Capítulo 4 | Machucados (Parte 2)

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{Autor}

Olá pessoas, desculpe por não postar ontem eu tive alguns contra tempos, mas tá aí. 

Esse capítulo acontece na mesma noite do último capítulo de Cruel Destino.


{Beatriz – Cinco Anos Atrás}

Eu já estava encarando a porta de minha casa mais tempo do que eu deveria, não fazia quantos minutos eu estava lá parada mais eu não queria entrar, não queria estar lá, eu sabia o que estaria me esperando, Diego. Ele era a última pessoa que eu queria ver naquele momento, mas o que eu poderia fazer, eu não tinha nenhum outro lugar para ir, aquela era a minha casa no final das contas, ela deveria ser o lugar onde eu devia me sentir segura e salva, mas isso era definitivamente a ultima coisa que eu sentia naquele exato momento.

Mas eu deveria enfrentar aquilo, eu não sairia como a garotinha estupida, pelo menos não daquela vez. Eu enfrentaria Diego. O ódio que eu deveria sentir por ele finalmente vem a tona, eu não deveria ter medo, afinal eu não era a culpada daquilo, não foi minha culpa eu ter começado a gostar de Diego, não foi minha culpa ele ter retribuído esse sentimento que eu sentia, mas foi culpa dele o final de tudo o que tinha acontecido entre nós.

Coloco a mãe na maçaneta da porta e a abro com toda a coragem que eu normalmente não tenho, a sala estava totalmente escura, não havia ninguém lá, vou para a cozinha e ela está tão cheia quanto a sala. Decido subir as escadas, ao passar pelo quarto dos meus pais vejo que a cama ainda está arrumada e nenhum sinal deles, vou para o escritório, lá era onde meu pai costuma a ficar de noite revisando o que ele iria passar para mim no dia seguinte, mas também não havia ninguém lá. A casa estava toda escura, exceto um lugar, o quarto de Diego. Estávamos sozinhos, do jeito que deveria ser. Não queria ter meus pais por perto em um momento desses.

Ainda com a coragem fazendo meu sangue ferver eu vou ao encontro de Diego, penso em tantas coisas para falar com ele, mas quando eu o encontro todas as palavras que eu sabia fugiram da minha boca e emente, e quando eu encontro Diego faz meu corpo todo tremer. Ele estava sentado em sua cama de frente a porta que estava entreaberta. Ele devia estar me esperando no final das contas.

- O que isso significa? – eu falo quase gritando ao entrar em seu quarto, eu jogo o bilhete que eu havia achado no parque.

- Você não conseguiu entender? – ele diz, a voz dele estava rouca, os olhos vermelhos, eu diria que estava chorando mais o tom de desprezo que eu sinto em sua voz me faz jogar essa possibilidade fora.

- Entender o que – digo, a coragem havia acabado no momento em que eu entrei no quarto, eu sabia que não conseguiria aguentar mais, mas eu tinha que me manter firme.

- Que tudo o que nós fizemos não significou nada para mim.

- Como assim – eu sinto uma lagrima solitária cair do meu olho direito e passar por toda a minha bochecha e pingar no chão, centímetros de distância do meu pé.

- Foi errado! Por Deus Beatriz nós somo irmãos

- Mas você disse que me amava, você mesmo disse que isso não importava – a lagrima não era mais solitárias agora, uma enxurrada de lagrimas saem dos meus olhos agora, eu nunca havia chorado daquele jeito antes na minha vida.

- Eu sei, mas eu caí em mim, eu percebi o que realmente estamos fazendo, aquilo foi errado – a cada palavra que ele falava e a frieza em seu tom de voz fazia meu coração se quebrar cada vez mais. – aquilo foi doentio, dois irmãos não... Não podem...

- Então eu não signifiquei nada para você? Tudo o que você me disse era mentira? Toda essa coisa de caça ao tesouro foi premeditada para você falar que não me ama? Que eu não significo nada para você? – pergunto, Diego não responde imediatamente.

