Capítulo 1°

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Brooklin, Nova Iorque, dezembro de 2006.

               Trim! Trim! Trim!
- Chega! Já estou acordado. 8:00 da manhã, hora de levantar.

               Malas prontas: OK, documentos: OK, dinheiro: OK. Ora do café da manhã. Desculpa ainda não ter me apresentado, meu nome é Victor, Vitinho para os mais íntimos, tenho 22 anos, moro em Nova Iorque, mas na verdade sou do Rio de Janeiro. Devem estar achando estranho um carioca viver nos EUA, por isso vou contar um pouco da minha história: Meu pai e meu tio eram os donos do morro da Rocinha, lugar onde passei toda a minha infância. Tudo mudou num dia quando eu tinha 12 anos e houve uma invasão no morro, os meus pais foram assassinados e desde aí eu e minha irmã Renata, passamos a morar com o nosso tio e o nosso primo, Cleiton. Porém algum tempo depois, meu faleceu num acidente de carro. Após a morte do meu tio, Cleiton, ou melhor Magrão assumiu os "negócios" da família, eu nunca me interessei por essas coisas, para me afastar um pouco de toda aquela aura de problemas saí do Brasil e usando a grana que ganhei de herança dos meus pais, vim estudar administração na NYC University. Mas agora, estou a caminho da minha amada cidade maravilhosa para passar o Natal.

               Depois de tomar o café da manhã, verificar novamente as coisas, tomar um duche, peguei as roupas que já tinha deixado separadas.

               Após desembarcar e pegar a minha mala, me dirigi para o exterior do aeroporto e depois de alguns minutos de espera, finalmente apareceu o meu amigo Mineral, para quem eu liguei logo que cheguei.

- E aí seu playboy! - disse ele quase gritando, atrás de mim,numa tentativa de me assustar. #amigomaluco
- Caralho leque! Quanta demora! - disse apontando para o relógio, tentando disfarçar a minha satisfação em vê-lo, com uma expressão de impaciência.
- Vê se para de reclamar e vem aqui me dar um abraço seu puto! - disse abrindo os braços.

Depois de um abraço sufocante, que quase me esmagou, fomos para o estacionamento, aonde estava o carro e seguimos viagem em direção à Rocinha, chegando na entrada do morro, não pude segurar a emoção por estar de novo em casa e conforme fomos avançando entre as ruas e vielas do morro, várias lembranças dos tempos em que eu, Magrão, Mineral e outros muleques do morro vivíamos, correndo, por aquelas ruas. Mas quando passei na frente do lugar onde era minha antiga casa, aonde agora existe um pequeno memorial, construído pelo meu tio, não deu para segurar as lágrimas, me lembrei do fatídico dia em que os meus pais foram mortos na minha frente. Fiquei tanto tempo naquelas lembranças, que nem percebi que tínhamos chegado, mas Mineral como todo o amigo chato e retardado resolveu me "acordar" daquele transe bem ao seu estilo.

Vitinho!... Chegamo maluco! - Disse sacudindo que nem um maluco.
- Calma, já acordei! Você vai acabar quebrando o meu braço desse jeito ! - Respondi tirando a mão dele do s meus braços.
- No quê que tu tava aí pensando?
- Nos velhos tempos - Disse num suspiro - Lembrei dos meus pais, do dia em que eles morreram.

De playboy a patrão Onde histórias criam vida. Descubra agora