Mary, uma garota de 16 anos que acaba de se mudar para uma cidade não muito conhecida e com poucos habitantes. Um lugar calmo, sem crimes e sem desorganização. Era o lugar perfeito para morar! Bem, menos para Mary, que infelizmente teve que abandonar a escola, seus amigos e principalmente o garoto que ela mais amava. Por um lado, ela estava feliz. Sempre quis viajar e conhecer pessoas novas. Mas ela nunca imaginou que seria tão difícil assim! Pelo menos ela tinha seu celular, onde poderia falar com seus amigos todos os dias e matar a saudade.
- Mary? Mary! Acorde minha princesinha.
- Huh? Ah, já acordei mãe, não enche!
- Haha! Minha princesinha não fique assim. Sei que é difícil se afastar das pessoas que amamos. Mas isso vai lhe fazer bem! Veja só, essa cidade é tão calma, tão quieta...apenas o som dos pássaros cantando. Não é demais?
- ....
- Ora, vamos! Dê um sorriso pra mamãe!
- Mãe...
- Sim?
- Eu não sou uma criancinha.
- Eu sei...
- Então para de falar assim comigo!!!
- Tabom estressadinha! Mas saiba que você sempre será a bebezinha da mamãe.
- Mãe!!!!
- Hahahaha está bem, está bem!Mary depois de um tempo adormece novamente.
Depois de umas horas, finalmente a viajem termina e Mary e sua mãe finalmente chegam ao seu destino.Mary, obviamente, acorda e sai do carro não muito contente em estar lá.
- Filha, entre na casa e escolha o quarto onde vai dormir.
- Tabom...Enquanto isso, sua mãe, dona Rosa, deixa algumas caixas da mudança pelo chão, para depois organizar com a ajuda de sua filha tão amada, Mary.
As duas nem sempre se davam bem. Horas brigavam, horas se amavam, horas nem se olhavam, horas riam juntas e assim vai.
Depois da morte de seu pai, Mary mudou totalmente. Ficou mais calada, mais séria e mais rebelde com sua mãe. Dona Rosa, não mudou muito. Ainda mais porque tinha de proteger sua amada e única filha.- Ah, minha querida filha...as coisas não são mais como eram antes, com seu pai. Sinto tanta falta dele...mas temos que ser fortes e proteger uma a outra! - pensou dona Rosa, enquanto carregava sua última caixa.
Mary logo desceu as escadas e, alegre, foi até sua mãe.
- E aí filha, já escolheu o quarto?
- Sim, mãe. Ele é enorme e não tem muita claridade. É ótimo para passar o dia dormindo!!
- Preguiçosa! Venha, me ajude a organizar as coisas. Depois vamos falar sobre seu quarto e outros cômodos da casa.
- Tinha mesmo que trazer tantos objetos pra cá? Assim vai demorar mais para arrumarmos tudo.
- Ah, você sabe como sou, filha.
- Sei...
- Vamos, se anime! Você logo vai conhecer novas pessoas. Pode até arranjar um namorado!Mary joga uma pelúcia em sua mãe, constrangida.
- Mãe!!! Por favor, para com isso.
- Ah, mas por que? Você não quer falar sobre isso com sua mãe?
- Eu vou te jogar outra pelúcia!
- Tabom, tabom! Mudaremos de assunto.As duas, logo se encaram e começam a rir. O que era raro!
As horas passam, as caixas estavam ficando vazias e a casa mais decorada e bonita. O tempo passou e as duas nem notaram que já estava ficando de noite.
Mary vai para seu quarto tomar banho enquanto sua mãe terminava a decoração."DING DONG"
A campanhia toca. Rosa, imaginando que fosse sua primeira visita de boas-vindas, vai correndo abrir a porta.
Ao abrir, se depara com um casal de idosos. Provavelmente de 80 anos.- Olá, er...pois não?
- Olá, jovem senhorita. Vimos o caminhão de mudanças e seu carro. Achamos que é uma nova moradora desta linda casa.
- Ah, sim. Muito prazer, me chamo Rosa.
- Me chamo Charlie e essa é minha esposa, Tereza.
- Muito prazer, senhorita.
- O prazer é todo meu, Tereza.
- Acho que seria uma falta de educação, dar boas-vindas sem um presente para nossa nova moradora, não é mesmo, Tereza?
- Sim, querido. Por isso mesmo, senhorita Rosa, trouxemos esta deliciosa torta de maçã!
- Ah, como são gentis! Não precisava...
- Oh, querida. Não precisa nos agradecer. Isso é apenas uma lembrança!
- Mesmo assim, muito obrigada. Não querem entrar?
- Desculpe, mas temos muitas coisas para fazer em nosso lar. Quem sabe um outro dia? Sabe, estamos velhos e cansados. Quase não temos disposição para nada...mesmo assim nunca deixamos de cuidar das coisas.
- Entendo. Então, até a próxima!
- Até!!Rosa se despede dos dois e fecha a porta, deixando a torta de maçã em cima da mesa.
O cheiro da deliciosa torta toma conta da casa toda. Logo, Mary desce as escadas correndo, indo direto para a mesa.
- Ah, que cheiro bom!! Foi você que fez, mamãe?
- Não, querida. Foi nossos vizinhos!
- Vizinhos? Eles vieram nos visitar e você nem me chamou!
- Claro! Você demora um século para se arrumar.
- Olha quem fala!
- Tabom, tabom! Vamos comer e depois dormir. Amanhã teremos muito o que fazer.
- Você que manda!Mary e sua mãe comem toda a torta e assim, vão direto pros quartos, tendo uma boa noite de sono.