P****, eu tenho um filho?!?

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Dylan O'Brien acordara mau humorado naquela madrugada chuvosa e escura ao que seu celular tocava alto e insistente além de vibrar de forma irritante em seu criado-mudo de coloração clara, servindo-lhe como um alerta de que alguém queria muito falar consigo, além de fazê-lo também criar um novo bloco de notas mental, tendo como a primeira anotação do dia o lembrete de que daquele dia em diante, deixaria o maldito celular no silencioso toda vez que fosse dormir.

O homem de vinte e sete anos tinha os cabelos escuros, macios e um tanto que longos também espalhados por sobre todo o travesseiro fofo e cheiroso no qual dormia confortavelmente, vez ou outra raspando a barba consideravelmente grande contra o mesmo enquanto afundava ainda mais o rosto de traços bonitos em meio aos enchimentos do objeto. Ele tapou um dos ouvidos com as mãos e segundos depois finalmente viu-se livre do ruído irritante do aparelho eletrônico que lhe pedia atenção de forma irritante.

O'Brien sorriu vitorioso, abraçando-se feliz ao corpo do rapaz musculoso deitado à poucos centímetros de si além de sentir um par de braços femininos o envolvendo pela cintura descoberta também, tendo a certeza de que agora, encontrava-se verdadeiramente livre das ligações inconvenientes da madrugada, mas, todo o conforto e sensação de liberdade momentânea foram findados cerca de um minuto e meio mais tarde, quando o celular caro e bem cuidado do rapaz voltou a tocar alto e trambolhar por sobre criado-mudo que continha, além do aparelho, uma foto de Dylan junto à seu melhor amigo, Will, em um porta retrato de madeira, talhado em letras turvas e mal-feitas "Amigs Para Sempre", o qual os amigos juravam ter deixado a letra "o" de fora propositalmente, mas quem quer que lhes conhecesse ao menos um pouquinho, poderia dizer com certeza que tal façanha fora realizada durante mais uma das inúmeras noites de bebedeiras dos rapazes.

- Por favor, alguém desliga essa merda. - a voz rouca e grossa do rapaz no qual Dylan se acomodava soou emburrada. - Eu tenho que acordar cedo amanhã, algumas pessoas aqui ainda possuem um emprego.

- Cale a merda da boca e durma, Ki. - o outro homem retrucou em falsa má educação.

- Dyl, eu posso ignorar a chamada? - a mulher perguntou baixinho, o rosto praticamente fundido às costas bem definidas do maior e a voz mole indicavam que ela também acordara à pouco, com decorrência às ligações recebidas pelo outro homem.

- Atende para mim, Kaya, por favor. - O'Brien pediu educado, em momento algum dando-se ao trabalho de abrir os olhos. Nem mesmo quando sentiu o corpo da mulher mais velha atrás de si, esgueirando-se por sobre a cama para que pudesse chegar sem muito esforço até o criado-mudo do amigo. - Talvez seja importante.

- Alô? - os amigos puderam ouvir a voz da mulher soar educada para quem quer que estivesse do outro lado da linha. Bem diferente do que Dylan planejava fazer, muito diferente. - Hospital o que? Como assim? - e diante tais palavras, foram necessários poucos segundos para que os três amigos se sentassem desajeitadamente apressados na cama, caindo um por sobre o outro uma vez e sendo obrigados a se levantarem mais uma vez. - Que droga vocês dois! - ela resmungou baixinho. - Não, eu não sou Dylan O'Brien. Sim, eu sei quem ele é.

- O que você quis dizer com hospital? - O'Brien perguntou preocupado enquanto observava Ki Hong cobrir seu pênis descoberto com o lençol branco com o qual dormiam segundos atrás. O homem rolou os olhos para a atitude protetora do amigo e em outras situações, teria lhe lançado um comentário maldoso do tipo "Até parece que ninguém aqui nunca viu essa minhoca que você chama de pênis.", mas aquela não era uma situação normal e Dylan estava mais preocupado em estapear a mão que Kaya estendia em sua direção mandando-lhe se acalmar.

