Capítulo 58

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CAPÍTULO 58

<<Cris>>

Saio do hospital muito confiante. Dessa vez tenho certeza de que Anderson me ouve. Não é mais uma hipótese que o médico tenha me dado. Tive provas de que meu amor me ouve e conseguiu se comunicar comigo com aquela lágrima. Seu sofrimento deve estar sendo muito grande, mas, no momento, essa lágrima para mim é uma vitória.

Conto para seu Joaldo enquanto ele me leva de volta ao restaurante. No trabalho digo a novidade e todos partilham da minha alegria. O ânimo renovado é tanto, que resolvo fechar umas anotações pendentes.

Antes, do escritório, mando mensagem para Patrícia.

"Amiga, desculpe minha ausência, mas meu alemão fogoso está me dando uma canseira..." - invento uma mentira.

Alguns minutos depois ela responde:

"Sei como é, tenho dois que não me deixam dormir direito, Breno e Marcos! rsrsrs..." - pelo menos meus amigos estão podendo aproveitar seu romance.

Quando saio do restaurante, mais uma vez tem um motoqueiro muito lindo me esperando. Me preocupo com ele e sua dedicação, mas tenho me sentido tão sozinha que não tenho coragem de pedir para que Gustavo vá e me deixe.

As semanas passam e Anderson vai apresentando melhoras gradativas. Os médicos já conseguiram tirá-lo da ventilação mecânica, como eles disseram. Não entendo. Sei apenas que ele respira sem o auxílio de aparelhos. Os curativos diminuíram também. Já consigo ver seu rosto.

Não tem mais jeito de protelar com desculpas e decido contar toda a verdade para Patrícia e Marcos. Vou para a casa dela após o expediente acompanhada por Gustavo.

"Cris, que surpresa agradável! Seu afilhado estava com saudades de você!... Ué, Anderson, eu achei que você era loiro de olhos verdes!" - ela diz olhando para Gustavo.

Marcos, que está ao seu lado e conhece Gustavo do Lar fica sem graça e tenta puxá-la para que pare de falar, mas, sem sucesso. Como entendo perfeitamente a confusão, sorrio amarelo e explico:

"Não, Patrícia, esse é meu a.m.i.g.o. Gustavo. Ele tem sido meu apoio nas últimas semanas. O Anderson está no hospital. Foi achado entre a vida e a morte em seu apartamento após ser brutalmente atacado. Ainda está no CTI, mas deve reagir em breve."

Gustavo e Marcos trocam olhares. Sei que os dois não gostam do caráter do meu namorado e devem achar que ele é o culpado por tudo que sofreu, mas não me importo. Eu o perdoei pelo que me fez. Patrícia fica boquiaberta. Mas, consegue dizer:

"Cris, minha amiga, eu não sabia... Por que você não me falou nada?" - pergunta me abraçando.

"Porque você tinha que ter paz e tranquilidade junto do meu afilhadinho bochechudo! Eu não queria que meus problemas atrapalhassem a fase inicial do meu anjinho!" - digo retribuindo seu abraço.

"E quem o atacou? Prenderam os bandidos?" - ela indaga.

"A polícia está investigando o caso, mas ainda não tem novidades. A única coisa que sei é que ele quase teve uma overdose e depois foi espancado. Os médicos disseram que quem espancou queria matá-lo." - digo contendo as lágrimas.

"Meu Deus!" - Patrícia está chocada - "Que coisa brutal, Cris! E, como ele está?"

"Se recuperando lentamente, mas sei que conseguirá. Meu pseudo alemão é um cara valente." - sorrio confiante.

Marcos, que foi pegar Breno no berço volta para me dar meu afilhado para eu segurar, mas tem seu caminho interrompido por Gustavo.

"Que moleque lindo! Posso segurá-lo?" - pergunta Gustavo sorrindo para o meu bochechudinho.

Olha Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora