Mark Tomlinson era um comerciante muito conhecido e respeitado na região. Sempre viajava em busca de novas especiarias para negociar no mercado. Tão logo conseguiu adquirir o título de Barão.
Numa das idas ao mercado, conheceu uma bela camponesa chamada Johannah, que roubou seu coração no mesmo instante. O amor floresceu tão rápido e tão fácil entre os dois, que em menos de seis meses depois, eles já estavam casados. O amor dos dois era visível para qualquer pessoa e esse amor gerou um fruto adorável.
Louis William, o filho do casal, era um garotinho de olhos azuis e cabelos castanhos claríssimos e lisos. Louis sempre foi muito astuto, o que deixava o barão e a baronesa muito orgulhosos de seu pequeno raio de sol. O garoto miúdo aprendera muito cedo a tocar a rabeca da mãe e a usar o arco do pai, além de sempre cativar as pessoas ao seu redor. Toda a criadagem morria de amores pelo garotinho educado e gentil, e todos os amigos do casal o parabenizavam pela pequena dádiva.
Apesar das viagens constantes do barão, os Tomlinson eram unidos e alegres, e o amor era o único sentimento cultivado na pequena fazenda.
Quando Louis fez sete anos tudo começou a desmoronar.
Johannah adoeceu durante uma das viagens de Mark e mal podia sair da cama. As criadas proibiram o pequeno Louis de ficar muito tempo com a mãe, depois da visita do médico. O barão só voltou cerca de duas semanas depois do diagnóstico. Sua esposa já estava muito debilitada e não havia muito que fazer. Mark lia para a mulher, enquanto seu pequeno tocava sua música favorita todos os dias.
Johannah partiu no inverno seguinte.
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O barão continuou suas viagens, pois era algo necessário para os negócios. O pequeno Louis ficava na fazenda, sendo cuidado pela criadagem. Em especial Karen, que tinha duas filhas —Nicola e Ruth, que já trabalhavam na cozinha— e um filho. Lou ficou muito amigo do mais novo dos três, Liam. Os dois brincavam todo o tempo e Louis até o ajudava em suas obrigações.
Quando Mark voltava para casa, depois de semanas longe, Lou corria pela estrada de terra, de encontro a carruagem. Seu pai descia e o tomava nos braços, então apostavam corrida até os portões da fazenda. Eram os melhores dias para o Louis.
—Você está ficando velho, papai! —O garotinho dizia entre risos, quando ganhava.
E Mark colocava o filho sob os ombros, como um saco de batatas, rindo quando as pernas curtas se balançavam sem parar. Naqueles dias, um jantar farto era servido e todos na fazenda se contagiavam com a felicidade do pequeno e curioso Louis.
O garotinho sempre perguntava tudo sobre o que o pai descobriu nas terras desconhecidas. Mark adorava sanar as dúvidas e passar mais conhecimento à Louis, se derretendo pela forma que seu filho franzia as sobrancelhas ralas e anotava o que achava importante no caderno enfeitado com conchas que Johannah lhe dera antes de partir.
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Dois invernos mais tarde, quando Mark retornou para casa, ele não estava sozinho. Havia uma mulher e uma garotinha com ele. Tommo franziu as sobrancelhas para as estranhas, mas sorriu quando seu pai se aproximou, erguendo os bracinhos para abraça-lo.
—Quem são elas, papai?
—Essa é a Baronesa Andrea e a filha dela, Taylor. Elas vão morar conosco, a partir de agora.
O pequeno olhou novamente para as duas. Andrea era loira, baixa, atarracada e não sorria, usava um vestido espalhafatoso e de cores fortes. Louis nunca havia visto um daquele. Sua filha tinha o cabelo igualmente dourado, pele branca como porcelana, era magricela, alta e usava um vestido tão espalhafatoso quanto o da mãe.
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Falling | l.s
Ficção Histórica"Harry nunca fora tratado tão rudemente em sua vida. Se o rei descobrisse, provavelmente mandaria executar o camponês insolente. Mas o rei não descobriu. Nunca descobrira nada sobre o príncipe e o camponês." Larry Stylinson AU | Mature