Capítulo IX

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Sou desperta pela claridade vinda da janela e com ela a lembrança da noite que tivemos.

Passo a mão do lado esquerdo da cama e vejo que está vazia.

Dou um suspiro e me levanto pegando no chão sua camisa jogada e me vestindo com ela.

Olho ao redor e vou em direção a porta que está entreaberta, olho para o corredor, está vazio.

Dou uma olhada nos quartos e já são o que eu esperava, chatos e nada interessantes.

Vou em direção as escadas e as desço.

Em seguida sinto um cheiro de café e vou em direção a cozinha.

Isso sim é bem mais interessante...

O encontro virado de costas para mim fazendo o café ao modo tradicional - sem cafeteiras ok?

Sua cozinha é mobiliada com uma mesa de centro de vidro e bancos altos para se sentar; uma geladeira inox; um fogão de seis bocas e alguns armários acima de sua cabeça - uma cozinha bem sofisticada.

Me encosto no batente da entrada da cozinha e cruzo os braços. O observo.

A parte de cima do seu tronco está sem nenhuma camisa revelando seu corpo definido e uma tatuagem tribal nas costas no meio daquele dois furinhos que homens gostosos tem - eu acho né gente.

A parte de baixo - hum...- ele está usando um jeans azul surrado agarrado ao seu corpo o deixando bem sexy.

- Gosta do que vê? - falou ainda virado de costas colocando o coador de lado e virando-se para mim.

- Muito.- digo saindo do lugar e indo em sua direção.- Como sabia que eu estava aqui?

- Não sabia, foi um palpite.- me disse pondo duas xícaras na bancada da mesa de centro e o café dentro delas.

Pegou uma xícara e ofereceu-a para mim.

Dei dois passos e cheguei até ele, pegando a xícara de sua mão.

- Obrigada.- falei levantando a xícara e bebendo o café.

- Não tem de quê.- falou me olhando de cima a baixo.

- Então, eu me caso com você, dou uma de esposa devotada e perfeitinha, salvo a empresa e logo me divorcio de você? É isso não é?

- Sim - sussurrou me olhando com desejo, obstinação e... tristeza?

- Ótimo.- falo o olhando, ponho a xícara na bancada e me dirijo para o seu quarto, mas antes de sair ele me impede pondo sua mão na minha e sussurrando em meu ouvido.

- Mas até lá, você é minha e demais ninguém.

Bem, depois disso me dirijo para o seu quarto, troco de roupa e chamo o táxi - mas eu não podia ir embora, sem a sua insistência de me levar para casa, então eu aceito.

...

Nos despedimos e fui embora - meninas, não teve aquele momento clichê em que o homem dá um beijinho na mocinha depois de lavá-la em casa - isso é comigo gente, comigo.

Abro a porta e sou recebida com grande estilo por minha amiga.

- Minha migucha voltou! - gritou da entrada da cozinha com os braços abertos e uma cenoura na sua mão esquerda.

- Oh meu Deus! Minha amiga está cozinhando! E nem botou fogo na cozinha! Milagre Senhor! - gritei indo em sua direção e a abraçando.

- Não tem graça. Eu sei, só que não sei cozinhar.- chiou em meu ouvido e retribuindo meu abraço com força.- Eu ainda não dei suas roupas pros mendigos então é melhor soltar o bicho para fora!

FIRE - HiatusOnde histórias criam vida. Descubra agora