O único herdeiro do reino era um garotinho tímido que atendia pelo nome de Harry. O menino era extremamente educado e cordial com todos, como um futuro rei deveria ser. Apesar de sempre estar cercado de várias pessoas, Harry era sozinho.
Nunca conhecera a mãe. A rainha Anne morreu durante o parto e o garoto de olhos verdes cresceu nos cuidados de sua aia, Maura. O rei, sempre atarefado, nunca tinha tempo para as bobagens do menino. Depois dos seis anos, Harry parou de insistir.
Aprendera a escrever e a tocar todos os instrumentos que existiam na época, antes dos oito anos. E quando um comerciante francês se hospedou no castelo, o garotinho aprendera a língua com facilidade.
O filho de Maura, Niall, era o único amigo que Harry tinha, mesmo que o garoto de olhos azuis só pudesse visitar o castelo a cada duas semanas, acompanhado do irmão mais velho.
Sua infância se resumiu as paredes do castelo.
Quando sua puberdade chegou, o rei Desmond passara a exigir mais do filho. O que incluiu castigos físicos.
Falar demais. Postura incorreta. Moleza com os servos. Divagar sobre amabilidades em ambientes de negociações. Confrontar o Rei.
Harry chorou apenas na primeira vez que acontecera. Ele tinha treze anos.
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A puberdade transformou o garotinho fofo num homem atraente. Harry Edward Styles, era o objeto de desejo de todas mulheres do reino —e fora dele.
Sua tez possuía a alvura da neve. Tornara-se alto e forte, costas largas e peitoral musculoso. Pernas esguias e longas, bem como seus braços e mãos. Apesar de sua altura, Harry era demasiadamente gracioso a cada movimento.
Sua voz era grave e lenta, quase sempre cordial. Sua face era harmoniosa e angelical, misturando traços másculos e delicados. Tinha olhos verdes, muito claros. Sua boca era bem desenhada, rósea e carnuda, fazendo contraste com sua pele branca. O nariz aquilino combinava perfeitamente com seu rosto. Seu queixo era quadrado e imponente, e a linha de sua mandíbula era angulosa e atraente. Seus cabelos castanhos lhe emolduravam a face, descendo como cascatas cacheadas até seus ombros largos.
Antes mesmo de seu vigésimo aniversário chegar, vários reis e duques já haviam oferecido as filhas para Harry esposar.
O príncipe não saía muito do castelo, pois não lhe era permitido. Desde que as visitas de Niall ficaram mais escassas, ele se encontrava ainda mais sozinho. Vez ou outra, o rei deixava que ele passeasse pelo mercado ou fosse cavalgar e atirar com a besta na floresta. Eram os melhores dias para Harry.
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Harry foi desperto de seus pensamentos por uma batida suave em sua porta.
—Entre.
—Vossa Alteza. —Um dos aios do rei entrou em seus aposentos, com uma reverência exagerada. O príncipe fez um gesto para que ele ficasse de pé.
—Venho em nome do Rei, meu senhor.
—Pois diga, Paul. Qual o recado de meu pai?
—O Rei informa que a Vossa Alteza tem permissão para cavalgar nesta manhã.
—De onde são os comerciantes? —Questionou, já imaginando o motivo de Rei ter lhe concedido uma manhã livre. Sua inutilidade para fechar negócios.
—Alguns burgueses vindos do Oriente, senhor.
O cacheado suspirou, passando os dedos pelos cachos.
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Falling | l.s
Historical Fiction"Harry nunca fora tratado tão rudemente em sua vida. Se o rei descobrisse, provavelmente mandaria executar o camponês insolente. Mas o rei não descobriu. Nunca descobrira nada sobre o príncipe e o camponês." Larry Stylinson AU | Mature