- Não! – ele finalmente diz aquilo que eu não queria ouvir ele dizendo – nada daquilo significou algo para mim – eu não consigo mais, não consigo me manter firme, meu mundo caiu no momento que ele disse tudo aquilo – eu queria fazer uma surpresa, mas ai eu... Eu me toquei o que estávamos fazendo, não quis te magoar, mas foi preciso, você tem que entender que nós nunca iriamos dar certo.

- Como você pode saber se nem ao menos tentar – digo sentindo as lagrimas frias caindo pelo meu rosto que naquele momento estava fervendo de tantas emoções, tudo aquilo que estava acontecendo foi tão rápido, naquela mesma manhã Diego era a coisa mais importante para mim, eu pensava que ele nunca iria me magoar, mas agora ele o fez, fez a única coisa que eu achei que ele não seria capaz.

- Beatriz – ela se aproxima de mim, segura meus braços, eu consigo sentir o seu cheiro, sei que não devia, mas tê-lo perto de mim apenas faz meu coração bombear mais forte, seria a coisa mais estupida, mas se ele me pedisse desculpa agora sei que o perdoaria. – você é minha irmã quando você vai entender isso, eu nunca te amei, e nunca vou te amar.

- Não, mas você...

- Não tem "mas", nós apenas transamos foi isso, e nunca será mais do que isso, você devia me agradecer, pelo menos agora você sabe fazer um boquete decente... – não deixo ele continuar, aquela situação foi de mal a pior, não consigo reconhecer meu próprio irmão, sinto minha mão formigar depois do tapa que dou no rosto de Diego, ele fica sem palavras, eu poderia falar como aquilo foi rude, mas não consigo, não consigo ao menos me sustentar direito, eu dou meia volta, saio do quarto de Diego e vou para o meu, fecho a porta e encaro a fechadura, depois de alguns segundo eu a tranco e caio no chão, não tenho mais energia para nada, eu apenas me deito no chão e choro, naquela manhã eu pensei que aquele dia seria inesquecível e ele realmente foi.

{Dois Messes Depois}

Minha mãe aos berros me acorda, sei que estou atrasada para aula, mas eu não me importo, os gritos de minha mãe se abafam na minha mente, não quero ouvir, apenas quero continuar em minha cama, queria que o dia de ontem não tivesse acontecido, queria que tudo continuasse do mesmo jeito, mas sabia que quilo não poderia continuar, conviver com Diego estava sendo impossível, toda vez em que eu o vi meu coração parecia que se partia mais uma vez, eu sabia que aquilo não podia continuar, Diego sabia que aquilo não podia continuar, mas ao invés de mim ele fez alguma coisa ele tomou uma atitude.

Finalmente me levanto cedendo aos gritos insistentes de minha mãe, vou até o banheiro ainda cambaleando de sono, todo o meu corpo doí, uma dor que não era normal mal consigo andar ou levantar minha cabeça, minha única visão é o chão, ao passar pelo quarto de Diego vejo sua cama vazia, seu quarto finalmente arrumado, já sabia que ele não estava lá, nesse momento ele devia estar saindo do avião que ele pegou ontem a noite para onde ele ficaria por tempo indeterminado, a novela em que ele atuava havia acabado a poucos dias, ele disse para nossos pais que queria conhecer outros países, e sairia em uma viagem por toda a Europa. Eu sabia o porque dele fazer aquilo, ele não queria estar aqui, ele não queria estar comigo.

Ao chegar no banheiro me deparo com a minha cara de sono no espelho, levo minha mãos para tentar arrumar meu cabelo, mas a primeira coisa que me deparo é minha mão totalmente vermelha, quando finalmente percebo que toda a parte inferior de minha camisola estava manchada, manchada de sangue.

{Autor}

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de votar e de comentar se gostaram do capítulo e quais são suas expectativas para o próximo :)

Recall (Cruel Destino #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora