8° The last of many

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Dia 01 de Outubro, Londres - Inglaterra.

7:20 P.M

- Como estou? - perguntei à Eleanor, pela milésima vez.

- Linda - respondeu, sorrindo. - Mas você devia colocar essa presilha aqui - ela mudou o assessório de lugar.

- Obrigada Lea - a abracei forte.

Desde que Zayn voltou da turnê na Irlanda, tem me convidado pra ir ao cinema, e bem, hoje, Dr. Balley me liberou. Não só para o cinema, ele me liberou pra voltar pra casa. Pra viver meus últimos dias.

A campainha tocou, então eu desci, deixando Eleanor e June sentadas em minha cama. Meu vestido azul, na altura dos joelhos, esvoaçava, conforme a leve brisa. Me olhei mais uma vez, mesmo que de relance, no espelho da sala. A menos de três meses, eu estava oito quilos mais gorda , com um cabelo enorme, com as bochechas coradas.

Sai do meu transe, ouvindo a campainha tocar de novo. Zayn e sua impaciência, pensei, revirando os olhos.

- Olá - sorri.

- Ei! -ele me beijou. Foi como se tivéssemos ligado a máquina do tempo, voltando para um tempo difuso, onde éramos só pessoas normais, saindo pra um cinema, sem se preocupar com a vida.

Sem esperar pela morte.

Ele pousou as mãos na minha cintura, me puxando pra perto. O beijo era calmo, transmitia uma necessidade, amor. Tudo.

Ele dirigiu até o cinema tranquilamente, a mão direita sobre minha coxa, a outra, no volante. Nossa conversa no carro não passou da minha curiosidade absurda pra saber sobre o filme.

O lugar estava vazio. Totalmente vazio. Entramos na sala, após Zayn entregar os bilhetes a uma mulher, com um enorme pote de pipoca e refrigerante. Levantamos o braço que separava uma poltrona da outra, nos aconchegando. Com a luminosidade da tela, tive certeza de que éramos os únicos ali.

Fiquei assustada e emocionada, vendo meu filme favorito começar a passar no telão.

Diário de uma Paixão.

Olhei pra Zayn, cheia de duvidas. Ele sorriu angelical.

- É pra você.

"Ela o queria, precisava dele agora mais do que nunca, mais do que qualquer outra coisa, mais do que tudo."

Narrou Noah, no filme. Era meu filme favorito, por parecer muito comigo, e com o que eu sentia.

Allie e Noah se amavam e pronto, doesse a qualquer um. Eu me sentia assim em relação a Zayn.

Chorei muito, vendo de novo, o sofrimento deles. Sentindo na minha pele, o que Allie sentia quando recobrava a consciência. Eu queria ficar com Zayn, mas eu não ia morrer e depois voltar. Eu não queria que ele sofresse nem um terço do que Noah sofreu. Eu só queria que esse momento congelasse, apenas isso, e nada mais.

Depois do filme, Zayn me levou pra uma espécie de casa de campo. O jardim, era cheio de roas brancas, minhas preferidas, a casa tinha uma arquitetura rústica, era pequena e simples, exatamente como eu queria pra gente. Estilo Bella e Edward. Só um chalé, no meio do nada, onde pudéssemos ser nos mesmos.

- É lindo! - afaguei sua mão, entrelaçada à minha.

- Não mais que você - ele pegou meu rosto entre as mãos, com cuidado. Tocou meus lábios devagar, me levando pra dentro. Como se eu fosse uma boneca de porcelana, pronta pra cair. Pronta pra quebrar.

Estava escuro, com algumas velas formando um caminho, rumo ao quarto. Quarto este, onde pétalas brancas caiam pra todos os lados. Velas iluminando o ambiente, fazendo Zayn ainda mais bonito, através das luzes fracas. O puxei mais pra mim, querendo cada detalhe, cada gosto, pra que eu me lembrasse, caso possível.

Em pé, diante a cama, levantei meus olhos a ele, que me admirava, descendo então uma das alças do meu vestido, beijando meu ombro. Deixando a razão e a calma de lado, enfiei minhas mãos por debaixo da camisa dele, tocando seu abdômen quente. Lhe tirei a camisa, logo após de meu vestido deslizar sobre minhas pernas, me deixando somente de roupas intimas.

Não era a primeira vez, mas eu sentia como se fosse. Ele me deitou na cama, ficando por cima, as mãos firmes em minha cintura. Eu bagunçava seus cabelos, cada vez mais urgente, conforme a velocidade das coisas.

Não demorou muito pra que estivéssemos ambos nus, juntos, da maneira como tinha quer ser. Da maneira como eu queria que fosse. Cada toque, cada beijo e cada palavra, faziam uma enorme cicatriz dentro de mim. Eu sentia toda a dor, a dor por ter que deixa-lo, por ter que ir sem ele.

Eu o amava.

O amava mais que qualquer coisa, e nunca em toda a minha vida, conseguiria amar alguém mais do que isso. Zayn ocupava tudo em mim. Minha cabeça, meu cérebro, meu corpo.

- Eu te amo - falou ele, me abraçando, ainda deitados.

- Eu te amo muito mais, Zayn - fechei meus olhos, logo adormecendo.


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