{Beatriz}
As luzes piscam incessantemente, eu já estava lá a quanto tempo? Eu não fazia a menor ideia de que horas era, eu só sabia que eu definitivamente tinha que sair de lá, mas antes eu tinha que achar o Ruan, afinal ele só me arrastou para esse ugar para dirigir, porque obviamente havia 100% de chances dele estar totalmente chapado e bêbado.
Eu o procuro por todos os lados, mas não o encontro, será que que foi embora sem ao menos me avisar? Quando estou quase desistindo de procura-lo eu finalmente o encontro, o cabelo platinado que ele havia pintado finalmente havia servido para alguma coisa. Ele estava basicamente 'transando de roupas' com um garoto que só pude ver as costas, já não era surpresa para mim o interesse de Ruan em garotos, nos últimos tempos ele vem ficado com qualquer coisa que ande.
O Ruan que eu conhecia antes e costumo de chamar de "o velho Ruan" não passava agora de um mero reflexo deixado para trás, apesar de eu sentir falta do "velho Ruan", eu gosto mais desse, não sei se é porque agora estamos mais próximos que antigamente, afinal nós dividíamos um apartamento em uma cidade totalmente nova ara nós, e as únicas coisas que nos era familiar eram a cara um do outro. Além do nosso passado, nós passamos pelas mesmas experiências, se alguém no mundo podia me entender esse alguém com certeza era o Ruan, e vice-versa.
Já se havia passado muito tempo desde a última vez que olhamos para trás, com o passar do tempo, a nossa "fuga" para a cidade grande cada vez parecia mais patética, e nosso orgulho cada vez maior para podermos voltar. Já era tarde demais para qualquer um de nós.
- Ruan! – grito por ele puxando-o pelo braço com toda a minha força – nós temos que voltar agora! – digo com a autoridade que sabia que Ruan não acatava, mas tentar não doía não é?
- Mano, só mais um minutinho – ele diz se soltando do braço e voltando aos beijos com o garoto desconhecido.
- Caralho Ruan, já que você quer tanto ficar, que fique só me dê a chave do carro – eu não podia deixar ele dirigir naquele estado
- Oque! O carro é meu, se você quer uma carona você que esper... – ele para no meio da frase e sai correndo para o banheiro que ficava á perto do lugar onde estávamos eu o sigo e entro no banheiro, apesar do banheiro ser masculino ninguém estranhou a minha presença, acho que devia ser comum ter garotas lá dentro, afinal em uma boate não havia muito lugar para fazer bebes.
Eu encontro Ruan dentro de um dos três boxes, ele está ajoelhado e com a cabeça dentro da patente, com certeza vomitando, ninguém conseguia beber aquela quantidade de álcool e ficar em pé por muito tempo. Ele era a prova viva disso.
Mesmo que ele não merecesse eu vou ao seu auxilio, seguro os fios de cabelo dele que agora passavam das orelhas e quase batiam nos ombros dele, a cor não era mais aquele vermelho, ele havia pintado para um loiro quase chegando a se igualar com o branco, ele havia mudado tanto, nós havíamos mudado.
Depois de um tempo ele finalmente deixa o orgulho de lado e me deixa o ajudar, eu o levo em meus ombros a pia, depois dele se sentar nela eu pego um pouco de papel para secar as mão e passo em volta do seu rosto, ele está suado e cheio de glitter que eu simplesmente não faço ideia da onde veio. Eu pego a camisa de flanela dele enrolo em volta da minha mão e molho com um pouco de água da torneira para poder limpar todo aquele brilho. Mas quando eu passo uma vez a camisa no rosto dele um pequeno saco plástico com um pó branco cai do bolso da camisa.
Ele na esperança de que eu não visse pega rápido e esconde dentro das mão
- Minha cabeça está estourando de dor – ele fala tentando me fazer esquecer do que eu acabei de ver
- A minha também – retruco com indignação, depois disso mais uma vez o silêncio permanece - Por que você insiste em fazer isso consigo mesmo – digo pouco tempo depois, o assustando de leve.
