Capítulo 8

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-Calmo? Ficar calmo?! Meu filho você fala isso por que não foi sua irmã que sumiu por aí.

-Cara, relaxa!  Aqui é seguro, mais cedo ou mais tarde ela iria ser encontrada!

-Nenhum lugar é seguro! O que eu ia falar pra minha mãe quando a polícia internacional ligasse pra ela avisando que a filha dela tinha desaparecido na França? O que ela ia pensar? Ela ia pensar primeiro em me matar, depois me deixar de castigo e depois em me expulsar de casa

A essa altura ele já estava aos berros.

-Nicolas calma!

-Não quero ficar calmo Samanta! E pra mim já deu com essa loucura! Eu tô fora! Sinto muito pela sua irmã, mas eu não vou arriscar perder a minha pela sua que você nem sabe se é realmente sua irmã!

Ele berrou.  E lágrimas escorreram pelo meu rosto.

-Eu não acredito que você disse isso...

-Pois eu disse! E te aconselho a desistir também!  Nós três sabemos que isso tudo não passa de uma loucura!

Ele berra, me dá as costas e sai andando segurando a mão de Gabi.

Acho melhor acabar logo com isso. O único jeito de eu conseguir minha irmã de volta vai ser apenas, passando pela patricinha azeda.

-Sophia... eu posso ver sua irmã? É muito importante.

-Por que? O que você quer com a minha irmã?

-só quero falar com ela... só isso...

-Bom acho que não tem mal algum em deixar ela conhecer sua irmã Soph.

Dan me ajuda.

-Okay então, mas só por que o Dan pediu.

Eles me levaram de volta até o hotel. Chegando lá fomos caminhando até o quarto se Sophia (leia-se: Pegamos o elevador e andamos até a porta do quarto dela.). Finalmente vou poder acabar com tudo isso, vou ter minha irmã de volta!

-Suelen tem uma garota querendo te ver!

Ela grita quando entramos no quarto e logo Suelen aparece.  Nesse momento tive plena certeza que ela era minha irmã. Ela usava um short jeans, uma blusinha branca e um tênis um tanto estiloso e garanto que caro. Seus cabelos estavam soltos caindo sobre seus ombros pequenos.

Eu me ajoelho e a Abraço.

-Minha irmãzinha! Que saudade que senti de você!  Eu te juro que nunca mais te falo aquelas coisas!

Depois que eu a soltei ela me olhou assustada. E correu até Sophia.

-Soph quem é ela? Ela está me assustando.

Suelen diz para Sophia.

-Garota que papo é esse de irmãzinha? Suelen é MINHA irmã! Não fantasie nada na sua cabeça e tente dizer que é verdade, só para arrancar o dinheiro dela. Agora vai embora daqui antes que eu chame os seguranças!

Sinto pontadas de dor em meu peito. Não acredito que ela não se lembra de mim... o que aconteceu na minha vida? Será que eu realmente estou louca?
Mas então por que a Gabi se lembra de mim?

Eu apenas saio correndo tentando manter as lágrimas em seu lugar. Mas enquanto eu saio consigo ouvir Dan dizendo algo como : "Não acredito que ajudei uma interesseira!"

Me senti horrível por eles pensarem isso de mim. Mas naquele momento isso não importava, eu acabo de perder minha irmã para sempre. Minha irmã.

Volto cambaleando para meu quarto. Quando entro vejo que as malas de Nicolas não estão mais lá.

-Ele já foi embora.

-Acho que também devemos ir. Suelen não se lembra de mim.

-Você encontrou ela?

-Os poucos minutos mais dolorosos da minha vida!

Não me contenho e começo a chorar. Minha amiga me abraça e vai me dizendo coisas como: Vai ficar tudo bem.

Nós já estamos no aeroporto caminhando para a área de embarque. Entramos no avião e fomos juntas dessa vez. Quando o avião pousou, nós desembarcamos e fomos para o carro de Alexia que tinha ficado perto do aeroporto.

Ela me levou até em casa.

-Que história hein?!

Ela diz assim que estaciona o carro.

-Verdade...

-e agora? O que você vai fazer?

-Seguir em frente. Essa coisa que tirou minha irmã de mim não está nem um pouco disposta a me ajudar e trazer ela de volta.

-Okay... Se você quer assim. Aliás, eu amei ir para Paris.

Eu sorri e me despedi de Alexia. Entrei em casa e minha mãe estava na sala.
Aqui ainda era de tarde.

-Filha!! O que deu pra você voltar mais cedo?

Ela diz sorrindo enquanto me abraça.

-vontade. Nós já havíamos terminado tudo então não tinha o por quê de eu ficar lá.

Respondo.

-Okay... tudo bem! Quer comer alguma coisa?

-Sim quero!

De fato eu  realmente queria. Não tinha comido nada além daquelas pipocas do Nicolas e água. Por lembrar dele, será que ele já chegou? Eu que não queria ter nada com ele para não estragar tudo, acabei fazendo o que eu  menos desejava. De um jeito ou de outro, essa viajem realmente será uma lembrança ruim. 

Eu e minha mãe passamos o resto do dia aproveitando que ela estava de folga.

Desde que minha irmã nasceu eu nunca mais tive uma tarde sozinha com minha mãe. Um dia sozinha com ela. Nunca mais pudemos conversar sobre tudo. Novelas, filmes, trabalho, escola, problemas, amizade, garotos. Falamos sobre tudo. E eu adorei ter esse dia pertinho da minha mãe. 

E eu finalmente, ganhei um colinho. Eu fui lembrada como uma pessoa, como alguém que também pensa, que chora e que tem sentimentos. Eu me senti lembrada. E me senti amada.

PERDI MINHA IRMÃOnde histórias criam vida. Descubra agora