O mais novo dentre os amigos desistiu de tentar pedir seu aparelho celular de volta com sussurros educados e jogou-se sobre o corpo também descoberto da mulher, arrancando-lhe bruscamente o Iphone das mãos delicadas de Kaya e ouvindo-a protestar irritada em resposta. Como era de se esperar, Dylan ignorou-a por completo ao que finalmente tinha o celular grudado ao seu ouvido.

- Alô? - fora a sua vez de atender a chamada, mas o homem estava receoso, parecia sentir medo de qualquer que fosse a voz prestes a soar do outro lado.

- Senhor O'Brien? - uma voz amarga e quase que robótica soou do outro lado da linha.

- Sim, eu sou Dylan O'Brien. - ele afirmou - Quem está falando? - pediu educado, forçando-se à permanecer calmo.

- Boa noite Senhor O'Brien. - a voz feminina cumprimentou-o educada - Eu te ligo em nome do Hospital Mount Sinai, de Nova Iorque, para contatá-lo sobre a paciente Britt Robertson. - a mulher declarou e Dylan sentiu o cenho franzir diante o que lhe fora dito. Ele conhecia sim Britt Robertson, ou melhor, ele conhecera. Por uma noite, em uma boate, e talvez depois disso, Dylan tenha conhecido-a em um quarto de hotel por algumas horas também, mas fora à mais de sete meses atrás e O'Brien havia lhe passado o seu número apenas por cortesia e educação. Porque raios um Hospital estaria lhe fazendo tal ligação em nome de Britt? - Eu peço que se contraponha à ligação caso não reconheça este nome. Você a conhecia Senhor O'Brien?

- Sim, eu a conhecia. - ele confessou - Eu sei quem ela é, eu já, hm - Dylan pigarreou desconfortável e limpou a garganta seca com sua própria saliva - Eu e Britt, nós tivemos algo.

- Oh, eu sinto muito, Senhor. - ela respondeu pesarosa.

- Você sente? - perguntou confuso.

- Britt Robertson faleceu algumas horas atrás.

- Oh meu deus, isso é terrível! - Dylan exclamou surpreso, às sobrancelhas arqueadas e a boca entreaberta em inquietude, arrancando sussurros preocupados de "O que aconteceu?" "Quem diabos é Britt" "O que ta' acontecendo, Dyl?", vindo dos amigos nus sentados em sua cama de casal. A linha ficou alguns segundo em silêncio antes que O'Brien ordenasse que seus amigos calassem à boca e voltasse a dialogar com a mulher do outro lado do seu aparelho celular - Eu não quero soar rude, longe disso, eu estou surpreso com a morte de Britt e tudo mais, mas eu realmente não consigo entender o porque da ligação. Nós nem ao menos éramos amigos.

- A paciente do quarto 1789 estava grávida. Britt Robertson morreu durante o parto e a Assistência Social encontrou o seu número com "Entre parênteses filho da puta que me engravidou" no celular da falecida. - a voz pareceu soar envergonhada - Nós precisamos que o senhor venha até o Hospital e decida o futuro da criança.

- Britt estava o que? - o homem perguntou tons acima do normal, parecendo não acreditar no que lhe fora dito.

- Grávida. Do senhor ao que tudo indica.

- Grávida?

- Grávida.

- Você tem certeza? - ele perguntou indignado.

- Eu tenho, Senhor O'Brien.

- Ela estava grávida? - sua voz soava desacreditava desta vez.

- Ela estava grávida.

- Do tipo "Eu tenho um bebê no meu útero"? - insistiu esperando que a qualquer segundo, a voz do outro lado começasse a rir e dizer que tudo aquilo não passava de uma brincadeira de enorme mal gosto.

- Sim.

- Grávida, grávida?

- Sim Senhor O'Brien, grávida. De um bebê.

Accidently Daddys //DylmasOnde histórias criam vida. Descubra agora