Capítulo 06

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No capítulo anterior:
Terminei de arrumar minhas coisas e me sentei na cama. Uma lágrima escorreu sem querer pelo meu rosto que eu logo tratei de limpá-la.
Eu estava muito feliz pela minha melhor amiga, mas, e se o que ela me disse não acontecer? E se eu não conseguir? E se eu perder o show da minha vida? Eu não sei o que eu vou fazer.

Capítulo atual:

(06.02.2012, segunda-feira, 06:30 da manhã)

Acordei com a música do meu despertador tocando ao meu lado no criado-mudo. Música essa que continuava sendo Tell Me A Lie. Desliguei o mesmo e empurrei as cobertas para o lado, logo me espreguiçando.
Provavelmente seria um longo dia, pois hoje iniciava-se o ano letivo e eu estava muito contente por estar no meu último ano escolar, mas digamos que eu não estava muito animada para ter aulas com professores que eu tinha a impressão de que seriam mais rígidos do que os do ano passado, apesar de que eu já estava acostumada com todo aquele clima rígido do meu colégio. Lá os alunos eram bem educados, gentis e respeitosos, e todos os dias deveriam estar devidamente uniformizados e organizados, sem excessão. Em alguns colégios, tinha o dia o qual era permitido os alunos irem com a roupa que quiserem, mas nem isso o meu colégio permitia, e eu particularmente achava isso um exagero. E também tinha as notas que sempre deveriam ser acima de 7. Abaixo de 7 o aluno ficaria em recuperação e abaixo de 5 teria aulas particulares de reforço. Um exagero, eu sei.
Meu colégio era mais um dos motivos para que o orçamento aqui em casa continuasse apertado, pois um colégio como o meu não era nem um pouco barato, mas meus pais sempre fizeram questão de que eu tivesse a melhor educação e melhor qualidade de estudos possível, tanto é que não se importaram em pagar o meu curso de Inglês na melhor escola de idiomas da cidade por 8 anos. Sim, eu era fluente em Inglês. Comecei a fazer Inglês desde muito pequena, com 6 anos de idade e terminei aos 14 anos. 8 anos de curso realmente era muito, mas enfim, valeu a pena, porque além de eu gostar muito de Inglês, era uma coisa que me ajudaria na profissão.
Levantei-me da cama e saí do quarto, assim me dirigindo ao banheiro. Me olhei no espelho e as olheiras em baixo dos olhos só provavam que eu havia tido uma noite mau dormida. Eu não tinha dormido bem ontem pelo simples fato de eu não ter conseguido pregar os olhos, por ficar pensando demais no show, que por sinal se aproximava a cada vez mais e me deixava mais preocupada.
Fiz minha higiene e logo depois me despi, entrando embaixo da água quentinha, que escorria pelas minhas costas. Depois de um tempo, desliguei a água e saí do box cobrindo meu corpo com a toalha e indo até o meu quarto.
Peguei meu uniforme o qual era uma calça preta colada, mais ou menos como se fosse uma legging, e uma camiseta branca um pouco larga com o símbolo do colégio do lado. Coloquei em cima da cama e resolvi fazer meu cabelo primeiro já que era mais rápido, só secar e pronto. Peguei o secador de cabelo e o sequei. A vantagem de ter cabelo liso era que não dava muito trabalho para arrumar. Fiz minha maquiagem básica de sempre; lápis e rimel nos olhos, um pouco de blush e um batom simplesinho, para não parecer uma palhaça logo às 8 da manhã, e acrescentei o corretivo para esconder minhas olheiras que estavam horríveis. Feito tudo isso, vesti meu uniforme e calcei minhas sapatilhas favoritas, peguei minha bolsa, me olhei uma última vez no espelho e respirei fundo antes de descer, satisfeita com o que eu estava vendo à minha frente no espelho.
Desci as escadas e coloquei minha bolsa em cima do sofá, depois fui até a cozinha onde encontrei minha mãe que sorriu ao me ver.
Eu: Bom dia mãe! - A abracei.
Mãe: Bom dia filha! - Ela me abraçou de volta.
Sentei no meu lugar de sempre e me servi pegando a manteiga e passando no pão quentinho.
Mãe: Ansiosa para começar as aulas? - Ela sorriu.
Eu: Um pouco, na verdade, estou mais ansiosa para rever o pessoal - Ri baixinho.
Mãe: Trate de estudar dona Carly, é seu último ano no colégio, depois vai para a faculdade.
Apenas assenti e continuei a comer. Até porque se eu não estudasse, minha mãe arrancaria os meus couros. Imagina, repetir de ano no último ano escolar? Deus que me livre!
Terminamos de comer e ajudei a minha mãe a pelo menos dar uma arrumada na cozinha. Depois que eu chegasse do colégio, eu arrumaria aquilo direito.
Mãe: Querida, vá buscar sua bolsa, não quero que você chegue atrasada logo no seu primeiro dia e eu também não posso chegar atrasada no trabalho.
Eu: Tudo bem.
Fui em direção à sala e peguei minha bolsa, pendurando-a em um dos meus ombros e caminhando com a minha mãe até à porta de entrada. Fomos para a garagem e entramos no carro que logo ela deu partida.
