Mas quando eu menos esperava...
Bati de frente com uma menina que aparentava ter a mesma idade que a minha.
Menina- Você esta louco? Olha para onde anda!
Devido a sua respiração ofegante percebi que ela também estava correndo. Ela chamou-me atenção por ser uma garota muito bonita, era um pouco menor que eu, branca, seu cabelo loiro quase branco um loiro perfeito, seus olhos como o mar, o azul mais claro que eu já vi.
Menina- O que é isso em seu pulso?
Eu gelei como sempre com aquela pergunta, e trouxe meu braço para traz.
Eu- Não... É nada.
Menina- Calma.
Assim que ela me falou isso, mostrou seu pulso e eu pude ver que ela também tinha cortes.
Menina- Você não esta sozinho sabia?
Ela pegou meu braço e me ajudou a levantar do chão, pois eu havia caído com a batida. Perguntei seu nome:
Eu- Qual o seu nome?
Menina- Larissa, e o seu?
Eu- Lucas.
Ela me deu um peteleco na testa e abriu um largo sorriso.
Larissa- É bom te conhecer.
Eu- Digo o mesmo.
Ela saiu andando e eu fiquei parado onde estava então ela gritou:
Larissa- Você não vem?
Corri a ate ela que estava rindo sem parar. Saímos do hospital e fomos para uma praça que havia perto, chegando lá se sentamos no banco e eu a perguntei:
Eu- Do que você estava correndo?
Ela ficou seria por um instante e falou:
Larissa- Talvez seja pelo mesmo motivo que você, o hospital esta com um projeto de levar as pessoas que se cortam para um hospital psiquiátrico.
Ela deu um murro no banco e continuou.
Larissa- ELES ACHAM QUE ISSO É UM PROBLEMA MENTAL.
Eu- Entendo, a sociedade só sabe nós julgar, mas nunca quer saber o que passamos.
Larissa- Isso pior que é verdade.
E mais uma vez ela me deu um peteleco na testa e falou:
Larissa- Como meu novo amigo é sábio.
Começamos a rir.
Larissa- E porque você estava no hospital?
Eu tirei minha atadura e mostrei todos os cortes que o Renato havia feito. Ela abriu os olhos fazendo uma cara de surpresa.
Larissa- Nossa, você já chegou a esse ponto?!
Abaixei a cabeça e falei:
Eu- Não fui eu.
Larissa- Como assim?
Comecei a contar toda a minha historia a ela, eu estava com lagrimas nos olhos, mas mesmo assim contei do inicio ao fim, ela apenas me puxou para um abraço e quase chorando falou:
Larissa- Me desculpa por ter tocado nesse assunto. Desculpa mesmo.
Eu- Tudo bem.
Ela novamente voltou a sorrir.
Eu- Para uma pessoa que se corta, você é bem sorridente.
Ela ficou calada por um instante.
Larissa- Às vezes sorrio somente para não desconfiarem dos cortes, outras vezes para não chorar, raramente sorrio por motivos de alegria.
Eu- E qual o seu sorriso de agora?
Larissa- Esse sim podemos dizer que é por motivos de alegria, a alegria de ganhar um novo amigo.
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O menino e seus pulsos ✞
Ficção AdolescenteLucas é um garoto de 14 anos, que perdeu a mãe cedo, e seu pai era um alcoólatra que não queria ter um filho, então a unica saída do Lucas foi o caminho pela automutilação, que por meio desse caminho descobre novos sentimentos e novas pessoas que o...