suicídio

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Não conseguia para de chorar e não conseguia acreditar no que estava olhando. Minha mãe a mulher que mais amo no mundo morta no chão. Todo aquele sangue espalhado por toda a casa. Minha vida estava um total inferno, e a culpa de tudo como sempre é minha.

- A culpa é toda minha. - falei entre soluços
- Não filho. A culpa não é de ninguém. - disse JP tentando amenizar minha dor.
- Mas se ela não me fraga-se ontem nada teria acontecido.
- O que aconteceu ontem?
- Não aconteceu nada. - percebi que ele não sabia do ocorrido e era bem melhor assim

A dor que eu sentia era insuportável. Pois perder minha mãe é como perder uma perna. Aliás é muito pior pois naquele momento senti que algo em mim tinha morrido também. Resolvi que tinha que sair para espairecer um pouco. Fui para a cachoeira que o Eduardo me apresentou. No caminho as lagrimas caiam sem parar, meu celular não parava de tocar mas não podia atender pois precisava ficar sozinho. Quando cheguei parei o carro e fui andando a procura de paz, sossego e solidão. Queria chorar sozinho sem ninguém para me incomodar. Queria ficar longe das criticas e dos olhares de pena. Cheguei e tinha umas roupas no chão provavelmente era de alguém que esqueceu. Me joguei no chão e comecei a gritar tentando por pra fora toda a angústia que tanto me corria. Em meio a meus gritos percebi que tinha alguém saindo da água. Comecei a limpar o rosto com as mãos o que era inútil pois as lagrimas caiam sem parar.

- Afonso o que esta acontecendo? - perguntou o Eduardo que por ironia do destino tinha que esta ali
- Esta tudo bem. Aliás esta tudo ótimo. - falei tentando disfarça
- Para de menti Afonso. Ta na sua cara o quanto você esta péssimo.
- São problemas que você não pode resolver.
- Se você falar eu posso tentar.
- Minha mãe acabou de se suicidar por minha causa. Por acaso você faz ressuscitação? - falei em tom baixo, com os olhos vermelhos de tanto chorar.
- Eu... Eu... Eu sinto muito. - disse ele me abraçando

Me senti tão confortável nos braços dele, era bom ter alguém que não saiba dos últimos acontecimentos pois assim não podia me julgar.

- Por que? Por que? Por que? - falei baixinho enquanto ele passava a mão em meu cabelo.
- A culpa não é de ninguém.
- Não sei o que vai ser de mim daqui pra frente.
- Você sabe que estou com você. Agora mais que nunca.
- Obrigado. Mas vou ficar bem. Tenho que ser forte. - falei tentando demostra firmeza

Ficamos juntos a tarde toda. Não estava pronto para volta a minha vida. Pois estava tudo muito complicado. Era oito e meia quando resolvi ir para casa. O Eduardo estava de bicicleta, colocamos no carro e fomos juntos. Não estava bem, mas também não estava como antes. Acho que aquele lugar retirou um pouco de minha dor. em casa liguei meu celular e tinha varias ligações do Ariel e muitos recados de Gabriela. Liguei para o Ariel primeiro

- Já sei de tudo. E eu sinto muito. - falou ele tentando transmitir conforto
- Obrigado.
- Se querer vir aqui pra casa sempre é bem vindo.
- Ariel eu decide que temos que parar de nos vermos. Pois me sinto muito mal por tudo que tem acontecido e não vou falar que não quero mais vê-lo. Quero. Mas preciso de um tempo.
- Entendo você. E quero que saiba que sempre estarei aqui. Amo você.

Momentos mais tarde fui ao quarto falar com meu pai.

- Oi. Posso entrar? - perguntei com uma bandeja de comida
- Claro que sim.
- Você precisa comer algo. - falei forçando meio sorriso.

Ficamos conversando por um bom tempo. Ele até que não parecia tão ruim. Apesar da cara de culpado. Eu o admiro muito, foi ele que limpou e cuidou de tudo sozinho. Ficamos um tentando animar o outro. Resolvi dorme com ele. Continuamos deitados até tarde da madrugada olhando fotos antigas.

Quando tudo acabar.Onde histórias criam vida. Descubra agora