Capítulo 03

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No capítulo anterior:
Eu sei que eu não deveria ligar para o que o meu pai disse, mas eu realmente me importei, porque aquelas palavras, aquelas merdas de palavras que ele disse, doeu no fundo da minha alma. Mas quer saber? Eu não vou me abalar por causa disso, agora tenho uma coisa mais importante para me preocupar. Preciso pensar em alguma coisa para conseguir dinheiro para eu poder ir ao show, porque eu tenho que ir à esse show de qualquer jeito, se eu não for, eu vou chorar o resto do ano inteiro.
Limpei minhas lágrimas e me levantei decidida a ligar para Allyson. Nós precisamos desse show, é o nosso sonho que está em jogo.

Capítulo atual:

[...]

Liguei para Ally e chegamos à conclusão de que deveríamos procurar um emprego, e é exatamente isso que iremos fazer amanhã. Amanhã bem cedo nós duas vamos sair para procurar emprego, além de que, eu acho que já estava mesmo na hora de eu começar a trabalhar para ajudar a minha mãe, já que as coisas estão ficando cada vez mais apertadas para ela e depois quando ficarmos sem a pensão do meu pai, tudo vai piorar. Eu também pensei na possibilidade de pedir ajuda para o meu pai, mas ele já ajuda demais pagando a pensão e eu ainda estou magoada com ele.
Coloquei meu pijama, penteei meus cabelos e resolvi me deitar para dormir, já que amanhã seria um dia cheio e cansativo. Com esses pensamentos, logo adormeci pesadamente.

(No dia seguinte 16.01.2012, segunda-feira, 6:30 da manhã)

Abri lentamente os olhos assim que ouvi meu despertador tocar. Desliguei o mesmo e me levantei da cama, já caminhando até o banheiro para não dar tempo de sentir preguiça e deixar a minha cama quentinha me convencer de que eu deveria voltar para ela. Fiz minha higiene de sempre e em seguida, prendi meus cabelos em um coque e entrei no box, ligando o chuveiro e deixando a água quente escorrer por todo o meu corpo. Minha vontade era de nunca mais sair dali, era tão relaxante que estava dando até vontade de dormir e minha preguiça contribuia para que isso acontecesse.
Depois de alguns minutos, desliguei o chuveiro e enrolei a toalha em meu corpo, logo depois, fui em direção ao meu quarto onde comecei a revirar minhas malas à procura de uma roupa mais apresentável para procurar emprego e por fim achei. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e passei uma maquiagem leve. Logo, me olhei no espelho ajeitando minha roupa, satisfeita com meu visual.
Peguei minha bolsa e fui até a sala, deixando-a em cima do sofá. Depois fui para a cozinha, onde tive certeza de que meu pai ainda dormia, já que não o encontrei tomando café da manhã.
Abri os armários e decidi comer um pouco de cereais. Peguei uma pequena tigela e despejei os cereais, logo em seguida adicionando leite. Sentei-me na mesa e comecei a comer silenciosamente.
Fiquei pensando na possibilidade de Ally e eu não conseguirmos um emprego. Claro que também não iremos desistir logo na primeira tentativa, mas se nós duas não conseguirmos nada, eu não sei o que vamos fazer. Sonhamos tanto em ir nesse show.
Pai: De pé tão cedo? - Disse ele encostado na porta, fazendo-me despertar de meus pensamentos.
Eu: Há quanto tempo está aqui? - O olhei.
Pai: Acabei de chegar.
Eu: Ah...
Desviei o olhar dele e me levantei para colocar a tigela na pia, já que eu já tinha terminado de comer.
Passei por ele e caminhei para a sala, peguei minha bolsa e abri a porta da frente.
Pai: Aonde vai com tanta pressa?
Eu: Depois eu explico, agora vou indo...
Pai: Mas filha, eu tinha planejado um piquenique pra gente hoje.
Eu: Hoje não dá pai, preciso ir, tchau.
Fechei a porta e me coloquei para fora de casa.
Ally e eu havíamos combinado de se encontrar no centro da cidade, então tive que pegar o ônibus, que por sinal, não demorou muito para chegar. Durante o caminho, coloquei meus fones de ouvido e comecei a escutar Gotta Be You, era uma das minhas músicas favoritas.
Depois que cheguei, fiquei sentada em frente ao shopping esperando Ally chegar mas ela estava demorando demais.
Onde essa garota se meteu?
Allyson: Cheguei - Pulou em cima de mim, me abraçando.
Eu: Allyson, você demorou, o que aconteceu?
Allyson: Me desculpe, eu não sabia onde tinha colocado os meus currículos.
Eu: E você achou?
Allyson: Ah sim, achei - Ela sorriu - Você trouxe os seus?
Eu: Uhum. Aproveitei e fiz ontem à noite depois que falei com você, meu pai tem uma impressora ótima.
Allyson: Minha impressora tá pifando, não sei como consegui imprimir esses - Ela disse fazendo careta e eu comeceu a rir.
Eu: Bom, então é melhor a gente começar a entregar, não podemos perder tempo.
Allyson: Você tem razão. Escuta, sabia que ainda não caiu a minha ficha de que os nossos minos vão vir pra cá?
Eu: Eu também ainda não estou acreditando.
Nos olhamos, rimos, nos abraçamos e começamos a gritar, parecendo duas doidas no meio das tantas pessoas que ali passavam apressadas, segurando pastas, maletas e bolsas nas mãos.
Começamos a andar por todo o centro da cidade, entregando nossos currículos por tudo que víamos, seja em lojas de roupas, de calçados, de acessórios e até mesmo em restaurantes e lanchonetes. Precisávamos de um emprego a qualquer custo e com certeza não íamos desistir tão fácil, permaneceríamos com nossa fé e esperança.

