Capitulo 4

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Os dias se passaram, e no grupo de seis amigos, já tinha dois casais. E em um dia, decidimos ir até a casa de Gabriela. Compramos salgadinho, suco e refrigerante. Fomos para o quarto dela, e lá riamos bastante! (Quando estamos juntos, só sabemos rir) Decidimos ir até a praia, que fica perto da casa da Gabi, uns dois quarteirões apenas.

Chegando lá, Bryan, foi logo ficando de sunga, ele odeia ficar de short na praia, convidou todos, mas ninguém queria entrar, então ele ficou apenas apreciando o mar. Gabriela, Débora e Samya estavam sentadas juntas e comentavam sobre algum assunto aleatório. Bernardo e Fernanda estavam deitados na areia se beijando como se o mundo fosse acabar ali naquele instante, e eu? Bom, estava em pé observando tudo!

Me recuso a continuar vendo aquela cena, se bem que não sinto nada! Até porque ele é meu amigo, ele está feliz. Então, também estou. Vou ao encontro de Bryan e o beijo. Conversamos alguns minutos e Bernardo nos chama para voltarmos à casa de Gabi.
Me despedi de todos, e Bryan vem me deixar em casa. Foi um ótimo dia. Vejo que Bryan já se tornou especial para mim.
Porém, como em um jogo, perdemos alguns bônus extras. E foi assim com Bryan. Ele tem sérios problemas em assumir um "relacionamento sério". E quanto percebeu que nós já estávamos indo longe, ele mudou. Simplesmente, mudou. E eu aceitei isso.. Pude perceber que não estava preparada e não sabia ao certo o que ele sentia por mim e nem o que eu sentia por ele. Pois tenho um conceito bem sério sobre isso.
Leve para a vida:"Namoro é pra casar, e não é tão fácil assim achar alguém pra isso, alguém com os mesmos planos, sentimentos, interesses, que estude e trabalhe e queira investir em uma relação, em construir uma família. Não fique com alguém só por beleza, não queira sustentar ninguém,  queira alguém para crescer juntos".
Nunca namorei, tive meus "romances de momento" mas nunca achei a pessoa que me despertasse interesse em namorar, já fui pedida em namoro, porém retribui com "não". Doeu falar, e até se afastar deles, mas não era a pessoa certa. Talvez eu esteja generalizando, mas é assim que me protejo de decepções. A despedida de uma relação temporária, não dói como a despedida de um namoro!

Bryan mudou. E respeitei o momento dele! Ele foi importante pra mim, eu gostei dele. Mas não. Eu não sofri, apenas aceitei, e sei que ele também. Infelizmente, paramos de se falar. E houve também algumas brigas, de Bryan com Bernardo e Fernanda, não me lembro bem o que houve. E com isso tudo, o grupo de amizade já estava diminuindo! Bryan só falava com Débora, pois eles eram muito amigos.

Então, o final do ano estava próximo, Gabi e Fernanda, iam concluir o ensino médio, Débora ia sair da escola, e como nos velhos tempos só ficou eu e Bernardo.

Enfim, férias. Eu já não falava mais com ninguém, não tenho mais notícias de Débora, da Gabi nem da Samya. Bernardo continuou o namoro com Fernanda, e se afastou de vez de mim.

As férias haviam chegado ao fim, inicia-se mais um ano letivo, agora o 2• ano médio, e como de costume, não vou nos primeiros dias de aula, pra falar a verdade esse ano, faltei o primeiro mês, quando retorno às aulas, me deparo com Bianca. Corro para abraçá-la, e passamos alguns minutos em frente à cantina, comentando como tinha sido as férias. Bianca é apaixonada por Cavalos, sua família mora em um interior do Ceará, e ela comentava e mostrava algumas fotos suas com os cavalos, e aquilo me encantava, pois ela tinha um brilho no olhar que eu podia passar o dia inteiro ouvindo ela contar suas histórias. O sinal toca, vamos para a quadra, formamos a fila para irmos à nossa sala, lá estava um grupo de amigas, e como um conjunto todas falam:
- Pensei que não viria mais Sophie.
- Demorei, mas cheguei. - vou ao encontro delas, e damos um abraço coletivo.

Ao entrar na sala, vejo um grupo de oito meninos, e entre eles vejo Bernardo. Que abaixa a cabeça, assim que me vê entrar na sala. Não entendo a sua atitude, depois de mais de três meses sem sequer um "oi". Ele ainda faz isso.

