Capítulo III

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Acordo com uma puta de uma ressaca, para compensar ainda estou com uma dor de cabeça do tamanho da cabeça da Katy.

Olho ao redor e a mim mesma, estou em meu quarto - graças a Deus! - mas estou nuazinha debaixo das cobertas.

- Puta merda! - sussurro e dou um tapa em minha testa.

Não consigo nem lembrar da noite passada, só daquele moreno desconhecido de olhos verdes me fazendo gozar... Qual é Amber? Logo pela manhã?

Tiro as cobertas e vou pegar meu robe branco na poltrona de couro.

Sigo para fora do quarto e encontro Katy de robe no sofá com uma xícara de café em mãos assistindo o jornal da CNN.

- Mau dia Katy.- falei andando em direção a cafeteira da cozinha com uma xícara do lado da mesa.

- Mau dia Amber. Lembra de alguma coisa de ontem? - falou tomando um gole do café.

- Nadica de nada e você? - falei me sentando ao lado dela no sofá.

- Tudinho, até a parte em que você subiu na mesa do bar e ameaçou tirar a roupa, ai todo mundo começou a gritar "tira!!, tira!!"- gritou a última parte levantando os braços, com o sorriso brincalhão no rosto.

- Não - gemi.

- Relaxa. Você não tirou a roupa dessa vez, só chupou um limão bem azedo que te ofereceram e comeu os amendoins que ficam na mesa onde muita gente passa a mão.

- Por quê me deixou fazer isso? - perguntei em suplica.

- Por que eu também comi - respirou resignada - você acha que se eu tivesse condições de alguma coisa teria permitido isso?

- Foi tão ruim assim?

- Ah não! O limão até que estava bom, a gente colocou uma pitadinha de açucar, ai você começou a se atracar com o Caio.

- Caio?

- É, o moreno gostoso em que você subiu no colo e começou a comê-lo com a língua.- falou me olhando com certa diversão.

- Minha nossa! - falei exasperada colocando a xícara quente em minha testa.

- O carro ficou no estacionamento da boate; você dormiu com o Caio aqui em casa, deu pra ouvir os gemidos  - falou contando nos dedos -; eu dormi morta de cansaço e a melhor parte, engraçada digamos, nós três, eu, você e o Caio cantando Na Na Na do One Direction no táxi junto com o motorista.- nós rimos da situação a gargalhadas, bem que me lembro dessa parte...
                                  
                                 ***

Faço minha higiene, logo tomo muita água e um Advil para melhorar a dor de cabeça.

Visto macacão azul-marinho com um decote amplo nas costas, faço uma maquiagem leve, prendo meus cabelos em um coque alto e completo com saltos pretos Manolo Blahnik.

- Katy! Vamos! - gritei para a minha amiga do meu quarto.

Hoje é domingo e como não tem nada para fazer, resolvemos almoçar num restaurante perto de casa.

A Katy vestia um vestido florido e seus cabelos estavam armados com uma presilha prateada. Nada mal.

Chegamos ao restaurante e fomos recebidas pelo maitre que nos levou a uma mesa perto das janelas.

Pedimos bebidas antes do prato e começamos a conversar sobre futilidades e fofocas - claro.

- Olha só quem chegou.- falou apontando o copo para a saída.

Virei a cabeça e vi nada mais, nada menos que a maior vadia de Nova York.

Ashillay Forbes, uma antiga "amiga" que me traiu com meu próprio namorado e ainda por cima roubou o noivo da Katy.

Nos conhecemos no alojamento da faculdade de administração, ficamos amigas logo de cara, mas tudo mudou quando eu estava namorando com Daniel; estávamos namorando a um ano.

Num certo dia, saí do alojamento para correr pelo campus e quando volto, vejo minha "amiga" no meio das pernas do meu namorado chupando as bolas do cara!

Mas eu fiquei muito fula da vida, corri até ela, a puxei pelos cabelos e dei vários tapas em sua cara e murros no seu maxilar, nem dei tempo a ela de se defender, a joguei no chão com força, peguei minha bolsa e sai do quarto.

Mas não pense que Daniel ficou impune nessa.

O humilhei em uma festa, e acredite, foi um momento I.N.E.S.Q.U.E.C.I.V.E.L.

Conheci a Katy tempos depois em uma festa, nos damos super bem e nos tornamos muito amigas, quanto ao roubo do noivo da Katy, história infeliz, conto outra hora.

Mas somos amigas, tanto é que moramos juntas hoje, não?

Ela entra vestindo um vestido rosa bebê decotado no colo e solto no quadril, com uma bolsa do lado do corpo.

Minha opinião, ela é linda e bonita de corpo, mas é uma vadia sem escrúpulos.

O maitre a leva para uma mesa perto da nossa e se senta.

Ela vira o rosto e dá de cara conosco, pisca algumas vezes e dá um aceno com a mão direita e um sorriso cínico em nossa direção.

Viro o rosto e volto a beber, Katy respirou fundo e olhou para mim com uma cara de quem diz me leva embora, se não eu mato aquela puta, chamo o garçom e peço a conta.

Olho para mesa da Forbes e vejo sentado um homem moreno, de ombros largos e olhos verdes.

Não pode ser.

O desconhecido da boate, sentado do lado da piranha.

- Mas que porra é essa.- sussurro.

Ele vira o rosto e olha para mim, seus olhos arregalam-se minimamente em surpresa.

FIRE - HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora