Life is like a banana pizza

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Camila's POV

Era meu primeiro dia letivo após a festa, não me sentia preparada para encarar novamente os olhares de aversão, ou os provocativos. Depois do incidente da cafeteria, Dinah e eu fomos para o dormitório e conversamos até a hora do almoço, quando ela buscou nosso almoço para evitar que eu saísse e, eventualmente, chorasse até desidratar. Durante a tarde, ela comprou dunnuts e sorvetes, e comemos enquanto assistíamos Homem Aranha. Ainda não acreditava que ela havia locado meu filme favorito, quer dizer, quem, em pleno 2015, ainda aluga filmes?

Fui para a sala de matemática financeira assim que terminei de vestir meus jeans claros e um suéter preto e calcei minhas velhas sapatilhas. Apesar dos apelos do meu estômago para que comesse, não tomei café da manhã. A cafeteria era o último lugar ao qual pretendia ir depois de tudo o que aconteceu e, sentada na classe, aparentemente não estava livre dos olhares inquisidores. As prováveis ex-líderes de torcida cochichavam enquanto o professor deixava sobre a superfície do quadro intermináveis cálculos. As pessoas dizem que quando você vai para a faculdade, se depara com um universo completamente novo, diferente de tudo que conhecemos. Líderes de torcida? Confere. Jogadores babacas? Confere. Nerds? Acho que faço parte desse grupo, mas fui transferida para o cargo de piada do campus. Estava começando a questionar se a universidade não era, na verdade, um espécie de continuação do ensino médio.

As risadinhas de uma garota ruiva na cadeira de trás atrapalhavam minha concentração, que já estava um tanto quanto instável. Tinha a impressão de que seu desejo era me fazer escutar aquela melodia irritante para que eu soubesse a que lugar pertencia. Ela solta uma risada um tanto quanto escandalosa e perco o controle.

- Você realmente precisa chamar tanta atenção?! – Me arrependo assim que vejo o olhar da garota, me preparando para o pior.

- Olha que está falando de chamar atenção para si mesma. – E lá vamos nós...

A raiva parece preencher minhas veias, tomando cada parte do meu corpo. Porém, não havia resposta para o que ela disse, era a mais simples e visível verdade. Meu rosto cora e minha boca não parece se decidir entre permanecer fechada ou aberta. Nunca quis tanto quanto naquele momento que estivéssemos em um filme e eu soubesse a exata resposta para dar, as exatas palavras que a deixaria em silêncio. Mas isso estava no que chamamos de vida real, e eu não possuía falar calculadamente planejadas para me defender. Escolho voltar minha atenção para a aula, porém o professor nos assistia, assim como o restante da classe. Talvez eu seja fraca em admitir que tudo o que queria fazer era chorar novamente, me esconder em um lugar onde ninguém me incomodaria e chorar. O silêncio parece fazer o ar denso e me deixa desconfortável.

- Podemos continuar garotas? – O professor repreende.

- Eu não sei, isso depende da minha colega de classe. Talvez ela não tenha controlado seu temperamento. – A ruiva se pronuncia e tudo que quero fazer é arrasta-la pelos cabelos para fora daquela sala e mostrar como iria controlar meu temperamento.

- P-podemos continuar. – Gaguejo.

- Boa escolha. – A garota sussurra.

Saio assim que a aula termina e praticamente corro para o prédio de ciências sociais. A aula de sociologia me acalma um pouco, e o fato de estar distante dos idiotas de matemática financeira parece ter grande contribuição em meu humor.

Porém, meu subconsciente parecia empenhado em me lembrar de tudo o que fiz. Aprisionada em devaneios sobre a noite de sábado, a aula passa sem que perceba.

No horário de almoço, me encontro com Dinah e as garotas no mesmo restaurante de semana passada. Tento ao máximo evitar encara qualquer pessoa no caminho.

Falling for youOnde histórias criam vida. Descubra agora