- Isso o que – ele me responde com outra pergunta e sorri de lado fingindo que realmente não sabe sobre o que eu estou falando.
- Você sabe muito bem sobre o que estou falando Ruan.
-Sim eu sei, mas...
- Não tem "mais", por que você continua se atolando nessa merda? Se tem alguém que pode mudar isso esse alguém é você – estou ficando repetitiva, já me vi falando essas mesmas coisas com o Ruan várias vezes, mas ele nunca muda – Você e eu sabemos melhor que todos que ninguém vai aparecer do nada e "salvar você". Isso não é um daqueles filmes americano, isso aqui é vida real, e tudo aqui tem uma consequência, você não pode achar que vai poder "viver loucamente" o resto da vida não é.
- Eu sei – ele diz – é que...
- As vezes eu penso se foi realmente bom nós termos mudarmos de cidade tão precocemente
- Quem fala "precocemente"?
-Eu, não está vendo?
- Eu não vejo eu escuto – rimos mais o clima ainda não havia ido embora.
- Talvez nós realmente tenhamos saído tão "precocemente" da nossa cidade – ele faz aspas com a mão em precocemente – mas também não havia como nós ficarmos lá por mais tempo, Todo aquele drama, ele estava corroendo a gente por dentro, e se não tivéssemos saído naquela hora, talvez nunca teríamos mais a coragem de sair.
Mesmo sendo umas das coisas que eu me proibia de falar e até mesmo pensar, o meu passado sempre retornava, mesmo não querendo não havia um dia sequer que eu não pensava naqueles dias, dias que ainda estavam frescos na minha memoria, mesmo tendo passado tantos anos, tudo o que eu fazia retornava a uma pessoa. Diego.
{RUAN}
As luzes da cidade se unirão em apenas um grande borrão de cor laranja amarelado devido a velocidade que o carro estava, se aquilo era muito rápido até pra mim imagina para Beatriz que estava dirigindo. Ela estava diferente desde a nossa conversa no banheiro. Eu sabia o porque, ela estava pensando nele.
-Bia vai um pouco mais devagar – digo.
- Oque? – ela diz finalmente saindo do que parecia um transe.
- Você ir mais devagar – Ela olha para mim e sorri, quase instantaneamente o corpo dela pula com força do banco, eu não tive muito tempo para raciocinar porque segundo depois eu me encontrava desacordado no capô do carro, ao lado do poste e em cima do vidro estilhaçado. O carro definitivamente tinha batido, e eu estava desacordado.
-
Olá humanos!
Sim eu não consegui me segurar e já postei o primeiro capítulo, e ele também é uma especie de desculpas adiantadas, é que talvez eu não poste toda a semana no mês de dezembro por motivos pessoais e também por causa do natal e ano novo, mas eu tentarei postar todo o domingo ;)
Ah não se esqueça de votar no capítulo e nem de comentar o que você achou do primeiro capítulo, e fiz quase cinco começos diferente de tanta indecisão, mas eu decidi escolher esse, então espero que tenham gostado ^-^
E por último e não menos importante eu gostaria de pedir que vocês dessem uma olhadinha na minha fic "INNOC3NT" Se você gostou de Cruel Destino você tbm deve gostar dessa ela faz o mesmo estilo de Recall, ela é nova e não tem muito visualizações, então vai lá da uma olha, eu nunca te pedi nada :(
![](https://img.wattpad.com/cover/53979819-288-k283264.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Recall (Cruel Destino #2)
RomanceAo 21 anos Beatriz finalmente conseguiu a tão desejada independência, ela agora morava longe de sua cidade natal, longe de seus pais controladores, e longe de um passado que sempre a perturbava, mas Beatriz não se vê feliz, não como deveria estar. ...