C A L L I O P E'S P O V
“Eu não queria ter que falar isso mas… Eu avisei.” tomo um generoso gole no suco de limão e sinto as mãos pesadas de Olivia baterem nas minhas costas
“Para de de rir Callie, não faz graça. Com que cara eu vou ficar agora?” Olivia se lamenta escondendo o rosto nas mãos. Eu queria poder ajudar lá mas no momento eu só sabia rir
“Mas eu já tinha te avisado que ele era gay.”
“Não, não me lembra disso por favor. Que desperdício.” ri e ela revirou os olhos me batendo de novo
Eu conheci Olivia no último ano do ensino fundamental. Estamos agora no terceiro do ensino médio, mas na realidade parece que nos conhecemos há mais tempo. Tudo o que acontece comigo eu conto para ela assim como tudo o que ela faz e apronta eu sou a primeira à saber
Eu me considerava uma menina normal. Tinha amigos e não me sentia excluída e depressiva como a maioria das histórias adolescentes. Tinha um corpo médio assim como a minha altura também era. Meus cabelos era de um tom extremamente pretos, tinha uma pele demasiadamente pálida e fria, e meus olhos são caramelados. Diferente de mim, Olivia tinha um corpo padronizado: perfeitamente magro e naturalmente bronzeado. Ela veio da Carolina do norte, então acho que isso colaborou um pouco, seus cabelos eram iguais ao da minha mãe, loiros e seus olhos pretos. Era a típica garota popular só que diferentes dos filmes, ela era gentil, honesta e amiga. Tinha um cargo de líder de torcida da nossa escola e fazia um sucesso incrível com os garotos em geral
“Realmente.. Como é que você falou?” pus a mão no queixo parecendo pensativa “Ele tem os olhos tão lindos.” imitei a sua voz e fiz cara de paisagem apaixonada
“Calliope! obrigada mesmo amiga pelo o seu grande apoio.” retrucou de braços cruzados
“Sempre bem vinda.” a tranquilizei dando uns leves tapas em suas costas. Levantei-me da mesa puxando Olivia comigo “Vamos pra aula. Estamos cinco minutos atrasadas.”
•••
Entro em casa e deixo minha bolsa pendurada em um pequeno cabide perto da entrada. Estava tão cansada que poderia entrar em coma por anos, é nesses momentos que agradeço por existirem finais de semana. Minha mãe ainda não tinha chegado do seu turno, mas logo estaria à caminho. Ela trabalha como arquiteta em uma empresa da HUGO YANKEE e meu pai era um advogado da BSSIC, era raro o ver já que passava a maior parte do tempo estudando os seus casos
Entro no banheiro e deixo que as águas me livre das impurezas que se acumularam hoje ao meu corpo. Existiam dois tipos de pessoas no banho
A) o que sempre passa horas no banheiro cantando e em muitas vezes se esquecem do que vieram fazer lá dentro
B) os que parecem estar hibernando ao chuveiro mas que na verdade só está pensando na vida
Bem, eu era da classe dessa última. A minha vida não era ruim, eu tinha amigos, melhor amiga,eu era alegre, tinha mãe e pai não muito presentes mas que me amavam e faziam de tudo para me verem bem. Minha vida era feliz porém… vazia além de sempre quando estou pestes à dormir sempre sinto dores de cabeça como se alguma coisa que estivesse no fundo da minha cabeça estivesse lutando para sair, como se eu tivesse perdido algo importante das minhas lembranças
Balanço a cabeça e término minha limpeza saindo do banheiro logo em seguida. Coloco minha roupa leve que uso como pijama e vou até ao sofá. Minha mãe está vindo, eu só preciso esperar e logo ela estará comigo. Sento-me no sofá e deixo a tela passando em um filme qualquer que a emissora resolvem passar. Remexo-me no sofá incomodada e sinto um calafrio passar em minha pele, cada segundo o calafrio parece ganhar uma maior proporção fazendo com que adentre minhas veias que são rapidamente levadas para o coração. Passo minhas mãos pelo braço tentando fazer com assim crie uma fonte de calor, será que eu tinha deixado o ar ligado?
Sinto minha marca de nascença em meu pescoço arder e logo depois em um supapo fazendo com que toda a luz que provinha da sala e TV fossem desligadas, levanto-me assustada. Que brincadeira era essa? O frio aumentava gradativamente, fazendo com que a sua presença fosse palpável, como se o estado de frio não fosse apenas um estado mas sim uma matéria
“Mãe?” falo hesitante, quando pequena ela gostava de fazer esse tipo de brincadeira comigo. Escuto um forte estrondo no lugar onde eu julgava ser a cozinha e eu me encolho ainda mais no sofá. Eu estava com medo, com muito medo, será que tinha alguém aqui ou simplesmente era o vento?
“Mãe, eu não gosto desse tipo de brincadeira.” anúncio esperando ganhar sua resposta divertida porém não recebo nenhuma. Escuto algo como um grito fino e passos pesados correndo. Me levanto do sofá e eu estou prestes a correr porém algo me para e sinto outra presença na sala, porém essa não me impôs o medo. Sentia meu coração batendo fortemente na minha caixa torácica e temia cair dura no meio da sala pelo enfarto que teria. Tento mexer minhas pernas mas algo me impede novamente. Era o meu fim
“Tem alguém aí?” grito pela terceira vez. Escuto algo como vento seco passando ao meu lado e sinto meus olhos arderem “Porque não aparece, seu covarde!!” grito como se do nada tivesse tomado uma dose de adrenalina, se eu iria morrer, que minha morte fosse digna
“Cala a boca Calliope!” escuto uma alta voz rudemente rouca soar em minha mente e prendo um grito. Meu Deus, eu tinha ficado louca “Não, você não está louca.” a voz da minha mente se rir
Olivia sempre me dizia que eu não era normal, talvez eu devesse começar a lhe dar ouvidos. Puxo minha perna de forma brusca e consigo me soltar do que quer que seja que tenha me prendido. Eu preciso sair daqui, ando atrapalhadamente e sinto o frio retornado assim como os baques pesados e folhas secas. Sinto uma lágrima quente rolar pela minha bochecha permito um grito fino sair da minha garganta assim que sinto algo agudo e afiado passar de raspão em meu braço. Sinto mais outro líquido quente descer pelo meu braço e temo que seja sangue. Ardia, doìa muito, era como se tivesse colocado uma pele já com cicatriz aberta em meio à fogo aberto
“Vai embora!!” a voz grita e è respondida por uma risada alta de deboche “Vai embora antes que eu acabe com a tua raça, seu merda.”
“Eu vou voltar. Meu senhor quer de volta o que lhe pertence.” um chiado soa e deixo-me cair no chão. Eu estava louca, o que estava acontecendo comigo, cadê a minha mãe?
“Inútil, avisa pra o seu chefe que o que é dele já está com ele. O inferno não pode fugir do satanás.” a voz rouca soa autoritária e logo depois sinto uma presença ao meu lado. Continuava escuro, não tinha mais barulho, não tinha mais folhas secas e nem passos ocos, o frio palpável já se fora à alguns tempo e minha marca já não ardia mais. A luz e a TV logo voltam a funcionar como se nada estivesse acontecido mas a presença do meu lado ainda estava presente, eu conseguia sentir mas eu não tinha medo, não mais, eu me sentia segura, em paz, meu coração já não batia assim tão fortemente e lentamente eu estava me acalmando porém a vontade de chorar ainda podia ser sentia em meus olhos, eu os sentia ardendo e a cada respiração profunda que tentava dar, caia uma lágrima. Olho para o lado e não encontro ninguém, eu estava tão louca
“Não chores.” a voz soa desesperada novamente em minha cabeça e mordo os lábios tentando não chorar mais “Você não está louca, não chores. Está tudo bem agora, eu vou proteger você.” ele volta à falar e sinto mais uma onda de paz passeando pela minha pele. Porquê eu sinto como se já tivesse ouvido isso antes?
Escuto um barulho de madeira e solto um grito. A porta da entrada é aberta e o semblante da minha mãe aparece na porta assustada, não penso no que estou fazendo, não penso no que ela pensará de mim, não penso em que minutos atrás nesse mesmo lugar tinha passado o som de folhas secas e passos pesados. Eu apenas corro e me jogo nos braços da minha mãe, sinto seu corpo tenso mas logo ela me abraça de volta, solto um soluço e deixo minhas lágrimas marcharem a frágil blusa branca de minha mãe. Escuto as chaves e a sua bolsa baterem no chão
“O que houve, meu amor?” sua mão passa em meu cabelo “Você está sangrando? ” minha mãe parecia horrizada, mas eu não sentia dor, eu não sentia medo mais, eu não sentia nada
“Apenas me abraça, mãe.” escuto minha voz sair abafada
“Ah, meu amor.” minha mãe nos guia até o sofá e deixo-me ser levada. Deito em seu colo e me aconchego mais em sua perna. Aqui eu estava segura, minha mãe me protegia, não uma voz que há muito tempo eu não mais a ouvia
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HEY ANGEL - H|S [PARADA]
Paranormal"Se isso é sobre sobreviver, tudo isso irá valer a pena?" MELHOR POSIÇÃO # 30 EM PARANORMAL