Sento ao lado de Bianca, e em alguns instantes, vejo Bernardo saindo da sala, vou até o grupo de meninos lá atrás, e falo com todos. Gustavo, um dos meninos levanta e me um abraço e logo fala:
- Saudades amiga.
- Muita! - dou um sorriso.
Gustavo me acompanha e senta atrás de mim.
Gustavo é alto, por sinal, muito alto, é moreno, cabelo preto, usa brincos, e é magro. Ele me conhece muito bem, confio muito nele, e sem precisar falar nada ele me olha e diz:
- É impressão minha ou Bernardo não está falando com você?
- Não, não é impressão.
- O que aconteceu?
- Gus, eu não sei, ele simplesmente não fala mais, depois do ocorrido com Bryan, as férias, a distância e creio que por conta da Fernanda tudo veio a contribuir toda essa indiferença sabe...
- Como assim a Fernanda?
- Há não sei.
- E como você está se sentindo Sophie?
- Péssima.
- Como assim?
- Não queria está afastada do meu amigo.
- Então porque você não foi procurar ele, ou falar com ele?
- Porque não. Eu até tentei juro, mas fui olhar seu facebook, e vi as fotos da virada do ano, ele lá todo feliz com ela. Então, não fui nem atrás.
- Sabe o que eu acho amiga?
- O que?
- Você está é com ciúmes, você gosta dele, e não admite isso.
- Cala a boca Gustavo, deixa de ser idiota, ele é só meu amigo. - Falo com tom de voz irritado.

Gustavo volta para o grupo de meninos lá atrás, e na mesma hora Bernardo entra na sala e vai de encontro com eles. Volto a conversar com Bianca sobre vários assuntos, e por fim, o sinal toca.
Volto para a casa, e não paro de pensa no que Gustavo havia me falado. Será que era mesmo verdade, eu estou com ciúmes, eu gosto mesmo dele. Há não, fala sério. Eu? Gosta dele? Está com ciúmes? Nem que ele fosse o último homem da terra. Ele é meu amigo, é contra meus princípios já disse.

Os dias vão se passando e nada de falar com Bernardo, e não consigo esquecer o que Gustavo falou, e eu não sabia como mudar essa situação.
Tenho sérios problemas em não gosta de me alimentar pela manhã, e com isso, acabo passando mal frequentemente, mas já havia um bom tempo que não acontecia isso, até que...

Estou sentada na carteira do meio da terceira fila, onde coincidentemente Bernardo está atrás de mim. Minhas mãos estão estupidamente geladas, meu corpo todo começa a tremer, meus lábios já não haviam uma gota se quer de sangue, meus olhos escureciam, e em fração de segundos sentia tudo ao meu redor girando e girando, meu nervosismo aumentou então, começo a chorar (eu sempre choro quando estou nervosa). Bernardo me conhece e parece saber o que estou sentindo, sem eu ao menos precisar falar. Mesmo com meses sem trocarmos ao menos um "oi" ele toca em meu braço se aproxima e diz:
- Sophie? Está tudo bem?
- Estou ótima! - respondo com a voz trêmula.
- Eu te conheço, você está passando mal.
- Bernardo, me ajuda. - as lágrimas em meus olhos parecem jorrar como uma cachoeira.
Bernardo levanta de sua carteira e chama atenção de toda a sala ao gritar.
- PROFESSOR, PROFESSOR!!! Sophie não está bem, vou levá-la a coordenação.
- Claro, pode ir. - Ele responde, preocupado.

Bernardo me deita em um sofá que tinha na sala do coordenador, então, corre e conta o que estava acontecendo. O coordenador, pega uma bolsa dentro de sua gaveta, e tira um comprimido, pede para comprar um lanche na cantina, para minha pressão voltar ao normal.
Bernardo comprou um sanduíche e suco de goiaba, e em seguida me deu o comprimido.
Bernardo senta no sofá, e eu estou deitada, com a cabeça apoiada em seu colo. Ele acaricia meu rosto e entrelaça seus dedos em meu cabelo, e diz:
- Você precisou passar mal, para a gente voltar a se falar. - Então, sorri.
- Estava com saudades, e obrigada por me ajudar.
- Também estava com saudades. O que eu não faço por você? Não precisa agradecer. - Ele termina a frase dando um beijo em meu rosto.

Voltamos para a sala, e conversamos o dia inteiro, mais uma vez, voltou tudo ao normal. Começo a perceber, que não é só uma amizade comum, eu preciso dele por perto. SEMPRE! Ele me faz bem, ele me faz ser alguém melhor, eu sinto uma necessidade de cuidar dele, assim como eu preciso deixar ele cuidar de mim.

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