Deixou cair as alças da camisola preta, transparente, então pude ver seu corpo nu pela primeira vez. Sentou ao pé da cama e veio em minha direção, mas não era mais aquela garota de olhos inseguros que havia me levado até ali. Era uma mulher que sabia tudo o que tinha, sabia o que eu queria e queria me dar. Se rendeu à mim, e num lindo beijo tocou meu corpo.
É impressionante como o tempo passa rápido quando estamos juntos. Segundos parecem voar, e quando se distancia o relógio trava, empata, empaca, emperra. Me fez sorrir com o batom vermelho marcando meu abdômen, e as unhas fazendo estrago no meu peitoral. Todo o carinho do mundo era pouco para nós dois, e todo o amor no mundo transbordava naquela cama de solteiro.
"Vou ser sua. Pra sempre", ela dizia, enquanto eu percorria cada periferia de seu corpo desenhado de deusa, com beijinhos marcando cada espaço no meu trajeto. Cada suspiro me indicava o caminho, cada sorriso me fazia perceber que eu estava na direção certa. E ao mesmo tempo em que eu a descobria, perdia o meu controle de tudo. A perfeição cabia em seis letras, uma palavra só, o nome daquela mulher.
E então, subitamente ela explodiu. Seu corpo se movia, suas unhas rasgavam as minhas costas. Seus cabelos estavam grudados na testa pelo suor. Nossas roupas nos cantos da cama, num momento só nosso. E todo o amor do mundo cabia nos meus braços, naquele abraço que demorou uma vida toda. Uma vida toda pra ela.