Marissa

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Sometimes the heart sees what is invisible to the eyes.

H. Jackson Brown Jr.


O mês passou sem grandes emoções, nenhum assassino querendo ser inocentado e nenhum traficante querendo pagar o dobro para que Harry o defende-se. Mas como nem tudo são flores, Liam Clarckson, meu chefe de operação, me deu uma missão noturna. Eu teria que colocar uma escuta na sala do senhor Fitzpatrick, porque ele acha que eu estou deixando passar alguma informação importante. Lá vem o Clarckson querendo me dizer como fazer meu trabalho, mas como ele é meu superior não posso contestar essa atividade. Liam já é um pé no saco, se você vai contra o que ele diz, ele arranja um modo de deixá-lo na pior. Clarckson está precisando arranjar uma esposa... Dormir de calça jeans faz mal para as bolas!

Passei a madrugada cumprindo minha pequena missão, invadindo o prédio comercial onde trabalhamos e instalando a escuta na sala do meu "chefe", aproveitei para olhar alguns papéis que não tinha visto ainda, mas não achei nenhuma informação interessante. O mês foi realmente chato! O resultado de todo esse trabalho desnecessário foi apenas uma hora de sono e uma boa quantidade de corretivo e base para esconder as olheiras.

Não me atrasei, mas cheguei à minha mesa apenas cinco minutos antes do Harry aparecer. Ainda estava ligando meu pc quando ele passou me dando bom dia e entrando na sua sala. Eu tinha uns relatórios para revisar e isso ocupou a minha manhã.

Minha concentração foi interrompida pela abertura da porta do Harry. Ele saiu da sala carregando sua carteira e a chave do carro, só então percebi que já era horário de almoço.

Harry: Vamos almoçar, Beatrice?

Marissa: Juntos? E vamos deixar o escritório sem ninguém?

Harry: Como você já deve ter percebido esse mês está meio parado, se alguém aparecer não vão deixar subir e se ligarem e ninguém atender, ligam mais tarde. Vamos, eu vou pagar seu almoço hoje!

Relutei por uns segundos mas acabei aceitando, que mal haveria nisso, certo?! Peguei minha bolsa e caminhamos até o elevador. Ele segurou para que eu entrasse e como o elevador estava vazio fiquei no canto esquerdo no final. Ele poderia ter optado pelo outro canto mas se colocou bem ao meu lado, me deixando tensa. Todos sabem do apelo sexual dos elevadores, mas não imaginam o que é estar em um deles sozinha com Harry Fitzpatrick.

Quando chegamos no térreo que percebi que estava prendendo a respiração. Qual é o meu problema? Pareço uma menininha do lado de seu ídolo, só falta eu começar a chorar agora! Fomos até o estacionamento, que ficava fora do edifício, e ele abriu a porta para que eu entrasse. Tão cavalheiro...

Enquanto dirigia eu percebi que ele me olhava de canto de olho as vezes, acredito que esperando que eu dissesse alguma coisa.

Marissa: Que sol né?

O TEMPO MARISSA? Fala sério, mas papo furado que isso não existe! Ele riu e me respondeu que estava mesmo fazendo calor esses dias.

Harry: Você está com uma cara de cansada.

Marissa: Eu hum... Não dormi bem essa noite.

Harry: Ah!

Chegamos a um restaurante de Thai food, que por acaso eu amava. Já tinha vindo com o Zackary várias vezes.

Harry: Já veio ao Pho Basil?

Marissa: Sim, é delicioso! Eu amo comida vietnamita.

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