Era sempre assim quando começava toda essa rotina corrida de trabalho e colégio. Minha mãe sempre me levava de carro para o colégio porque era um pouco longe da minha casa, depois ela ia direto para o trabalho e me buscava às 12:30 que era o horário de almoço dela e o horário que acabava a aula. Nós íamos para casa e almoçávamos juntas, e às 13:30 ela tinha que voltar para o trabalho e depois só chegava em casa por volta das 18:30.
Quando ela estacionou na frente do colégio, pude ver aquela cena a qual eu tanto estava acostumada. Os alunos de uniformes organizados, segurando alguns livros e pastas, entrando no colégio e cumprimentando à todos ali presentes na porta, incluindo a espetora. O uniforme dos meninos era como o das meninas, a diferença era que a calça era mais larga, claro.
Mãe: Boa aula, meu amor - Ela me beijou na bochecha.
Eu: Obrigada mãe.
Desci do carro e olhei para trás, dando um último aceno para minha mãe que acenou de volta e partiu para o trabalho.
Respirei fundo antes de passar pelo portão de entrada e senti o vento batendo contra o meu rosto, dando um leve movimento aos meus cabelos.
Entrei e cumprimentei a espetora, que me dedicou um sorriso simpático, e fui caminhando até o corredor dos armários, mas como eu não lembrava o número do meu armário, procurei na minha bolsa o papel onde tinha escrito, quando esbarrei em alguém sem querer.
Eu: Me desculpe - Me virei para trás para ver quem era e me surpreendi - Nolan?
Nolan: Oi Carlynha - Ele me abraçou apertado, me tirando do chão, talvez?!
Nolan era o melhor amigo da Allyson, ele sempre passava o intervalo com a gente no ano passado, mas apenas o intervalo já que ele era de outra sala. Ele puxava assunto comigo mas eu era um pouco tímida.
Eu: O-oi Nolan - Sorri tímida quando ele me soltou.
Nolan: Tudo bem? Como passou as férias?
Eu: Estou ótima e minhas férias foram muito boas, obrigada.
Nolan: Hum... - Ele me observou por um instante - Ah, me dá isso aqui - Ele pegou minha bolsa. Que?
Eu: Nolan... O que você está fazendo?
Nolan: Levando a bolsa para você - Sorriu.
Eu: Obrigada... Eu acho.
Ele estava mais doido do que já era.
Nolan: Imagino que esteja procurando o seu armário, acertei?
Eu: É isso mesmo - Entreguei o papel que eu segurava para ele.
Nolan: Olha só, seu armário é perto do meu - Sorriu - Número 91, vem, eu te levo até lá.
Ele me puxou pela mão e me levou.
Quando paramos em frente ao meu armário, sorri em agradecimento, mas logo senti minhas bochechas queimarem ao perceber que ele não parava de me olhar feito um hipnotizado.
Eu: Você por acaso viu a Allyson? - Resolvi puxar assunto para quebrar o silêncio constrangedor.
Nolan: Ela já deve estar chegando - Por fim ele despertou - Meu armário é o 94, então se precisar de algo, vou estar sempre aqui.
Quando eu ia abrir a boca para responder, fui interrompida por Felipe, meu melhor amigo gay.
Felipe: CARLYNHA - Ele berrou e depois me cumprimentou com dois beijinhos estalados na bochecha.
Eu: Oi Lipe - Sorri.
Felipe: VOCÊ, CADA DIA MAIS DIVA MENINA, OLHA ESSES CABELOS SEDOSOS - Ele segurou em uma das minhas mãos e me fez dar uma rodadinha - ARRASO!
Eu: Obrigada - Eu disse rindo.
Nolan: Concordo com o Lipe - Ele me olhou de cima a baixo.
Eu: Bem... Eu...
Allyson: CHEGUEI AMORES DA MINHA VIDA - Ela chegou pulando em cima de mim e me abraçando e logo pude sentir os meninos do meu lado se juntando ao abraço.
Allyson: QUE SAUDADES!
Nolan: Também senti saudades Ally - Ele sorriu sincero para ela.
Felipe: Carlynha olha a sua amiga, outra diva, olha isso - Ele fez com que ela desse uma rodadinha também - Incrível que mesmo com uniforme essas meninas continuam divas, concorda Nolan?
Nolan: Verdade - Ele colocou a mão no queixo e se afastou um pouco como se estivesse fazendo isso para nos observar melhor.
Eu deveria estar parecendo uma pimenta, enquanto que Ally apenas sorria.
Allyson: Bom gente, vi a lista das turmas do 3º colegial e parece que estamos todos na mesma sala - Ela disse animada.
Nolan: Que boa notícia!
Felipe: Isso é ótimo, assim tenho com quem compartilhar os babados que acontecem nesse colégio - Ele disse nos fazendo rir.
Eu: Você e suas fofocas Lipe - Gargalhei.
Allyson: E parece que meu armário é aqui - Ela apontou - 92.
Eu: Amiga o meu é o 91 - Eu disse empolgada.
Felipe: E o meu é... - Ele disse procurando em seu papel - 93 - Sorriu.
Nolan: É bom estarmos todos juntos.
Allyson: Uhum - Ela disse abrindo seu armário e já colando um mini-poster do Zayn do lado de dentro da porta - Tão lindo - Ela beijou o poster.
Comecei a rir e os meninos me acompanharam, mas logo ouvimos o sinal tocar, nos avisando que já eram exatamente 8:00 e que era hora de subir para a sala de aula.

