Era uma casa muito engraçada... Não, não se trata de uma história infantil, nem tão pouco de um clássico conto de terror, é muito mais do que isso. Sabe quando a gente se muda pra uma casa totalmente nova, num bairro desconhecido, cheio de pessoas desconhecidas? Sim, estou sendo redundante mas não sem um propósito, contar uma história, vamos lá?
Era uma tarde chuvosa de outubro, sabe aqueles dias frios com um toque quente que só quem mora no sul do país conhece? Bem, era um desses dias e Alana não estava nenhum pouco satisfeita com a mudança, aliás, se sua mãe não ameaçasse cortar sua preciosa mesada seria preciso uma camisa de força pra arrastá-la àquele lugar horrível!
-Mãe, essa casa é horrível!
-Pára de reclamar menina! Tivemos sorte de encontrar uma casa por essa pechincha.
-Claro que é uma pechincha, esse lugar tá caindo aos pedaços....
E não era exagero: Ao ver o muro descascado e a aparência totalmente abandonada da fachada Amanda sentiu um frio na espinha e olha que ela nunca fora dessas pessoas com sexto sentido, pra ela isso era bobagem... Sua opinião mudaria radicalmente pois se soubesse da noite terrível que lá passaria não cruzaria seu limiar.
Começou com os barulhos, as tábuas do assoalho, muitas soltas e com cupim, faziam um barulho irritante, as manchas no forro denunciavam uma goteira que poderia jorrar à qualquer momento mas o pior foi a mancha no tapete, era escura e nojenta, como se a pessoa nem tivesse tentado limpar.
-Fala sério! Agora vou ter que limpar essa porcaria, eu joguei pedra na cruz mesmo, viu!
O barulho não a deixava dormir, só que a chuva parara há algumas horas, de onde ele vinha então? Como não tinha sono ela resolveu investigar, a cama dura e poeirenta expulsara qualquer sono que ela poderia sentir; com a lanterna do celular ela seguiu o barulho que vinha do porão.
-Que tipo de casa ainda tem porão? Que velharia! Ela resmungava consigo mesma.
Algo aconteceu, algo nunca previsto por ninguém; ela sentiu uma presença maligna naquele lugar e o mesmo frio na espinha que a havia acometido a atacou de novo, bem, algo mais a atacou naquela noite... De início ela não pôde perceber a mão que a agarrou por trás, não antes que fosse tarde pra correr ou gritar, no momento seguinte uma dor aguda na cabeça a fez desmaiar.
Ao acordar depois do lhe pareceram horas ela viu uma figura que só poderia ser descrita como bruxa vindo em sua direção, se não fosse pelos movimentos lentos e precisos e pela faca que levava nas mãos ela pensaria tratar-se de um tipo de brincadeira sem graça, não era dia das bruxas ainda mas vai saber...
-Q-quem é você? Amanda perguntou vacilante.
-Sou alguém que vai te matar!
-Por que, eu não te fiz nada! Ela respondeu apavorada.
- Você é a reencarnação dela, e vai ter que morrer como ela e a mãe dela, o ciclo é eterno.
-Você é louca! Não sei quem morreu aqui mas não tenho nada a ver com isso.
-Sim, o sofrimento enlouquece as pessoas; servi fielmente por décadas, fui abusada, humilhada e espancada e sobrevivi saboreando a vingança, a minha vingança!
-Espera um pouco, quem te maltratou? Não estou entendendo...
-Alguém muito parecida com você, igual na verdade, tinha esse rostinho angelical, esse rosto que eu sempre odiei e faço de tudo pra destruir!
-Não, por favor... Ela falou antes que uma bofetada a jogasse no canto da parede, lhe tirando os sentidos.
O cheiro de hospital a acordou aos poucos, sua cabeça pesava e parecia enfaixada, sua mãe dormia numa cadeira ao lado da cama. Seu corpo pesava tanto que parecia que estava lá há dias e não horas como pensava.
-Mãe, prenderam aquela mulher louca? Perguntou confusa.
-Querida, está tudo bem, tudo vai melhorar, você vai ver.
-O quê aconteceu? Quem era ela afinal, eu não entendo...
-Os médicos disseram que você acordaria confusa; olha, você caiu na escada e fez um talho na cabeça, ainda bem que eu perdi o sono e fui ver como você estava.
Tudo não passara de um sonho maluco, um pesadelo como queiram mas algumas coisas nunca foram explicadas: Se ela caiu de costas na escada, de onde vieram os cortes em seu rosto que lhe deixaram cicatrizes? E a faca suja de sangue encontrada no porão, embaixo do degrau da escada antiga ? Mistérios que só a casa vazia e velha poderia guardar à 7 chaves pois Amanda se recusou a pisar na casa de novo e nem poderia: Um curto circuito a incendiara há 13 dias atrás.
Então gente, é isso, desculpem se ficou mais ou menos mas é a primeira vez que escrevo algo nessa linha então peguem leve comigo. <3
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Contos sombrios
HorrorContos de terror e suspense de minha própria autoria, sem compromisso com a realidade.