Olhos Verdes Parte - 02

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Algo puxa a gola do meu vestido, para dentro de um buraco escuro e gelado, após alguns segundos sem entender o que está acontecendo, vejo o segurança tapar o buraco com o que parece ser o forro do guarda-roupa de maneira rápida.

— Tadeu, achou alguma coisa? — Escuto a voz baixa da mulher.

Um grande silêncio é feito, o segurança mira a arma para a entrada, mantendo a mão firme no gatilho.

— Parece apenas um móvel vazio — responde Tadeu finalmente.

Dou um longo suspiro, aliviada, mas meu corpo ainda está trêmulo, o homem guarda novamente a arma, não tenho certeza se eles conseguem nos escuras, então tento manter-me em silêncio. Não quero correr o risco de nós acharmos, então fico imóvel, apenas esperando, após longos minutos o homem aperta um interruptor para ligar uma pequena lâmpada empoeirada, mas nada acontece.

— Ah! Filhos de uma... — ele morde o lábio antes de falar algo que se arrependa.

As luzes foram cortadas, forço a vista na tentativa de achar alguma outra lanterna ou vela para podermos enxergar, posiciono os braços na frente do corpo para não bater em nada, e caminho para dentro até chegar em algo macio, como uma cama.

— Ei, ilumine aqui — pedi.

Ele lança as poucas luzes na direção da pequena cama, sobre ela tem algumas garrafas de água, comidas, fósforo, umas toalhas e um quite de primeiros socorros, com ataduras, linha e esparadrapos, ao lado tem um encosto de parede com um objeto com uma moldura vermelha e empoeirado.

— Bem, não é muita coisa mas vai servir. — O homem de olhos verdes se aproxima, pegando o objeto em suas mãos.

Ele gira uma pequena bolinha um pequeno vidro e o acende com um fósforo, uma pequena chama se forma. Eu nunca tinha visto essa coisa em particular, estava sentindo um cheiro forte, diferente de quando acendemos uma vela ou uma lareira.

— Mas o que seria isso? — pergunto, intrigada. — Tem um cheiro estranho.

— Você nunca viu um lampião? — pergunta confuso.

— Ah, não! — Faço uma careta — Por que veria?

— Bem, as pessoas dos vilarejos o veem muito já que o racionamento de energia está cadáver maior— responde, dando de ombros.

— E por que estão fazendo racionamento? — Indago, franzindo a testa — Afinal, todos devem assistir aos informes.

Ele me encara com uma expressão de dúvida é raiva, parece que está tentando formular uma resposta para minha pergunta.

— Os informes são feitos em um telão comunitário que toda cidade deve ter, eles são obrigados a se reunirem para saber das notícias, e logo após a energia é desligada para economizar.

Ele me respondeu com uma voz de raiva, era a primeira vez que ficava sabendo sobre esses tais telões, para mim todos tinham uma teve em suas casas para poder acompanhar as notícias, sei que a situação está complicada desde ameaça da uretra mais pela forma que falou isso sempre aconteceu e não foi algo novo . Ele se afastando e se apoiando na mesinha do canto, mesmo com a pouca luz dava para ver que, aqui não era limpo com muita frequência, as paredes eram ocas, como se tivessem aberto um buraco em uma pedra.

Me sento na cama, olhando para minhas mãos machucadas e ensangüentadas, pois a arma do velho estava suja com seu sangue, a cena em que eu atirei no jovem volta em minha mente, pego uma toalha e a molho com um poucos água de uma das garrafas, não podia ficar mais um segundo com aquele sangue em minhas mãos.  Passo o pano semi úmido sob minha pele, primeiro pelas minhas mãos, tenho que esfregá-las com tanta força que começam a arder, depois com o lado limpo esfrego o rosto, na tentativa de tirar todo resquício de sangue.

⚠️revisão⚠️ Sem Escolha- Todos tem um segredo profundoOnde histórias criam vida. Descubra agora