(17:00 da tarde)

Cheguei em casa encharcada graças à uma chuva que deu no meio da tarde, enquanto Ally e eu entregávamos nossos currículos para algumas lojas de bolsas, e não tínhamos guarda-chuva.
Abri a porta e encontrei meu pai na sala, vendo jogo de futebol na TV. Eu ia passar reto, mas ele logo me chamou quando me percebeu na porta.
Pai: Filha, onde estava? Meu Deus, você está encharcada - Ele disse logo tratando de ir buscar uma toalha.
Eu: Eu to bem, pai - Eu disse enquanto ele colocava a toalha sobre meus ombros.
Pai: Você ainda não respondeu à minha pergunta.
Eu: Que pergunta?
Pai: Onde você foi? Perdemos nosso piquenique. Se bem que com essa chuva que deu, não ia dar pra fazer piquenique nenhum - Ele disse olhando pela janela.
Eu: Eu... Fui procurar emprego.
Pai: Pra que emprego?
Eu: Pai... Eu resolvi q-que... - Gaguejei - Eu preciso ajudar a minha mãe a pagar as coisas em casa.
Pai: Mas a pensão que eu mando não tá ajudando o suficiente? - Ele perguntou preocupado.
Eu: Sim, ajuda muito, mas é só que, eu também já quero ter a minha independência financeira, é isso pai.
Pai: Quem diria, minha garotinha já está crescendo - Ele me abraçou.
Eu: Pois é pai - Eu disse me desvencilhando de seu abraço - Agora eu vou tomar um banho, não quero continuar encharcada desse jeito.
Pai: Tá bom querida, enquanto isso eu vou fazer o jantar.
Fui para o meu quarto, onde deixei minha bolsa e rapidamente me dirigi ao banheiro. Me despi e entrei no box, tomando um banho menos demorado. Logo depois voltei ao meu quarto e coloquei outra roupa, dessa vez quentinha, já que o tempo havia mudado e ficado frio por conta da chuva.
Feito isso, fui para a cozinha e me sentei à mesa de frente para o meu pai. O jantar todo foi silencioso, apenas se dava para ouvir o barulho da televisão da sala ligada, e eu esperava que continuasse assim, porque eu sinceramente não queria falar muito com o meu pai, pelo menos não por agora e ele parecia ter percebido isso.
Depois que terminamos de comer, recolhi todos os pratos, copos e talheres sujos da mesa e os coloquei na pia, os lavando logo em seguida, e fui para o meu quarto.
Fiquei apenas observando meus posteres e pensando na vida, em todos os meus sonhos os quais eu ficava imaginando o dia em que eu pudesse realizá-los. Por que será que tudo tem que ser tão difícil?
Continuei com meus pensamentos até que escutei alguém bater na porta. Certamente era o meu pai.
Pai: Querida, posso entrar? - Ele disse apenas colocando a cabeça para o lado de dentro do quarto.
Eu: Uhum.
Ele entrou, assim, fechando a porta e se sentou ao meu lado na cama.
Pai: Filha, escuta, aconteceu alguma coisa?
Eu: Por que?
Pai: Eu estou achando você tão estranha desde ontem...
Eu: Ah pai, não é nada... - Desviei o olhar dele.
Pai: Eu te conheço Carly, eu sou seu pai, sei quando está mentindo.
Fiquei em silêncio, não posso negar que tanto a minha mãe quanto o meu pai me conheciam muito bem, isso realmente era verdade.
Pai: É por causa daquilo que eu falei?
Eu: O que? - Olhei em seus olhos.
Pai: Sobre os seus ídolos...
Eu: Pai, e-eu...
Pai: Carly, se for por causa daquilo, me desculpa? - Ele segurou minhas mãos.
Eu: Não precisa se desculpar, está tudo bem.
Pai: Não filha, não está. Você está triste e isso me parte o coração, não quero que você continue assim por minha culpa. E eu não quis dizer aquilo.
Olhei para ele novamente e me joguei em seus braços, o abraçando apertado.
Eu: Te desculpo - Sorri.
Senti meu pai beijando meus cabelos delicadamente e continuamos ali, abraçados, como se não houvesse o amanhã.

(25.01.2012, quarta-feira, 14:10 da tarde)

Allyson e eu andávamos pelas ruas ainda à procura de emprego, pois já havia se passado uma semana desde que começamos a entregar os currículos e até agora nada aconteceu.
Allyson: Carly - Ela me chacoalhou - Olha ali!
Olhei em direção onde ela olhava e pude ver claramente duas garotas que pareciam estar muito felizes em frente a uma bilheteria, elas sorriam, gritavam e pulavam com seus ingressos nas mãos, o que chamou ainda mais a minha atenção, e foi quando eu percebi que os ingressos que elas seguravam, era exatamente os ingressos que Ally e eu tanto sonhávamos em ter; os ingressos do show da One Direction. E sim, os ingressos já tinham começado a vender. Os meninos anunciaram os preços logo no começo dessa semana o que me deixou mais preocupada, porque podem acabar muito rápido e é cada vez mais possível que Ally e eu não consiga.
Allyson: Quando será que vai chegar a nossa vez? - Ela disse ainda olhando para as garotas.
Eu: Eu não sei, mas não vamos desistir Ally, nós vamos conseguir, eu prometo.

Notas da Autora:
Oi meus amores, tudo bem com vocês? Espero que sim :)
Bom, está aí mais um capítulo, espero que tenham gostado e se gostaram, comentem e votem pois ficarei muito feliz, além de que eu adoro saber a opinião de vocês.
O que vocês acham que vai acontecer com a Carly e a Allyson hein?
Beijos e até o próximo capítulo.

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