Vida Noturna

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Às 19:00 chegamos a um lugar incrível. As paredes eram rústicas, com madeira maciça. Uma mistura de restaurante e bar noturno com mesas espalhadas por todo lado e no centro uma pequena pista de dança. No balcão havia alguns homens bebendo e assistindo corrida de cavalos em um pequeno monitor posto no alto da parede. Homens e mulheres de todas as idades, desde jovens até alguns senhores com mais idade, isso também é novidade para mim, legal encontrar gente de todas as idades se divertindo em um mesmo ambiente enquanto uma banda tocava um som ao vivo sobre um pequeno palco com pouca iluminação.

Pedimos uns aperitivos e começamos a beber. O vinho é realmente incrível, levemente adocicado, como eu gosto.

Logo chega Lorenzo com mais dois colegas e se juntam a nossa mesa.

- Oi gata. Como vai? – cumprimentou me dando um beijo no rosto. Não me importo como ele fala, até acho graça. Seu jeito espontâneo me deixou mais a vontade.

- Gostou do lugar? - Luccas tenta puxar assunto de qualquer maneira e nitidamente demonstra certo desconforto ao ver que estou dando mais atenção a Lorenzo que a ele.

- Sim, adorei. É bem animado e esse vinho está ótimo. - levantei a taça em sinal de exaltação.

- Viu quantos gatos andando por aqui? Uma loucura né. – diz Lorenzo.

- Sabe que estou começando a reparar? – rio timidamente.

- Precisamos achar um pra você, é desperdício essa mulher linda e solteira.

Luccas lança um olhar mortal na direção de Lorenzo, não aprovando seu comentário. Sinto-me na maior saia justa, melhor sair dessa rápido antes que meu rosto se transforme em um pimentão vermelho.

- Lorenzo, Rafaella não quis vir? Ela tem namorado? - não resisti. Essa dúvida estava me engasgando.

- Ela está noiva de um ricaço maravilhoso. Formam o casal perfeito né. Apesar de alguns boatos acredito que se gostam de verdade, parecem sempre tão apaixonados.

- Hmmm. E ele costuma ir à empresa para vê-la?

Agora que comecei, vou até o fim.

- Sim, sim. Sempre o encontro pelos corredores. Mas por que a pergunta?

- Nada não, só por curiosidade mesmo.

Bom, agora que já fiquei sabendo sobre tudo é melhor colocar um ponto final na historia e não criar expectativas. Nem sei ao certo o que era de fato, só sei que a noite acabou perdendo um pouco a graça, ao menos pra mim.

- Preciso fazer xixi. - falei baixinho para Maya. Ela acena positivamente com a cabeça e se levanta.

O banheiro estava abarrotado de mulheres, entramos na fila do espelho para retocar a maquiagem.

- Acho que bebi demais Maya. Estou sentindo um calorão.

- Credo Anna, pare de ser fraca, bebi a mesma quantia e ainda estou. Acho que está sentindo outra coisa. - ela conseguiu me deixar enrubescida e caímos na gargalhada.

- Talvez seja mesmo.

- Você precisa dar um jeito de "aliviar" essa tensão.

- Olha quem fala.

- Meu caso é bem diferente, já faz 9 meses, teria dado tempo de gerar um filho.

- Não acredito que você está contando até os meses. Tenha dó.

Anna - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora