Capítulo 9°

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                           Alguns minutos depois,  já estava chegando no condomínio em Copacabana, entrei direto, chegando em casa encontro Bia, sentada no sofá assistindo TV, com um vestido preto lindíssimo que havia trazido na pequena bagagem que trouxe do Vidigal, logo que me viu, correu na minha direção e me deu um beijo no canto da boca.
   Bia: Ainda bem que você veio, já estava pensando que não viria mais! - disse ainda abraçada a mim.
   VR: É claro que eu vinha, só não cheguei mais cedo porque apanhaei muito trânsito. Mas eu nunca te abandonaria my dier - disse acariciando o seu rosto, então ela se apertou mais ainda a mim. - Agora eu acho melhor a gente ir, tá pronta? - perguntei olhando para ela e analisando o quanto ela estava linda, ela assentiu com a cabeça, então saímos do apartamento, pegamos o elevador a caminho do estacionamento, chegando no local, entramos no carro e rumamos a um restaurante que eu costumava frequentar bastante quando vinha ao Brasil.
 
                           Chegando no restaurante, eu já tinha uma mesa reservada, então a recepcionista nos levou direto à nossa mesa aonde nos sentamos e fizemos nossos pedidos. Enquanto esperávamos pelos nossos pedidos, aproveitamos para botar  o papo em dia, falamos sobre o apartamento, Bia quis sobre Nova Iorque. Até que, depois de algum tempo, a minha curiosidade falou mais alto e eu quis saber mais sobre a vida dela.
   VR: E você Bia? - ela olhou pra mim com um olhar intrigante - Sua família? Você nunca fala sobre eles
   Bia: Vitor - suspirou - É melhor a gente não insistir nisso. Isso me magoa muito! - exclamou com a cabeça baixa, isso me deixou mal, por estar causando aquele constrangimento nela.
   VR: Bia, escuta. Você pode se abrir comigo, eu tó aqui pra te escutar e não vou te reprimir, mas se você não quiser falar, também vou entender - disse levantando o seu queixo com o dedo e olhando nos seus olhos, aí, pude perceber lagrimas escorrendo pelo seu rosto, enxuguei essas lágrima e achei melhor dar um tempo a ela e não tocar mais no assunto.

                            Não demorou muito até que chegassem os nossos pedidos, almoçamos e em seguida decidimos ir passear um pouco na Orla, ficamos por lá passeando, compramos água de coco e resolvemos ir sentar na areia, ficamos lá por algum tempo, em silêncio, apenas olhando  o mar, até que ela resolveu quebrar o silêncio:
   Bia: A propósito daquilo que você me perguntou lá no restaurante, sobre a minha familia. - fez uma pausa e suspirou - Vitor eu não quero ter segredos contigo, você tem sido tao legal comigo então... - antes que ela pudesse dizer mais algo tive que interrompe-la.
   VR: Bia, você sabe que pode contar comigo pra tudo. - disse virando ela de frente pra mim. - mas não se sinta forçada a me contar nada se não quiser, eu sei que as vezes é difícil falar do passado, então não quero que se sinta obrigada a me contar nada. - continuei falando, enquanto fitava o fundo dos seus olhos. Sem que eu esperasse, ela me abraçou e começou a fungar, em seguida fomos para perto de um quiosque, sentamos numa mesa e ela começou a falar:
Bia: Eu nasci em São Paulo. Nunca cheguei a conhecer meu pai, a minha mãe... Bem minha mãe era viciada em craque, por muitos anos, cheguei a passar fome. Minha mãe, saia de casa pra se drogar e me deixava trancada dentro de casa, por vários dias sem comer e quando ela voltava pra casa, ficava agressiva e me batia muito - fez uma pausa e lágrimas começaram a sair dos seus olhos, me aproximei mais dela e a abracei, então ela continuou a contar, ainda chorando - Ela me chamava de traste, dizia que eu tinha sido a pior coisa que aconteceu na vida dela. Até que um dia, com 13 anos, eu fugi de casa, fui morar com uma vizinha e essa vizinha, entrou em contato com uma tia minha minha que morava aqui no Rio de Janeiro.,. Ai essa minha tia, a tia Ana, ela me trouxe pro Rio, pro Vidigal, mais precisamente... E foi aí que eu conheci o Careca, na época eu tinha 14 anos e ele 27, mas aí o tempo foi passando e eu cresci... Quando eu tinha 17 anos, tia Ana morreu de câncer e eu me ví novamente sozinha no mundo, desamparada, sem ninguém... Então, Careca me convidou pra ir morar com ele e eu fui, ele me dava tudo, me dava roupas de marca, sapatos chiques, pagou meus estudos... Em fim tudo, mas tudo isso tinha um preço... O meu corpo. Todas as noites, ele me chamava no seu quarto e lá ele me forçava a transar com ele, no inicio eu não gostava, ficava com nojo de mim mesma, mas com o tempo, eu aprendi a aceitar a minha condição, afinal, ele pagava meus estudos, me dava dinheiro pra tudo o que eu precisava e aí, me tornei amante dele. O resto, é o que você já sabe. - quando ela acabou de contar a história da sua vida, não pude mais conter as lágrimas nos meus olhos e chorei juntamente com ela, nem ligando pras pessoas que estavam sentadas nas outras mesas nem pras que passavam na calçada.

                           Depois de nos recompormos, decidimos continuar nosso passeio e não mexer mais nas feridas do passado. Depois de um passeio descontraído pela orla de Copacabana, decidimos ir a um shopping, pois Bia precisava comprar algumas coisas pra ela e para a sua nova casa. Chegando no shopping, acompanhei Bia em todas as suas compras e ao contrario daquelas mulheres, que quando entram num shopping center, começam a comprar como se não houvesse vida após aquilo, ela era mais centrada, pedia a minha opinião em tudo e acabou sendo uma tarde bem passada, depois das compras, passamos no McDonalds e pedimos um big MC pra cada, o meu com refrigerante, enquanto bia preferiu um suco sem gás, depois de comer voltamos para o apartamento, ajudei Bia a arrumar as coisas que havia comprado e em seguida ficamos os dois deitados no sofá assistindo um filme enquanto comiamos pipoca e brigadeiro que eu havia feito, ficamos alí juntos até que dormimos abraçados um ao outro.

Bem gente vocês devem estar se perguntando cade a parte interessante dessa historia, mas tenham calma gente, porque ela está próxima e eu garanto que não vão se arrepender de continuar lendo. Beijos e abraços a todos.

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