Desejo

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Louis passou os últimos três dias ouvindo Karen chamar sua atenção, pois sua mente estava distante dali. O pequeno não conseguia entender aquela enxurrada de sentimentos que dominavam seu corpo. 

Era errado?

Levou os dedos curtos até a própria boca e fechou os olhos, relembrando a sensação dos lábios macios deslizando contra os seus. Seus lábios formigavam com a lembrança dos beijos doces que Harry lhe deu. Inspirou fundo, sentindo suas bochechas mais quentes e os batimentos mais acelerados, ao lembrar da maneira que Harry sugou seu lábio com ganância.

-Louis! -Nicola chamou outra vez, fazendo o rapaz dar um sobressalto. -Você está bem, meu amor? Está vermelho!

-E-eu estou bem, Nic. -O de olhos azuis deu um pigarro e a moça o olhou com um olhar desconfiado. 

-Onde sua cabecinha está ultimamente, Lou? -A loira afagou os cabelos castanhos.-Alguma moça sortuda irá receber seus cortejos?

O garoto corou furiosamente, com suas bochechas beirando o tom beterraba. Nicola piscou e sorriu ladino.

-Eu sabia! Vamos, me conte!

-E-eu... Hu-um...

-LOUIS! -O grito de Andrea fez os dois pularem. 

-Eu vou ir, a baronesa está me chamando.

-Não pense que vou esquecer, querido! Quero saber quem é essa moça que está lhe arrancando suspiros!

O de olhos azuis nunca ficou tão feliz por ser chamado por sua madrasta.

-Sim, baronesa?

-Estou lhe chamando há horas! Onde estava?

-Eu estava ajudando Nicola a arrumar a sala de estudos.

-Pois bem, Liam ainda não voltou e precisamos de mais farinha. Traga duas sacas.

Louis arregalou os olhos.

-Duas? Não creio que poderei carregá-las, baronesa. -O menino torceu os dedos.

-Ora, faça duas viagens! Aqui estão as moedas, vá de uma vez!

Segurando um suspiro, o menino pegou as moedas e assentiu, seguindo em direção à porta.

♕♕♕

O clima estava extremamente quente, mesmo sendo meados julho. Ainda que protegido do sol pelas copas das árvores, Louis estava sentindo-se incomodado com o suor que lhe descia na face.

Ao passar pelo lago, não pensou duas vezes antes de se livrar das roupas e jogar-se na água fresca. O atalho pela floresta lhe poupava quase três quartos de hora, tempo este que seria aproveitado ali.

Fechou os olhos e afundou na água, sentindo todo seu corpo relaxar. Juntamente com a água, as lembranças daquele local o rodearam com veemência. Seus batimentos aceleraram, a memória dos toques suaves ainda mais vívida naquele instante. Tomou uma lufada de ar e permaneceu de olhos fechados.

Os lábios cheios de Harry se encaixavam perfeitamente aos seus, dominando-os com maestria. Louis suspirou, passando os próprios dedos pelo cabelo castanho, recordando-se da maneira ávida que os dedos longos de Harry se enroscaram em seus fios, puxando-o para dse encontro ao mais velho.

Seus dedos formigam, com a recordação da pele alva e, surpreendentemente, delicada sob seu toque. 

Como seria tocar seu pescoço? Seus ombros largos? Seu peitoral forte?

Falling | l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora