9° Almost There

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Dia 11 de Outubro, Londres - Inglaterra.

9:45 P.M

- Hoje, pela primeira vez, nós vamos cantar nosso novo single! - Louis disse animado par a platéia.

- Com vocês, Moments! - Niall gritou, dando a deixa pra Liam começar a cantar.

Eu estava num dos shows da Up All Night Tour, em Londres, assistindo os cinco meninos mais talentosos que o mundo já conheceu.

Eleanor, Danielle e June pairavam ao meu lado, escutando minha canção.

A pontada em minha cabeça foi insuportável, mas eu me mantive em pé. Por Lea e June, por Zayn, por todas as Directioners ali. Cantei o refrão diretamente pra Zayn, que me olhava. E as lágrimas insistiam em cair de meus olhos.

Outra pontada forte, e mais outra.

Parecia o fim.

Corri pra fora do estágio, seguida de June.

Apagou tudo.

Dia 14 de Outubro, Londres - Inglaterra.

11:00 A.M

- Ei Luce! - June entrou no quarto. - Você não acredita! - ela se sentou no sofá ao lado da cama. Sim, eu tinha voltado para o hospital. - Niall me chamou pra sair!

- Sério?! -disse, realmente feliz por ela.

- Aham! - os olhos de June brilhavam.

- Desejo felicidades pra vocês, sério - aleguei, me virando na cama. - Quero sair daqui.

- Estamos apenas esperando você melhorar um pouco.

- Você sabe que isso não vai acontecer - dei de ombros, fuçando no meu celular.

*Vou passar ai mais tarde, ok? Lea xx*

- Ainda bem que a Eleanor virá! - revirei os olhos.

- Você fala como se eu te abandonasse... - minha irmã pareceu ofendida.

- Porque você abandona - fiz cara de obvia, enquanto ela continuava a resmungar.

Dia 14 de Outubro, Londres - Inglaterra.

4:00 P.M

- Que fofa! - a abracei. - Obrigada Lea, sério - Eu a agradecia pelo enorme cupcake.

- Só não conte a ninguém que eu trouxe. Você não devia comer isso - advertiu, se sentando ao meu lado, enquanto eu abocanhava o bolinho.

- Pode deixar - confirmei. - Eleanor?

- Sim?

- Promete que vai apresentar alguém importante ao Zayn? - pedi.

- Como assim? - ela parecia confusa.

- Eu digo apresentar, tipo "Vocês deviam sair juntos" - expliquei.

- Que horror Lucinda! - ela me jogou uma almofada.

- Que horror não! Você ta com o Louis, a June ta de rolo com o Nini, quem de confiança vai cuidar do meu Zayn? - revoltei-me.

- Meu Deus, Luce! Para com isso! - ela revirou os olhos. - Você é impossível!

- Só estou querendo ficar tranquila, Lea! - respondi, imitando a voz dela.

Dia 19 de Outubro, Londres - Inglaterra.

5:00 A.M

A luz me puxava, cada vez mais pra longe. Eu tentava correr, gritar, ou só abrir os olhos. Porcaria de pesadelo!

Depois de muita luta interna, me levantei num impulso, acordando meu pai, ali ao lado.

- Calma Luce - ele me dizia. - Já acabou.

- Obrigada, pai - o abracei forte, tentando transmitir toda minha gratidão ali.

- Por nada - respondeu.

- Obrigada por cuidar de mim, quando a mamãe nos deixou. Por ter me colocado de castigo umas seiscentas vezes por eu ter batido na June. Obrigada por ter arrumado a Khloe, sério - me rendi ao choro, o puxando ainda mais pra mim. - Por ter me dado aquele cachorro, aos treze anos. Por ter me deixado ficar dias na casa da Eleanor. Por ter respeitado meu espaço. Obrigada por não ter desistido de mim, por ter confiado que um dia eu passaria no vestibular. Obrigada pai.

- Filha, eu te amo - ele sussurrou, em meio a lagrimas.

- E me perdoe também. Por não ter sido a melhor filha, por te responder e te julgar, pai. Eu nunca te mereci. Eu te amo, pai.

Dia 21 de Outubro, Londres - Inglaterra.

8:13 P.M

A dor era louca. Eu mais uma vez, mal conseguia respirar, a cabeça latejava, e meu estomago embrulhava.

Minha temperatura era de 40 c°, eu estava congelando.

- June? - chamei. - Eu não to aguentando - avisei.

- Que Luce? - ela perguntou, distraída.

- Acabou, June - mais lágrimas desciam pelo meu rosto magro e pálido, lágrimas intermináveis. - Não temos muito tempo.

- Não fala isso Luce - ela se aproximou, acariciando minha bochecha. - O remédio já vai fazer efeito.

- Eu te amo pequena - disse a ela. - Muito. Niall tem uma grande sorte - sorri.

- Eu também te amo Luce - ela me deitou em seu colo, fazendo cafuné ate que eu dormisse.

Dia 22 de Outubro, Londres - Inglaterra.

9:10 A.M

- Ta roxo, Eleanor! - reclamei, olhando meu pescoço no espelho. - Ta mais roxo que aqui na coluna, Lea.

- É assim mesmo, Luce - ela me olhou triste.

- É horrível amiga - a abracei, num muxoxo só. - Eu me sinto o Sherek.

- Não se sinta - ela passou a mão entre meus cabelos. - Você é linda de qualquer jeito.

- Lea? - chamei, alguns segundos depois.

- Oi. - respondeu.

- Quando você e o Louis se casarem, eu vou estar lá de cima, assistindo tudo, ok?- afundei meu rosto em seu ombro.

- Você vai estar. Você sempre esteve, Luce - senti uma lágrima dela cair na minha cabeça. - Eu não sei como vai ser sem você, amiga. Eu cansei de tentar te dar forças, eu não conseguiria nem metade do que você conseguiu, Lucinda.

- Vai ficar tudo bem. - a olhei, enxugando suas lágrimas, segurando as minhas. - Eu prometo.

- Não promete o que você não pode cumprir, Luce - suspirou.

- Por favor, fica bem - pedi. - Eu queria ficar, e cuidar de você, mas não dá Lea. Não dá mais pra mim.

- Eu sei - sussurrou, quase inaudível.

- Desculpe.

- Você é mais que uma irmã pra mim, Luce - declarou. - Eu não seria nada sem você.

- Não é verdade - retruquei.

- Me faz um favor? - assenti com a cabeça. - Pergunte a Deus porque as pessoas boas morrem?

- Há tempo pra vida e pra morte, Eleanor - respondi as palavras que li na Bíblia, dias anteriores.

- Eu te amo - disse, num soluço grande. - Eu te amo Baby Luce - me chamou do apelido de infância, me apertando ainda mais em seu abraço.

- Eu te amo - retribui, deixando as lágrimas, mais uma vez, descerem.


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