Paraíso

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—Eu não posso parar de sorrir, Niall! —Harry exclamou, suspirando em seguida. —Eu senti as batidas de seu coração sob meus dedos, é mútuo!

—Por Deus, meu amigo, você tirou a sorte grande! —O loiro sorriu, levantando o cálice em direção ao amigo, como num brinde.— Louis é um encanto.

O de cachos sorriu e assentiu, todo seu interior borbulhando em êxtase.

—Louis é o encanto. —Harry murmurou.

Levou o cálice de vinho até os lábios, olhando para os próprios dedos e recordando-se da maciez da pele de Louis.

—Por que não o convida para a festa?

—Ele não sabe que sou príncipe, você esqueceu? E meu pai... —O cacheado inspirou fundo.

—Perdoe-me. Não pensei nisso.

—Tudo bem. —O príncipe balançou a cabeça, afastando qualquer pensamento que envolvesse Desmond.

—Quando você vão se encontrar?

—Por qual razão está tão curioso, Niall?

—Ah, Vossa Alteza Real! —O pintor fez um gesto exagerado e o de cachos uma careta. —O amor que emana de seu corpo e transborda em seu olhar quando fala sobre o pequeno... Ah! Isso me inspira.

O maior negou, sorrindo largamente. Seus olhos caíram para duas conchas brancas próximas ao cavalete do amigo.

—Onde as conseguiu? —O de cachos apontou para as conchas e o loiro arqueou uma sobrancelha.

—No mercado. Queria experimentar alguns pincéis novos, então as usei como modelo.

O príncipe segurou as duas em sua palma, seu pensamento voando para o caderno de seu pequeno, com várias conchas amarradas em sua capa.

—O que é isso?

—O quê? —O cacheado franziu o cenho, voltando o olhar para o amigo.

—Esse sorriso! Por Deus, seu amor é palpável.

Harry apenas sorriu. O que mais poderia fazer? Era inútil negar, já havia aceitado. Por mais que tudo ao seu redor murmurasse que aquilo era pecaminoso, seu coração gritava que era o certo.

Resolveu ouvir o próprio coração.

—Posso tê-las? Se não for usá-las, obviamente.

As sobrancelhas de Niall se ergueram de forma interrogativa e o outro suspirou.

—Louis gosta de conchas... Eu... Vou vê-lo em algumas horas.

—Inferno, você está caído por ele! —Niall gargalhou e bateu palmas. — O que planejou para ele?

Harry deu de ombros.

—Ora, caríssimo amigo, encante-o!

—O que devo fazer?

—Se me permite, em minha estadia na Itália, conheci algumas moças e cortejei todas elas.

—Seu biltre! —Harry ralhou.

—Meu único e verdadeiro amor é minha arte, mas, um homem tem suas necessidades! —O pintor retrucou, com um sorriso ladino.— Você ao menos pode dizer algo sobre isso, conheço algumas princesas desonradas que...

—Apenas me diga como as cortejou e cale a maldita boca!

O loiro gargalhou, enquanto o amigo negava com a cabeça.

—Ouça bem as instruções do mestre, Vossa Alteza...

♕♕♕

O príncipe torceu os dedos em ansiedade, enquanto o pequeno não aparecia. Apertou os lábios e fechou os olhos, sugando uma respiração profunda.

Falling | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora