloco na boca. Gabi pega uma mão cheia e engole de uma vez.
Na verdade ela se apossou do pacote enquanto Nicolas e eu ficamos chupando dedo mesmo.

-Sabe, eu nunca imaginei que um dia viria a Paris. Parecia uma coisa tão distante da minha realidade.

-pra mim também. É meio doido tudo isso que está acontecendo... eu ainda não entendi direito.

-Eu acho muito bonito o que está fazendo pela sua irmã... mesmo sem saber o que realmente aconteceu. Outras pessoas deixariam quieto. 

-Quem bom que acha isso.

-Sam, você não acha que pode ter sido mesmo um sonho?

-Se fosse realmente um sonho eu não teria te conhecido e muito menos a Gabi lembraria de mim. - digo enquanto observo A Gabriela brincando sozinha a uns metros a nossa frente- Ela é a prova de que nada que eu estou fazendo aqui é uma fantasia, uma coisa da minha cabeça...

Ele sorri de lado.

-É mesmo desculpe. - sabe, eu acho que seremos bons amigos!

Quando ele disse essa última palavra eu me dou conta de que ele deixou de ser meu crush para  ser "O carinha que está virando meu amigo" na verdade ele não tem escolha. Depois de tudo que vivemos juntos, não tem como não sermos amigos.  Se bem que se subissemos uns degraus a mais na nossa relação, poderia dar errado e acabar com toda a nossa história. E lembrar dessa viagem seria dolorido ao invés de ser prazeroso.

Passamos o resto da tarde esperando a Alexia que não chegava nunca com o dinheiro, admirando aquela imagem gostosa de começo de fim de tarde. Tinham crianças que brincavam de com seus cachorros, casais namorando ou fazendo um piquenique, o sol começava a se pôr formando uma combinação perfeita de laranja rosa e azul no céu.

Já era noite quando Alexia chegou.

-Deu o maior rolo lá, já que nós não pegamos visto. Quase fui presa, mas aí eu expliquei que nós íamos ficar aqui apenas hoje e amanhã, aí o policial, meio desconfiado, me liberou.

-Vixe!!! Verdade! Nós não temos visto!  Estamos ilegais aqui!

Eu digo.

-Ótimo! Além de estar em Paris, fugido dos meus pais com uma criança menor de idade, eu ainda sou considerado criminoso aqui!

Nicolas reclama agoniado.

-Nicolas! Se acalma! Isso não vai nos afetar! A gente vai ficar aqui até amanhã, pegar minha irmã e ir embora daqui! Okay?

Explico com as mãos em seus  ombros. Ele faz que sim com a cabeça.

-Acho melhor voltar para o hotel e procurar amanhã.

Alexia diz.

-Mas a gente não procurou quase nada!

-Ela está certa Sam, melhor a gente voltar para o hotel e... e... e...

-Que foi Nicolas? Travou o disco foi?

Alexia pergunta.

-Cadê a minha irmã?

-ah! Ela tá ali!

Digo e quando me viro na direção onde ela estava e não a vi mais lá.

-Gente!  Como vocês não viram ela saindo?

Alexia diz nervosa.

-Eu estava olhando!

-ai meu Deus!  Minha mãe vai me matar!  Como ela some assim?
Ai senhor, socorro.

-Calma. Ela não pode ter ido longe. Vamos nos espalhar e procurar pelo parque. Depois nós nos encontramos aqui de novo. Vai.

Alexia fala e nos espalhamos. Eu saí procurando toda criança que tinha cara de ser a Gabi. Mas nenhuma delas ao menos se parecia com a criança.

Depois de meia hora procurando vejo uma menina de cabelos pretos compridos sentada ao lado de um cara e de uma moça.  O cara estava de Ray Ban, apesar de ser um óculos exatamente igual aos outros, eu os conheço muito bem. Corro até o casal com a criança.

-Dan?

Pergunto.

-Sam!!

-Você conhece ela?

A garota nojenta pergunta. Sophia. Me lembrem de nunca comprar qualquer coisa que tenha o rosto ou nome dela de capa.

-Sam!!!

Gabriela diz e me abraça.

-como você some assim? Seu irmão está muito preocupado! Nós tivemos que nos espalhar pela praça inteira para conseguir te achar!

Dou uma bronca.

-Calma Sam, ela só brincou longe demais e acabou parando aqui!

Dan tenta me acalmar.

-Bom tenta explicar isso pro irmão dela.

-Acho que ele vi entender quando eu disser.

-Acho que o desafio vai ser você falar pra ele.

-Relaxa! Sou bom de papo.

-Okay, então aplique seu dom.

Digo olhando para Nicolas que vem bufando de raiva e preocupação.

-Gabriela Cristine Mireli!!! -Ele diz com a voz rouca de raiva.-Você tem noção do perigo em que se meteu? E se você sumisse? E se você fosse sequestrada? E se alguém mal fizesse alguma coisa muito ruim com você? Hein?! O que eu ia falar pra mamãe? Gabriela aqui não é como a nossa cidade que é pequena! Você não pode sair assim de perto de mim!!

-Ow ow ow! Calma ae cara... ela está bem! É isso que importa! Fica calmo!

Diz Dan intervindo.

PERDI MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora