Notebooks iluminam a mesa de reuniões, senadores olhavam atentamente para seu líder que encarava a vidraça do Congresso Nacional olhando a cidade iluminada em meio a noite densa e perigosa, todos eram meio parecidos a primeira vista, eram grisalhos em sua maioria e usavam ternos discretos porém caros, de forma discreta exibiam os frutos dos esquemas corruptos geralmente com relógios e com abotuaduras de ouro, o silêncio tomava o local, ninguém falava com ninguém diretamente mas seus celulares não paravam de vibrar.
Então a porta se abriu e um homem com cerca de sessenta anos adentrou a sala escura, resmungando de raiva ele se sentou a mesa de reuniões.
-Maldita mesa... Quem apagou as luzes- resmungou o homem esfregando sua perna.
-Ninguém as apagou, apenas não devem ser acesas!- disse o senador que contemplava as luzes da cidade.
-E porque todo esse mistério?- disse outro senhor dando um leve sorriso.
-Bem... O que os olhos não vêem o coração não sente! Mas vamos logo ao que interessa, amigos nossos negócios estão cada vez mais arriscados, eu temo que aos poucos iremos perder uma boa parte do nosso pessoal e que esse dano seja irreversível, então eu proponho que façamos algo a respeito!
-Como assim?! Seja mais específico- disse um dos homens sem entender nada.
-Os vigilantes! Estão por todos os lados "combatendo" o crime, durante os anos de chumbo eles eram poucos e já faziam estragos imagine agora eles estão até no Twitter!
-Então... Você realmente acha que nossos negócios podem ser arruinados por um bando de malucos fantasiados?... Muito bem companheiros sugiro a substituição do nosso líder-o homem começou a rir e os outros o acompanharam em uma risada unida porém contida pois ainda mantinham um respeito pelo seu líder.
-Temo que mão seja uma mera brincadeira companheiros- disse o líder dos homens sacando recortes de jornal e jogando-os sobre a mesa- Notem como os jornalistas idolatram esses homens, vejam como o povo os apoia, acha mesmo que isso não pode levar a uma crise maior e sem controle?
Os homens murmuravam entre si, alguns se voltavam para seus notebooks e confirmavam as palavras de seu líder, um deles se apoiou na cadeira visivelmente preocupado e enxugou o suor da testa com um lenço.
-E o que você quer que façamos, companheiro?
-Eu gostaria que tomassem uma decisão sobre o assunto mas acho que já resolvi a questão! Amigos eu lhes apresento a solução de nossos problemas- o líder ligou o protetor e iluminou parcialmente uma figura sinistra, usava roupas pretas e tinha um coldre axiliar de couro marrom, cobria sua cabeça com um capuz cônico parecido com os da ku-klux-klan também da cor preta, o homem surgiu como um fantasma da escuridão e sem nem mesmo dizer uma só palavra fez todos os homens engolirem a seco.
-Quem é este homem?
-Eu o chamo de solução!
-Más podem me chamar de Carrasco- completou a figura sinistra.
-Isso é algum tipo de brincadeira companheiro? Se o problema são os vigilantes como espera combate-los com outro vigilante?!
- Não é um outro vigilante, é um "exterminador" por assim dizer, faremos os vigilantes temerem, faremos com que desistam de atuar e então... bem, teremos negócios como sempre!
-Isso não faz sentindo, eu nem conheço esse cara, é mais fácil pagar um jagunço qualquer que ele faz o serviço, pelo menos eu vou saber quem ele é!- disse um dos homens aos lado do líder.
-Mas se esse capanga for pego ele pode nos dedurar!- resmungou o outro.
-Muito bem dito, essa é a minha preocupação principal e por isso...- o líder apontou para o Carrasco que por sua vez se apoiou na mesa encarando os homens um por um.
Os senadores discutiam entre si e um ou dois se exaltaram, mas a situação continuava sobre controle, um dos homens se levantou ajeitando seu terno e pediu silêncio com as mãos.
-Vamos votar! Coloquem seus celulares sobre a mesa e coloquem suas mãos paralelas aos mesmo, agora: quem for contra usarmos este homem como nosso "ajudante" levante a mão.
Alguns homens levantaram as mãos, mas foram bem poucos em comparação a totalidade da mesa.
-E agora: quem for a favor levante as mãos.
E a maioria levantou as mãos apesar de estarem meio inseguros com a decisão.
-Então neste caso...- disse o líder ajeitando a gravata, mas antes que pudesse completar a frase seu colega se levantou indignado.
-Espere por favor, senhor poderia nos dar uma prova de sua competência? Porque para ser sincero... eu não acredito que isso dará certo!
O Carrasco se levantou cuidadosamente, olhou para trás onde havia um pequeno telão e fez um gesto com a cabeça para o líder.
-Pois bem - disse o líder conectando seu notebook ao projetor Wi-Fi no teto, então uma manchete encheu o telão narrando a morte do General, em seguida o homem que antes o questionava agora o olhava com respeito, e as expressões de desconfiança nos rostos alheios foram substituídas pelo medo.
-Não digo que o fiz... mas também não o negarei- disse o estranho amassando os punhos e com os olhos apertados por causa de seu largo sorriso que quase saltava pra fora de sua máscara.
-Para encerrar basta nos dizer quanto custa o seu serviço.
-Cem mil por cada vigilante morto e quinhentos mil pelos famosos.
Um murmúrio encobriu o local, todos achavam aquele preço um exagero e o líder engoliu a seco compartilhando do sentimento alheio.
-Meio milhão por vigilantes "famosos"?! Isso é muito!
-Se quiser faça você mesmo.- o homem jogou sobre a mesa um pedaço de papel contendo um endereço de e-mail da deep web e a numeração de uma conta provavelmente da Suíça.- Podem me encontrar por esses meios, eu mato e vocês confirmam, depois me pagam, sem contratos e sem compromissos formais... foi um prazer trabalhar com vocês companheiros.
O Carrasco se dirigiu a porta, já do lado de fora encarou o líder por alguns segundos e só então foi embora deixando os homens para trás.
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Sobre o Capuz
General FictionE se... os heróis existissem de verdade, e se nossos sonhos de infância se tornassem realidade, se o mundo tivesse uma proteção, um Socorro, um defensor? Seriam eles super poderosos ou simplesmente psicopatas narcisista, teriam eles superpoderes ou...