Beijo mortal

29 1 0
                                    


    Meu nome é Moris, sei que não é um nome comum mas é meu único nome agora, como psicopata não devo revelar minha identidade. Eu mato pessoas, homens pra ser mais precisa mas nem sempre fui assim:

     Eu já fui uma criança alegre e cheia de sonhos, isso até o bastardo do meu padrasto me desgraçar pra sempre! Sei que parece um jeito antigo de se falar mas "desgraçar" descreve com exatidão o rumo que minha vida tomou... 

    Da primeira vez foi como num pesadelo, eu tinha só 10 anos de idade quando ele me tomou à força, eu mal sabia o que estava acontecendo, só que doía muito e portanto não era uma coisa legal. Tentei convencer a mim mesma que era efeito da bebida e não se repetiria, o problema era que ele bebia muito.

    Sem ter com quem falar e logicamente amedrontada com sua ameaças eu me calei, cresci guardando esse segredo sórdido, o ressentimento e a raiva foram se acumulando dentro de mim e jurei a mim mesma que um dia eu me vingaria.

   Posso dizer que tomei a decisão de matá-lo quando ele foi se tornando mais violento, eu não reagia e mesmo assim comecei a ser espancada, seria matar ou morrer e eu escolhi a primeira opção. Comecei colocando calmantes na sua bebida, minha mãe tomava muitos antes de morrer e agora eu sei por que ela vivia fora do ar.

    Aos 15 anos eu aprendi a cozinhar vendo uns programas vespertinos de culinária, o bastardo gostava de comer, beber e me espancar, não nessa mesma ordem, nem sempre eu tinha a sorte dele dormir antes de me torturar então tive uma ideia: Resolvi envenenar a comida dele, foi minha melhor decisão!

    Achei um remédio sem bula, só dizia que era um anti-convulsivo, pra minha sorte ele bebeu muito naquele dia minha bebida "batizada" e a mistura fez efeito, o bastardo morreu de um infarto fulminante, nem a decência de morrer dolorosamente o canalha teve!

    Ver aquele monstro morto foi a melhor sensação que eu já tive na vida e não demoraria muito pra vivê-la de novo... O diretor do orfanato pra onde fui mandada era outro bastardo, abusava das recém-chegadas mas ele teve um dia ruim, seu último dia, dei a ele uma morte lenta e dolorosa; roubei uma faca da cozinha e cortei seu bem mais precioso o deixando sangrar até a morte.

   Já chega de encher vocês com minha infância de merda, agora sou uma vingadora: Mato abusadores, os seduzo fazendo-os pensar que se deram bem e depois os faço morrer lentamente, veneno, facas, ferros em brasa, o que eu tiver em mãos eu uso.

    Inventei uma nova técnica que vou testar essa noite: Manipulei em casa um veneno que coloquei no meu batom, é só tomar o antídoto antes de sair e procurar uma boate daquelas bem alternativas, já tenho uma em mente, sei que homens que vão até lá não são boa coisa, eles exploram crianças e bem, um deles vai provar meu beijo da morte hoje.



Contos sombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora