Capítulo 2 - Complexo Mikaelson

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Havia acabado de chegar na cidade e eu estava disposta a ter aquele reino para mim. Ao entrar no complexo na minha família não avistei ninguém por imediato, o que me fez imaginar onde cada um estava. Foi quando ouvi uma porta batendo. Suspirei fundo e subi as escadas que davam para a porta principal e lá estava meu tio Elijah. O homem mais elegante que havia conhecido, até na maneira de matar pessoas. Ele estava com um terno preto e um livro velho na mãos. Larguei uma de minhas malas ao meu lado e sorri.

- É desta forma que me recebem?
- Meu Deus, Hope. - Disse ele largando o livro de lado e caminhando em minha direção.

Elijah sorriu e me abraçou. Afeto. Ele me transmitia afeto. Eu o respeitava como se fosse um pai para mim. Ele me ensinou algumas coisas quando nos víamos mas sempre estava ocupado. Ele dizia que era culpa de "Niklaus". Eu tinha infelizmente um pai problemático, mas eu o amava demais. Durando o abraço pude ouvir que havia mais alguém, ao me virar para porta, lá estava ele. Eu não sabia dizer se ele era um inimigo ou aliado, mas eu adorava ele.

- Marcell...

Ele abriu os braços e não moveu um músculo, sai dos braços de Elijah e corri para o homem negro que sorria em minha porta. Talvez meu pai não gostasse dele, mas foi ele quem me disse que eu estaria segura em voltar. Marcell me abraçou e me apertou forte.

- Seu pai ficará feliz em vê-la.
- Será mesmo? E porque está aqui Marcellus? - Perguntou Elijah sério
- Okay, eu sei que não a melhor hóspede daqui, mas essa é a minha cidade e vocês são a minha família. Se não me querem aqui no complexo posso tranquilamente achar outro lugar para ficar. - Disse me afastando de Marcell e olhando para ambos
- Presumo que eu iria ser o próximo que iria abraçar, não é mesmo? - perguntou meu pai extremamente sério antes de sorrir
- Presumiu muito bem Senhor Mikaelson. - Falei ficando ereta e com as mãos nas costas

Meu pai desapareceu do lugar que estava e rapidamente apareceu ao meu lado. Nos olhamos por segundos até ambos caminharmos na direção um do outro e nos abraçarmos.

- Eu estava com muitas saudades de você minha pequena Hope.
- Eu também pai.
- Mas então como sua tia Rebekah se comportou? - perguntou ele se afastando de mim, segurando em meus ombros
- Estou viva não é.

Depois de todos os abraços começou o interrogatório durante o jantar. Convidei Marcell para ficar conosco, queria conversar com ele no final da noite, e mesmo que ele e meu pai estivessem brigados, aquilo não iria atrapalhar a minha amizade com Marcell. Estávamos jantando, bom, eu sinceramente não identifiquei a comida, mas meu pai havia mandado preparar, eu não poderia falar não a ele.

- Então minha pequena Hope, o que andou fazendo? - perguntou meu pai cortando a carne em seu prato
- Consegui concluí a escola, algo que a tia Rebekah me obrigou, ela disse que o melhor jeito de controle e estar perto daquilo que tenta te controlar.
- Rebekah está certa. - falou Marcell
- Então Hope, por onde andou? - perguntou Elijah servindo vinho para si
- Depois do Texas, Califórnia, Nova York, Canadá, Beacon Hills, eu fui para Mystic Falls. Acabei conhecendo muitas pessoas que por um acaso já conheciam os Originais.
- Vejo que conheceu nossos antigos amigos. - Klaus sorrindo
- Amigos? Todos ficaram apavorados quando ouviram o meu sobrenome. Tirando as tentativas de morte. - olhei para meu pai que ainda sorria sarcástico - Você transformou o nosso sobrenome no mais temido.
- Não precisa agradecer.
- Não estou agradecendo, estou lamentando. - falei séria o encarando
- Hope, essa não é a melhor hora para isso. Sei que precisam conversar, mas por favor, façam isso mais tarde. Estamos tentando jantar. - Falou Elijah olhando para mim e meu pai que havia ficado sério
- Licença, eu perdi a fome. - falei levantando - Marcell me acompanhe, quero falar com você.

Marcell lentamente começou a levantar e percebendo que Klaus não iria o interromper, começou a me seguir. O complexo era enorme, eu lembrava muito pouco de lá, mas meu quarto era inesquecível. Ao passar pela porta sorri. Ele estava do mesmo jeito que havia deixado a alguns anos que passara o Dia de Ações de Graça com a família. Marcell ficou na minha porta enquanto as lembranças se jogavam em mim.
- Lembro perfeitamente do dia em que você entrou, quer dizer, foi jogado na nossa porta. Meu pai estava extremamente furioso com algo que você havia feito...
- Então ele me mordeu e eu quase morri... Mas fui salvo por você Hope.
- Ele ainda continua do mal?
- Quer mesmo que eu responda? - perguntou ele sorrindo
- Não precisa, não foi para falar dele que te chamei aqui.

Querido diário...

Marcell acabou me contando algumas coisas que aconteceram no Quartel nesses anos que passei fora. Percebi que talvez meu pai não tenha uma 'salvação' como Elijah diz que ele tem. Estou aqui, na janela do meu quarto no complexo Mikaelson observando cada pessoa que passa pela rua, e vejo que todas precisam de alguém que as proteja, que as guie quando não souberem para onde devem ir. Nova Orleans precisa de uma rainha. E eu serei ela, custe o que custar. Nem que pra isso eu precise colocar meu pai de volta no caixão que ele mantem nessa casa.

Esse reino ainda será meu!



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