[...]

As aulas passaram rápido. Nós tínhamos apenas 4 aulas por dia e a primeira de hoje havia sido Português, depois Matemática, seguido por História e Geografia.
Ter ficado com Ally e Lipe na mesma sala não era nenhuma novidade, até porque nós éramos da mesma sala ano passado, apesar do Lipe ser mais próximo de mim do que da Ally. Mas Nolan não era da nossa sala, e realmente foi bom tê-lo mais perto da gente agora, já que ele era mais próximo de Ally. Resumindo, agora poderíamos ser mais próximos um do outro, como um verdadeiro quarteto e isso era bom. Se bem que Nolan me deixava bastante sem graça algumas vezes, o tipo de garoto conquistador, ou então ele apenas gostava de elogiar, já que fazia isso com a Ally também.

Nolan e Felipe: Tchau meninas.
Allyson e eu: Tchau - Acenamos sorrindo.
Allyson: Amiga, tenho que correr, não quero chegar atrasada no meu primeiro dia de trabalho, depois a gente se fala.
Eu: Tudo bem, bom trabalho - Abracei ela - E boa sorte.
Allyson: Obrigada.
Ela correu apressada me assoprando beijos. Ally iria trabalhar todos os dias depois da aula, exceto nos finais de semana que ela tinha como folga.
Passei pelo portão de saída à fora, já avistando o carro da minha mãe estacionado logo em frente.
Mãe: Oi querida, como foi a aula hoje? - Ela me perguntou sorrindo assim que entrei no carro.
Eu: Foi boa - Sorri de volta.
Mãe: Filha, sua tia me ligou.
Eu: Aconteceu alguma coisa?
Mãe: Não, é só que, você sabe que ela tem dois filhos pequenos e agora ela finalmente conseguiu arrumar um emprego e está precisando de alguém para levar e buscar as crianças no colégio... Ela disse que está disposta a pagar para quem os levar e buscar.
Minha mãe me olhou exatamente como se estivesse me jogando uma indireta. ISSO, ERA ISSO! Talvez, essa seria minha única chance de conseguir dinheiro para o show, minha única oportunidade. Oportunidade essa que eu não perderia por nada, e pela 1D, eu faria qualquer coisa.

Notas da autora:
Amorecas <3
Bem, podemos dizer que agora a Fic vai começar para valer.
Eu sei que vocês deviam estar achando um tédio esses primeiros capítulos, mas eu estou tentando dar o meu melhor e foi necessário para dar continuidade a Fic.
Espero que tenham gostado <3
Beijos e até o próximo capítulo.

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