06- Imprevistos

346 62 48
                                    

Me levantei rapidamente do sofá e subir em direção ao meu quarto.

Fitei meu armário por longos segundos até que tirasse de lá algo que me servisse.

Depois de longos minutos resolvi tirar um vestido. O famoso "pretinho básico".
Tomei um outro banho e coloquei o vestido que por sinal caiu muito bem.

Coloquei um salto, meu pingente, passei apenas um batom, pois não sou tão fã de maquiagem e escovei minhas madeixas.

Me olhei no espelho e estava tudo O.K. Escrevi um bilhete pra os meus pais aonde estaria e com que estaria.

Se eu falasse que estaria com o irmão da Lia ou com algum parente da mesma, eles não iriam reclamar, já que sintam um carinho diferenciado por ela. Oque agradeço, porque a Lia é realmente uma fofa.

Olhei o telefone por mais de 3 vezes pra ver se tinha alguma mensagem ou ligação perdida do Diego, mas não tinha nada.
A única coisa que poderia fazer era esperar. E foi assim, esperei por mais de meia hora. E ainda assim, não tinha nenhuma mensagem ou ligação dele.

Bem que eu poderia ligar, mas ele poderia estar no trânsito. O trânsito do Rio de janeiro é um caos.
Então resolvi esperar mais tempo.

Longos minutos incontáveis passaram, até que eu ouvir a campainha.
Ajeitei, meu vestido que na altura do campeonato já estava todo amassado de estar sentada no sofá.

Enfim a abrir a porta.

- Diego?! - perguntei enquanto analisava seu rosto.

Ele estava com um dos olhos roxo e o canto da boca sangrando, a princípio sem fôlego.

- O que aconteceu com você?
- perguntei tentando levar ele até o sofá.  - Você está sangrando?!

Ele sentou no sofá com a mão em um dos olhos.
Fui até a cozinha e peguei uma maleta de primeiros socorros que havia em uma gaveta.

- Você tá bem? - disse encostando o algodão na boca dele.

- Isso dói! - disse repuxando o canto da boca.

- Isso vai fazer com que pare de sangrar. - disse tirando a mão dele que insistia em colocar nos olhos.

- Oque aconteceu pra te machucarem desse jeito? -perguntei trocando de algodão. 

- Eu... - disse procurando às palavras. - ... fui assaltado. Não quis entregar o carro e ai me bateram.

- Como assim?! - gritei. - Você foi na delegacia?
 
- Calma, tá! - disse nervoso.
- Tá tudo bem, agora. Já fui na delegacia, mas acho que não vai dar em nada. - disse colocando uma das mãos nos machucados. - Só não deu tempo de ir no hospital.

- Você vai ficar bem. Não vai precisar nem levar ponto.
- disse terminando de fazer o curativo.

Terminei de fazer os curativos e coloquei a maleta na mesa da cozinha.

- Prontinho! - disse me sentando ao seu lado.

- Você leva jeito pra isso!
- disse.

- Pretendo ser médica, né?
- disse dando um sorriso.

- Obrigado. - disse acabando com o silêncio que tinha se instalado. - Também peço desculpas por tudo. Eu tinha planejado e...

O-interrompi

- Não precisa pedir desculpas, imprevistos acontecem.

Ele me encarou por alguns segundos. Parecia querer me contar algo, mais mesmo assim continuou quieto, e eu também não fiz questão de saber.

- Você quer comer alguma coisa? Acredito que esteja com fome. - me levantei.

- Não! - disse também se levantando. - Acho que só preciso descansar.

Balancei a cabeça positivo e levei ele até a porta.

- Acho melhor chamar um táxi!

- Não se preocupe, eu pego um ônibus ali na esquina. - disse.

- Você tem certeza? Pode deixar que eu pago.

Diego estava muito estranho.
Ainda mais por preferir um ônibus que certamente viria lotado, do que um táxi.

- Precisa, não! - suspirou.
- Foi mal por hoje e você tá linda. - disse me dando um beijo na bochecha, em seguida.

Não disse nada apenas esperei ele ir. Observava ele que aos poucos foi se afastando.

É, pelo jeito hoje seria só mais um domingo, normal.
Dia de "ficar sem fazer nada".

Subi até meu quarto e coloquei um pijama. Voltei a sala e apertei freneticamente os botões do controle remoto em buscar de achar algo que prestasse na TV.

Meus pais certamente não iriam chegar agora, resumindo iria ficar a tarde toda sozinha.
________

Vi um filme de terror horroroso e acabei pegando no sono. Só acordei graças ao meu celular que apitava no meu lado enquanto estava dormindo no sofá.

Deslizei a tela e vi o nome do Diego brilhando na tela.

Era uma mensagem:

" Sei que o almoço hoje, não deu certo, mas a gente ainda pode fazer alguma coisa. ;) "

No último InvernoOnde histórias criam vida. Descubra agora